Capítulo 46 Uma viagem para o inferno

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A morte olhou para a bruxa e falou:

-Cassandra, mandei não me invocar mais.

A mulher se ajoelhou.

-Não minha senhora, fui obrigada a fazer isso. - Falou a bruxa com a cabeça abaixada.

Natan tomou a frente e com um alto tom falou:

-Foi eu quem mandei te invocar. Você levou a vida de uma pessoa muito importante para mim, a declaro minha inimiga.

A morte virou seus olhos negros para o Arcanjo.

-Ser insignificante, como ousa dirigir sua palavra para mim, não tem medo de eu ceifar sua vida.

Natan puxou um punhal que estava abençoado pelo padre Valdir e apontou para entidade à sua frente.

-Vou cortar a sua garganta e satisfazer minha vingança. - Falou o Arcanjo encarando a morte com muito ódio.

-Sinto sua aura, não é humano. Pertence a classe celeste, Um anjo? Não... Um Arcanjo. Existe um tratado entre Anjos e demônios em não interferir em meus assuntos. Quem levo para o outro mundo é problema meu. Você sabe muito bem disso, Como ousa quebrar as regras.

Natan partiu para cima da morte, empunhando um punhal, ele mirou a garganta da entidade, mas seu ataque não teve êxito, pois o Arcanjo foi paralisado e sua arma acabou caindo no chão.

-Não é tão fácil se aproximar de mim, minha telecinesia consegue controlar o seu corpo humano. - Falou a Morte com uma das mãos levantadas controlando Natan.

-Sua desgraça. - Gritou o Arcanjo.

-Está enfurecido comigo porque levei a vida da sua amada, Quando os meus ceifeiros a levaram para o outro mundo, ela tremia de medo. Não vai demorar muito para eu levar os pais dela também.

-Escute o que tenho a dizer, eu vou Destruir você. - Jurou Natan para a entidade.

-Eu sei que Deus está ocupado fazendo um novo mundo para seu povo, mas vou me retratar com Arcanos sobre você, pode ter certeza que sua punição agora vai ser mais severa Arcanjo Uriel.

-Como sabe o meu nome? - Perguntou Natan.

-Eu sei de tudo. - Confirmou a Morte e continuou - Pela sua arrogância e ousadia de tentar me enfrentar, vou fazer você tirar a sua própria vida e com isso terá uma terrível viagem para ao inferno. Meus ceifeiros vão te acompanhar até o portal do seu novo mundo.

A morte começou a mexer os dedos, Natan foi lentamente saindo da loja em que estava, foi caminhando rumo ao viaduto Santa Efigênia. Ele via os ceifeiros, entidades de olhos vermelhos que flutuavam, trajando um manto preto e sem rosto. Eles rodeavam o Arcanjo que caminhava.

-Faça alguma coisa? - Gritou a energia negativa dentro da mente do celeste.

-Não sei o que fazer, não consigo controlar o meu corpo.- Falou um desesperado Natan.

-Vamos morrer. - Falou o pecado da Ira.

-O fim se aproxima, vai queimar no inferno por perturbar a nossa senhora Arcanjo. - Sussurrava alguns ceifeiros.

Natan chegou no viaduto, não tinha o controle do seu corpo, ele subiu no corrimão e se jogou lá de cima. Muitas pessoas que estavam no local deram um grito, outras tomaram um susto. O Celeste fechou os olhos e esperou a morte chegar.

Não demorou muito para o corpo do Arcanjo se espatifar na avenida que estava abaixo do viaduto, carros descontrolados passaram por cima de Natan que nesse momento já estava morto.

Ao desencarnar do corpo de carne, o Arcanjo Uriel se sentiu livre de um peso, esticou as asas e se espreguiçou.

-Ataquem... -Gritou a morte.

Os ceifeiros foram para cima de Uriel, que se desviou, dando socos em alguns e pontapés em outros, mas não impediu de ter a sua asa quebrada, pois era inúmeros ceifeiros o atacando ao mesmo tempo. Depois de muito esforço, as entidades conseguiram imobilizar o Arcanjo. A Morte se aproximou e disse:

-Esse é o preço de quem me invoca, no seu caso, vai para o inferno por ter a audácia por tentar me enfrentar.

-Eu ainda vou te encontrar, vou te destruir sua maldita.- Esbravejou Uriel.

-Fico no aguardo. - Falou a entidade da morte sorrindo.

Um portal de fogo se abriu e Uriel foi jogado lá dentro. Após isso o mesmo portal se fechou.

A bruxa Cassandra estava inquieta, andava por todos os lados da loja, até que a Morte apareceu para ela.

-Minha senhora eu não tive culpa. - Implorou a mulher.

-Não devia ter feito isso, me invocou para um Arcanjo me destruir, mas falhou. - Respondeu a Morte.

-Fui obrigada, ele ameaçou me matar. - Falou a bruxa aos prantos.

-E o que acha que vou fazer com você ?

-Por favor, não.

-Nosso pacto está desfeito e sua alma vai para o mesmo destino que o Arcanjo.

Aos poucos o corpo de Cassandra foi se desfazendo, até ficar nos ossos. Sua alma também foi levada pelos ceifeiros. Após isso, a Morte desapareceu.

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