Capítulo 7

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Pedro

Quando acordei, Carol dormia lindamente nos meus braços.

Eu não sei o que tinha dado em mim para beija-la e chamar ela para passar a noite comigo, mas ainda bem que eu fiz isso.

Eu estava sob efeito de álcool mas eu lembrava perfeitamente do que eu tinha feito, e o melhor é que eu também lembrava de cada detalhe do beijo.

Os lábios dela eram tão macios, e seu beijo tinha um gosto doce, e ela tinha bebido então, ficou um gosto incrível de licor. Senti o quanto ela ficou tensa quando nossas bocas se encontraram, mas depois não resistiu.

Eu podia sentir que aquele beijo tinha significado para ela o mesmo que significou para mim, eu só não sabia oque.

Quando cortei minha cabeça e vi Carol toda preocupada comigo, eu senti algo estranho, como uma necessidade de não deixa-la ir.
E então eu lembrei do dia em que a gente dormiu junto, e que há anos eu não sentia aquela paz ao deitar a cabeça no travesseiro, e eu quis sentir aquela paz mais uma vez.

Eu tinha jurado nunca trazer nenhuma garota para a minha cama, e de repente eu me vi implorando para a Carol dormir nela.

– Ei... – Mexi no cabelo dela tentando acorda-la. – Carol, você esqueceu da escola? – Perguntei e ela virou de costas para mim, se negando a acordar. – Gostaria que ficasse comigo hoje, vamos na praia?

– Oque? – Ela virou sonolenta para mim e coçou os olhos.

– Não vai na aula hoje... Vamos pegar uma praia? – Pedi mais uma vez.

Ela se sentou na cama bocejando, ao mesmo tempo que fazia um coque. Passou a mão no rosto mais uma vez e me olhou, com a cara amassada.

– Pedro, você está me fazendo quebrar todas as regras. – Ela riu. – Uma festa em plena segunda feira, bebida alcoólica, e ainda dormi com você, quando eu deveria ter chegado cedo em casa. E agora estou prestes a matar aula para ir na praia.

– As regras foram feitas para serem quebradas, Ca. – Eu disse e ela franziu o cenho.

– Ca?! – Ela riu. – Eu odeio que me chamem de Ca.

– Então eu vou te chamar de Ca. – Falei e ela revirou os olhos. – E então... Você vai faltar aula?

– Sim. – Ela disse e eu sorri animado. – Vou tomar um banho.

– OK! – Ela disse e eu me levantei. – Tem alguma coisa na sua cozinha que não tenha álcool? Tipo, algo para comer?!

– Sim, no armário de cima. – Falei e ela assentiu saindo do quarto.

Quando terminei de tomar banho que fui para a cozinha, ela estava lá colocando tudo o que tinha preparado em cima da mesa.

– Eu vou tomar banho, mas se quiser ir comendo pode comer, OK?

– OK! Mas vou te esperar.

– Tá. – Ela disse e foi para o quarto.

Depois que a gente comeu, Carol pediu para eu levar ela em uma loja perto da praia. Ela comprou roupa de banho e colocou na conta do pai, eu insistir em pagar, mas ela era teimosa demais para aceitar.

Eu deixei a moto estacionada e nós dois corremos pela orla.
Quando já estávamos cansados demais, páramos em um quiosque e pedimos água de côco, eu quis sentar em uma das cadeiras, mas ela preferiu sentar na areia.

– Eu adoro o Rio de Janeiro! – Ela disse colocando o côco na areia e se deitando apoiada nos cotovelos.

– Eu também. – Eu disse olhando o mar.

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