capitulo 37 Um gole de vinho

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A beleza da mulher chamou a atenção de Natan, mas ele meio embriagado, terminou de fumar o cigarro e entrou para dentro de casa para dormir.

E a semana se passou.

O Arcanjo pensava na moça ruiva, queria vê-la de novo, ficar próximo. Esse tipo de pensamento era algo novo na cabeça do celestial, pois desde que a energia negativa foi presa no oculto da sua mente, ele teve espaço para novas linhas de conhecimento da vida humana. E isso ia acontecendo naturalmente. Tais como a bondade do homem, a amizade e a agora a paixão, que penetrava na alma do rapaz.

Esses fatos fazia Natan esquecer um pouco o mundo espiritual.

Os dias se passaram, o celeste passou a ver a mulher ruiva toda vez que chegava do trabalho. Ela costumava ficar sentada na calçada da rua em frente de casa conversando com suas amigas. O rapaz tímido passava do lado das meninas, dava uma breve encarada, abaixava a cabeça e seguia para casa.

No outro dia, o trabalho foi pesado, o Arcanjo passou o tempo todo com uma marreta na mão quebrando o que era mandado, e ainda por cima a obra que José arrumou era muito longe, mais ou menos duas horas de ônibus. Às vezes a condução deixa a pessoa mais exausta do que o próprio serviço.

Além de chegar tarde em casa, Natan estava muito cansado, precisava se refrescar daquele forte sol que quase torrou a sua cabeça. Então ele decidiu tomar um vinho em plena quarta- feira. Isso quebrava as regras sobre beber só nos finais de semana, mas o rapaz estava pouco se importando. Depois de comprar uma garrafa da sua bebida preferida, o celeste ficou de frente de casa olhando o movimento da rua.

Pegou o isqueiro do bolso para acender um cigarro, quando desviou o olhar, Natan viu a mulher ruiva indo para casa dela com suas amigas. Não se importando muito, ele se sentou no chão, apoiou a costas na parede e levantou a cabeça para olhar o  céu estrelado, .com o cigarro na boca e relaxando o corpo exausto. Ouvia uma música de longe do aparelho de som da casa de um dos moradores. Música que passou a ser apreciada pelo celeste.

Sentindo o vento refrescar o seu corpo, provando um gole de vinho e matando os pulmões com tabaco, Natan estava num momento de êxtase. Foi quando ele sentiu seu ombro ser tocado por uma mão, era ruiva.

O Arcanjo tomou um susto daqueles, pois ele não viu ela se aproximar.

-Boa noite, acabou o cigarro da minha amiga, será que você poderia arrumar um para ela ? - falou moça com aquele sorriso angelical.

-Claro. - falou Natan meio que sem jeito.

O celeste pegou um fumante e deu a ruiva que saiu agradecendo. O que restou para o rapaz foi o cheiro do perfume que ela usava.

O resto dos dias se passaram, chegou o sábado, alguns colegas de serviço chamou o Arcanjo para ir no bar para jogar sinuca e um carteado. Depois de horas de jogatina, Natan foi embora, pois estava cansado de jogo. Próximo da sua casa, ele viu a ruiva sentada na calçada em frente da casa dela. Ela aparentava estar triste, seu rosto estava  cabisbaixo. O Arcanjo entrou em sua casa, pegou uma garrafa de vinho, dois copos e saiu para fora. Já na rua, ele se aproximou da ruiva e falou:

-Me desculpe incomodar moça, eu te vejo quase todos os dias, reparei que você não está bem hoje, venho aqui apenas te oferecer um pouco de vinho e se você quiser pode desabafar comigo, pois um amigo meu me falou que os desconhecidos são as melhores pessoas para desabafar.

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