Epílogo

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Na verdade esse não é o fim. O epílogo nunca é o fim, sempre acontecem coisas que não serão mais contadas, porém nunca é o fim.
E eu, Carol Novaes, sim, Novaes! Só estou aqui para contar o maior, o melhor e o mais bonito acontecimento da minha vida e do Pedro. 

Nesse dia maravilhoso era na época do último período do curso de psicologia e a faculdade estava com projeto para os alunos do último período que era atender pessoas carentes de graça! Eu sempre fui apaixonada por ações sociais e atender nas comunidades, e não era a minha primeira vez. Mas a faculdade me mandou para um orfanato. Sim, um orfanato.

Atendi inúmeras crianças com tantos problemas e tão sofridas que por mais que fosse anti-profissional, me comovido e acabei ficando extremamente triste aquele dia, fui para um local do orfanato para um intervalo e comecei a refletir em tudo e acabei chorando por ver tanto sofrimento de crianças em um orfanato sujo e de situação precária. Foi quando eu ouvi um choro.

Um choro de neném.

Eu não sabia de onde estava vindo, eu só sei que algo me levou até aquela garotinha de macacão rosa que era bem maior que ela.
Ela estava sozinha dentro de um quarto cheio de poeira e dentro de um berço de colchão fino.

E não pensei duas vezes antes de retirar aquela menina de dentro daquele berço. Ela me olhou nos olhos e parou de chorar, meu coração acelerou e eu só quis proteger aquela menina de tudo, eu quis proteger ela como uma mãe protege seu filho, uma mãe. E quando aquele pequeno ser humano mostrou o sorriso sem nenhum dentinho foi que eu senti o verdadeiro amor, eu senti o amor de mãe. Então eu decidi antes mesmo de Pedro concordar que aquela garota era a minha filha. Deus tinha marcado o dia, a hora tudo direitinho para que eu encontrasse a minha filha naquele lugar.

Eu peguei o celular imediatamente e liguei para o Pedro, que estava trabalhando.

—Meu amor você não vai acreditar!

—O que aconteceu, Carol? Você está bem?

—Eu encontrei a nossa felicidade, você precisa vir aqui agora pois eu encontrei a nossa filha.

Pedro me fez perguntas pelo telefone mas eu desliguei, e uma hora depois ele atravessou a porta daquele pequeno quarto sujo e não foi preciso eu falar nada, ele também sentiu. Era a nossa filha ali nos meus braços, e ela sorriu quando o viu. Pedro a pegou nos braços e começou a brincar com ela fazendo voz de papai bobo, e ela dava cada gargalhada gostosa. Ela também sabia que tinha encontrado sua família.

–Como vamos chama-la? –Pedro perguntou sem tirar os olhos dela.

–Laura. –Eu disse imediatamente e Pedro me olhou com os olhos cheios de lágrimas. –Triunfadora e vitoriosa.

–Eu te amo! –Ele me abraçou. E aquela imagem poderia virar um quadro. Nós nos abraçando e a nossa pequena no nosso meio.

Foram longos 17 meses de processo de adoção, mas nós tínhamos tanta certeza que teríamos a nossa Laura que enquanto o processo estava acontecendo nos mudamos para a casa que antes era da dona Laura e fizemos o quarto da nossa Laurinha. Estávamos só a espera dela.
Quando ela chegou foi quando fomos felizes por completo.

Só mais uma coisa, quando é para ser  não importa o tempo, não importa o que aconteça, não importa as feridas causadas... Será! A prova mais viva disso é o tempo que levou para termos a nossa filha, tudo o que aconteceu em todos os anos conosco, e todas as feridas que nós nos causamos.

Nós só nos tornamos quem somos por tudo o que já passamos.

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ONE MORE THINGOnde histórias criam vida. Descubra agora