Capítulo 23

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CAROL

A dona Laura estava caída no chão desacordada. A vasilha de vidro estava quebrada há alguns centímetros de distancia com varios cacos espalhados pela cozinha.
Pedro segurava o rosto da mãe tentando acorda-la, mas não adiantava. Ele estava aterrorizado.

  –Meu Deus...meu Deus...meu Deus!–Pedro sussurrava desesperado.–Mão acorda!–Ele gritou.

–Pedro, precisamos leva-la agora para o hospital antes que seja tarde demais!–Eu disse nervosa.

–Você tem razão.–Ele disse me olhando nos olhos, sua expressão era dor e desespero.

Ele pegou-a nos braços e nós corremos para o carro. Ele ficou segurando a mãe no banco de trás enquanto eu assumia o volante. Pedro resmungava varias coisas desesperadamente.

–Mão você precisa viver!–Ele disse alto. 

Olhei para ele pelo retrovisor e vi seus olhos marejados. Estiquei o braço e apertei o joelho dele.

–Ela vai viver.–Eu disse tentando convencer mais eu mesma do que ele.

Por sorte nossa, não tinha transito no caminho, paramos apenas no semáforo.

Chegamos ao hospital. Pedro tirou a mãe imediatamente e saiu correndo para dentro do hospital, os enfermeiros vieram imediatamente com uma maca e a colocaram deitada levando-a para uma sala.

Pedro tentou ir, mas não deixaram. Foi um desespero só! 

Quando os médicos impediram a entrada dele na sala e se virou e praticamente caiu em cima de mim. Se não fosse pela parede eu não teria conseguido me equilibrar.

 –Calma, vai ficar tudo bem...–Eu disse passando a mão pelas costas dele e deitando minha cabeça em seu peito.

–Minha mãe está com a porra de um câncer Carol. Você acha que vai ficar tudo bem?! –Ele disse lentamente sem me olhar nos olhos.

 –É mais fácil acreditar que sim, amor.–Eu disse e puxei ele para ficarmos na sala de espera.

Passei todas as informações para a enfermeira enquanto Pedro ficou sentado, desolado em uma poltrona verde que tinha ali. 
Antes de voltar para perto dele peguei um copo de água e o entreguei, ele se recusou a beber.

  –Bebe isso Pedro, agora! Você precisa beber um pouco de água.–Eu disse. Ele me olhou com um olhar surpreso, pegou o copo e bebeu. Joguei o copo no lixo e me sentei junto dele.

Ele passou o braço por cima do meu ombro e eu deitei a cabeça em seu ombro, segurando sua camisa com força. 

Esperamos algumas horas, Pedro estava começando a ficar ainda mais nervoso. Estava exigindo noticias da mãe para a pobre enfermeira que não sabia de nada, quando o médico da mãe dele chegou dizendo:

  –Parentes de Laura Novaes? 

Meu coração foi nos pés e voltou. 

Pedro virou a cabeça para o médico tão rápido que juro ter ouvido um pequeno estalo.

 –Como está ela doutor?Ela está viva? Por Deus doutor, responda!–Ele agarrou os ombros do homem e o sacudiu, foi preciso que eu puxasse seu braço e o olhasse com um olhar repreensivo.

 –Pedro, se controla!–Falei baixo.

–Tudo bem, estou acostumado.–O médico disse.–Bom, o quadro da senhora Novaes não era grave. Foi apenas um desmaio, causado por uma falta de ar, que foi causada por uma alergia a algum tipo de comida.–Ele olhou rápido a prancheta. –De acordo com outras consultas que realizei com a senhora Novaes, ela tem alergia a um único tipo de alimento, que é amendoim.

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