Capítulo 12: Se preparando para batalha

43 6 0
                                    

Natan ficou em silêncio para ouvir o que Mateus tinha para falar.

-Depois que você sair daqui, vão tentar te matar... João fez um acordo com o agente Marcos. - Falou Mateus que estava ofegante e olhando para os lados.

Por um momento Natan ficou sem entender, por que um desconhecido o ajudaria, quais eram as intenções de Mateus?

-Porque está me falando isso, porque quer me ajudar? Você nem me conhece.- Falou o celestial num tom baixo.

-Eu pertenço a uma facção, na qual o nome não te interessa. João deu uma vacilada na rua, então foi decretado que ele tem que morrer. Essa missão foi dada para mim fazer, mas como ele quer te matar, proponho que você o mate, e com isso eu não preciso sujar minhas mãos.

-E se ele me matar primeiro ?

-Se ele te matar, eu o mato depois... João vai morrer de qualquer jeito, resta saber se vai ser pela minha mão, ou pela sua.

-Interessante, mas vou ter que pensar na sua proposta. - Falou Natan.

-Você não está entendendo moleque, você não tem tempo para pensar, preciso de uma resposta rápida.- Falou Mateus aumentando um pouco a voz.

-Amigo... Eu só vou derramar o sangue de quem quiser derramar o meu, quando eu sair desta cela, ficarei na minha.

-Eu fiz a minha parte, você que sabe, caso mude de ideia, tenho um presente para lhe entregar, quando sair deste mini inferno.

-Tudo bem. - Concordou Natan. Antes de voltar a seus afazeres, Mateus falou:

-Não se esqueça do agente Marcos, pois também quer a sua cabeça, tome cuidado com ele.

Mateus se levantou do chão e continuou com a limpeza do lugar.

O celestial pôs as mãos na cabeça e começou a se lamentar, quanto mais longe de problemas ele tentava ficar, mais perto estava.

A energia negativa despertou.

-Ha,Ha,ha... O Arcanjo terá que matar mais humanos. Dessa vez você não tem escolha.

-Aquele garoto deve estar blefando. - Falou Natan para a voz na sua mente.

-Duvido, ele não iria se arriscar tanto para falar uma mentira.

-Eu não queria​ isso pra mim, só desejo ficar na minha. Suspirou o celestial.

-Sem problemas Uriel... Deixe comigo, eu resolvo isso. Falou a energia negativa.

Então os quinze dias se passaram, era uma quinta-feira, o dia estava ensolarado, a temperatura marcava uns 35 graus.

Natan saiu da solitária e foi levado para tomar uma ducha. Após o banho, o menino ganhou umas roupas e foi enviado para o pátio para se juntar aos outros menores infratores.

O agente Marcos observava de longe tudo o que estava acontecendo, ofereceu uma faca para João fazer o serviço que eles tinham combinado, mas o garoto musculoso negou a lâmina, pois a intenção dele era matar Natan com as mãos, do mesmo jeito que o celestial matou o seu primo. Os outros agentes já sabiam o que estava prestes a acontecer, no momento certo eles deixariam João assassinar o Arcanjo.

Quando Natan entrou no pátio, os outros o encaravam. Mateus se aproximou do celestial e ambos se trombaram, os meninos não se encararam, apenas se afastaram um do outro.

O Arcanjo olhava para todos os lados, viu o agente Marcos o encarando e João se aproximando, junto com outros três garotos.

A energia negativa despertou, ela estava ansiosa e com sede de fúria e sangue.

-O está fazendo Uriel? Vamos acabar com aqueles moleques malditos.- Bradou a voz na mente de Natan.

-Calma... Preciso achar um lugar onde eu não tenha ponto cego para não ser surpreendido por ninguém. - Respondeu o celestial andando sem rumo.

No final do pátio, próximo de um jardim, em vez de grades e muro, havia uma cerca de alambrado, essa parte do lugar era justamente para os agentes observar melhor os garotos quando eles estivessem no pátio. Do outro lado do alambrado tinha um imenso muro com duas torres de vigias. Foi perto do alambrado que Natan achou ideal para enfrentar João.

O celestial caminhou para o lugar escolhido, bem na ponta do pátio. João e os outros meninos seguiam de longe.

ArcanjosOnde histórias criam vida. Descubra agora