Capítulo 21

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CAROL

  –Aquele desgraçado, ele fez aquilo para me provocar Carol! –Pedro estava com um tom de voz muito alto e eu não estava gostando nem um pouco daquilo.

Nós estávamos brigando por um motivo banal. Ciúmes. 

Eu tinha pegado carona no caminho de volta para casa com o filho do pastor que tinha voltado para o Brasil e estava fazendo faculdade na mesma universidade que eu, e que segundo Pedro, ele era apaixonado por mim. Isso provocou a fúria e o ciúme de Pedro, mas eu já estava cansada demais daquela discussão idiota e sem fundamentos.

 –Para com isso agora. –Eu disse decidida a por um fim naquela briga, mas ele não estava disposto a por fim naquilo. 

–Você sabe que ele gosta de você. Está querendo me provocar ciúmes também, por acaso? Isso é muito imaturo da sua parte Carol.  –Ele disse com arrogância e eu estreitei os olhos furiosa.

– Você acha que eu tenho quatorze anos Pedro? Só porque sou alguns anos mais nova que você acha que não tenho maturidade o suficiente para você? Porque se for assim, eu arrumo minhas coisas e saio daqui agora mesmo! –Levantei a voz. Eu não costumava levantar a voz, mas Pedro estava me tirando do sério.

–Você sabe que eu não quis dizer isso. Estamos fugindo do verdadeiro motivo da discussão que é você ter vindo para casa com o idiota do Caleb.

–Eu não teria vindo para casa com ele se você não tivesse esquecido que eu estava te esperando como uma otária na frente da universidade enquanto você estava no futebol com seus amigos!–Esbravejei. 

 –Vai querer  falar sobre o futebol agora? Você nunca me cobrou isso Carol.–Ele disse e eu revirei os olhos. Não como das outras vezes, mas revirei os olhos exausta de tudo aquilo.

  –Você está sendo tão infantil.–Balancei a cabeça incrédula.–Não estou te cobrando o futebol e não estou chateada por você ter estado no futebol.–Ele me fitava sério enquanto eu falava.–Estou chateada pela forma que está me tratando, sendo que você está errado. Você me deixou esperando horas por você Pedro, sozinha. –Eu disse baixo mas num tom alto o suficiente para ele ouvir, então ele suspirou.

 – Eu sei. Me desculpa, eu sou um idiota. 

–Sim você é. Você é ridiculamente irritante, insuportável e idiota. –Eu disse com raiva e me virei para ir ao quarto e ele veio atrás. –Eu quero ficar sozinha Pedro.–Eu sabia que se eu ficasse no mesmo lugar que ele, faríamos ás pazes. Nunca fui capaz de resistir aos encantos dele, e eu não confiava em mim junto a ele.

–Eu já te pedi desculpas.–Ele disse incrédulo.

–Isso não tem nada a ver. Mas você pode ficar no seu quarto, eu vou dar uma volta.

–Para! –Ele disse rudemente sem me olhar nos olhos.–Para com isso. Esse é o nosso quarto, e se você quer ficar sozinha você vai ficar sozinha. –Ele disse e deu as costas, entrei e fechei a porta do quarto. 

Sentei em frente a janela e ouvi ele gritar –Vou dar uma volta! 
Suspirei e olhei a noite da janela. 

Passaram-se muitas horas desde que Pedro tinha saído, tantas que já era madrugada, eu já me encontrava deitada na cama no quarto escuro e amaldiçoando Pedro mentalmente. Ele era um idiota, um completo idiota, e quando ele chegasse iria ouvir poucas e boas.

Quando eu estava quase dormindo, ouvi o barulho de algo caindo no chão da sala, e automaticamente soube que ele tinha chegado. 
Ele abriu a porta do quarto e tropeçou nos próprios pés. Fechei os olhos para ele não perceber que eu estava acordada. Ouvi mais alguns barulhos dele provavelmente tentando tirar o sapato ou tentando ao menos ficar de pé. Até que ele se deitou na cama, me puxou para ele e beijou meus cabelos. Minha pele fria entrando em contato com seu peitoral quente fez com que eu desse um suspiro. Ele estava tão bêbado que não percebeu.
O cheiro da bebida ingerida chegava a ser bem mais forte que o cheiro do perfume dele, e diferente das outras vezes, aquele cheiro não era gostoso ao se misturar com seu perfume.
Ele começou a descer e subir a mão pelo meu braço, beijou mais uma vez o topo da minha cabeça e disse:

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