Capítulo 24 O anjo perdido

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Quando Uriel chegou no plano humano, Rafael congelou as imagens para falar com o irmão:

-O que aconteceu foi horrível, é muito triste de se ver um ser humano entregar a sua alma em troca de poder. Mal sabe ele o que vai acontecer após a morte. - Falou Rafael se lamentando.

-Às vezes me enfureço com o homem, derramamos o nosso sangue, nos sacrificamos para protegê-los e em troca eles nos apunhalam conspirando com o inimigo.- desabafou Uriel.

-Vamos continuar vendo o que aconteceu. - Falou Rafael.


Ao chegar no mundo humano, precisamente nos arredores do Brasil, em São Paulo, O Arcanjo foi a procura do anjo desaparecido. Era de noite, se passava das 23:30 hs. o tempo estava nublado, com cara de chuva e muito frio.

Uriel sobrevoava pelo centro da cidade, havia muitos prédios e luzes que iluminavam a escuridão da noite.

A grande e bela metrópole São Paulo, a terra das oportunidades e do trabalho. Muitas pessoas de outros Estados vinham tentar a sorte nesse lugar. O centro era conhecido como o local mais perigoso, pois lá se concentrava os dependentes químicos, as prostitutas e seus cafetões, traficantes estrangeiros, seguidores ateus de certas ideologias e morte, muitas mortes. Com esses requisitos negativos, o lugar atraia muitas almas penadas, pois elas se alimentavam com a desgraça alheia.

O Arcanjo voava pelas proximidades do Anhangabaú, foi quando viu um anjo passando a lâmina em uma alma penada no topo do prédio do antigo Mappin, ele foi averiguar.

Ao pousar no local, Uriel se deparou com um anjo de estatura média, cabelos escuros, olhos castanhos, forte e com asas brancas. O Arcanjo se aproximou do celeste que o encarava com a espada na mão.

-Seu nome anjo? - Falou Uriel num tom sério e com a cara fechada.

-Akirel senhor.- Respondeu o anjo guardando a espada na bainha.

-A liderança está tentando entrar em contato com você, porque não responde?

-Não consigo me comunicar por telepatia ainda senhor, eu tentei, mas não ouço nada.

-Quem te treinou?

-O Arcanjo Gabriel.

-Akirel, você está sendo requisitado no Éden, melhor nós irmos o quanto antes.

-Mas senhor, e as almas penadas espalhadas por essa região?

-Outros anjos virão e darão cabo nelas.

-Pelo brilho da sua aura, sei que aparenta ser um Arcanjo, qual o seu nome senhor?

-Eu sou o Arcanjo Uriel.

-Uriel... O exterminador de demônios? Conhecido como a fúria de Deus.- Os olhos de Akirel brilharam.- Sempre tentei ser igual a você. Seu nome é muito comentado entre os anjos.

-Vamos fazer assim, quando chegarmos no Éden, te darei umas dicas de batalha, combinado?

-Sim senhor.

-Tudo bem, então vamos.

Os dois celestes levantaram voo e seguiam rumo ao Éden, até que Akirel avistou um grupo de pessoas trajadas com túnicas vermelhas andando pela praça do Anhangabaú.

-Senhor Uriel, veja aquelas pessoas ali.- Falou o anjo apontando o dedo.

-Qual o problema delas?- Falou o Arcanjo batendo suas asas.

-Meio tarde para pessoas com esses trajes andando nesse lugar, não acha?

-Outros anjos virão Akirel.

-Mas senhor, não vamos fazer nada? - Protestou o anjo.- Estou sentindo que aquele grupo planeja algo, e não é coisa boa.

-A minha missão se baseia em apenas em te levar de volta, nada mais.

-O mal se esgueira próximo de ti Arcanjo, e você não vai fazer nada? As histórias que ouço do senhor, fala que o mal nunca escapou da lâmina da sua espada. E agora vendo aquele grupo aparentemente suspeito, simplesmente vai virar as costas e ir embora?

-Tudo bem Akirel, farei o que deseja, mas iremos apenas observar.

-Sim senhor.- Falou o anjo vibrando com a decisão do Arcanjo.

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