Estávamos juntos.
Dá para acreditar?
Nós estávamos juntos. Eu e Pedro estávamos juntos. Depois de tudo, depois de tantas noites em claro, depois de tantas lágrimas derramada, depois de todo sofrimento. Era como a calmaria do mar depois da tempestade. Como o silêncio e alívio depois do furacão.
Passamos por tudo, e no final estávamos juntos novamente e estávamos pondo os pés em Cinque Terre.
Eu gostaria de dizer que era um lindo dia, que era uma ótima época, mas eu seria tão egoísta... Uma parte de mim se sentia culpada por está feliz em um momento como aquele, mas a outra parte se sentia grata e extremamente feliz por ter sido escolhida para um momento tão importante como era o de jogar as cinzas da mãe do homem por quem me apaixonei, e que acima de tudo foi a mãe que eu nunca tive.
Aquele lugar se tornara um dos lugares mais especiais para nós dois, Cinque Terre era um paraíso perdido que precisava ser descoberto por todo o mundo. A cada esquina podia-se ouvir o maravilhoso som do mar.
Pedro disse que a mãe dele já tinha visitado Cinque Terre, e era o lugar que ela mais amava no mundo, inclusive foi onde ela conheceu o pai dele que também era um carioca turistando ali. Pude ver que ao falar do pai, Pedro ainda sentia muito, mas quando falava da mãe falava com um brilho incrível nos olhos.
–Quando vamos nos desfazer das cinzas? –Perguntei a Pedro enquanto esperávamos um transporte para nos levar até o lugar que ficaríamos hospedados.
–Agora! –Ele disse e eu olhei surpresa para ele.
–Como assim? Precisamos tomar um banho, vestir nossas roupas pretas e...
–Carol... Carol! A mamãe iria odiar esse clima tão triste, a mamãe iria me matar se eu fosse jogar as cinzas de preto. Nós vamos agora, o transporte vai nos levar para um lugar especial para a mamãe e de lá iremos joga-la no mar.
–Ah... Então tá bom. –Na hora que eu disse isso o nosso transporte chegou e subiu uma ladeira em direção a um dos lugares mais alto dali.
Descemos e Pedro disse algo para o motorista que concordou, sorriu e foi embora.
–Ele vai levar nossas coisas para a pousada. –Pedro disse e andou para mais perto do mar comigo. –Você está pronta? –Ele disse abrindo a caixinha.
–Você está?
–Sim.
–Eu também. –Eu disse e então ele pegou uma grande quantidade de cinzas em suas mãos, e eu peguei o que tinha sobrado.
–Sei que sempre estará comigo! –Ele disse com os olhos fechados e abriu as mãos, fiz o mesmo e deixamos que o vento levasse para o mar as cinzas da dona Laura.
Ficamos olhando por um longo tempo.Antes de irmos, Pedro arrumou água para que pudéssemos limpar nossas mãos.
–Nós vamos andando? –Perguntei quando Pedro pegou na minha mão e começou a caminhar.
–Sim, não é longe daqui. Estamos pertinho. –Ele disse e eu assenti.
Andamos por uns dez minutos e chegamos ao lugar. Pedro precisou falar com o recepcionista e depois subimos para nosso quarto.
Tive uma grande surpresa ao abrir a porta do quarto. Meu coração até começou a bater mais rápido mesmo sem entender direito o que estava acontecendo.
O quarto estava escuro, porém repleto de luz. O ambiente era totalmente romântico. Mas quando eu digo que estava repleto de luz vocês não estão entendendo e nem conseguem imaginar. O teto do quarto estava cheio de balões como no festival de lanternas, ou como aquela maravilhosa cena do filme Enrolados, onde José Bezerra observando apaixonadamente a Rapunzel olhando todas as lanternas canta "Ela, aqui,à luz das estrelas
Com ela aqui, vejo quem eu sou
Ela que me faz sentir que eu sei pra onde vou"Tinha pétalas em formato de coração espalhadas pelo quarto. No chão um caminho de velas me conduziu até a cama que continha um coração feito por pétalas de flores e no meio uma caixa preta. grande demais para ser um anel.
–Pedro eu... –Tentei falar alguma coisa mas não conseguia. Estava muito emocionada e palavras nenhuma iriam conseguir descrever o que eu estava sentindo naquele momento.
–Não precisa falar nada. –Ele disse e pegou a caixa em cima da cama. Quando ele abriu, eu me deparei com um par de brincos pequenos e um colar maravilhoso de esmeraldas. Tudo tão delicado e precioso, literalmente. –Mora comigo? Namora comigo, Carol? Eu sei que estamos juntos mais uma vez, só que dessa vez eu queria começar do zero. Eu quero fazer tudo certo dessa vez. –Ele disse um pouco nervoso. –Esses brincos e esse colar, a mamãe que escolheu. –Ele riu. –Antes da gente terminar da última vez, eu queria te fazer uma surpresa, queria te pedir pra casar comigo mas eu virei um idiota e não consegui te pedir, porque você merecia coisa melhor. Mas agora em um curto prazo de tempo eu sinto que meu amadurecimento foi tanto que agora eu te mereço, agora sim eu te mereço. Eu não vou te pedir em casamento porque a gente não começa do zero se casando. Mas esse são os meus planos para o nosso futuro. Caralho, eu não queria me amarrar a ninguém, você lembra quando me conheceu? Eu era um filho da puta! Mas agora eu sinto que se eu não me amarrar a você vai ser o meu fim, eu já estou amarrado a você, você me amarrou desde quando entrou no meu quarto toda brava porque eu tinha te molhado de cerveja, e então você descobriu que eu li um romance de mulherzinha e começou a falar sobre isso. Você brigou comigo por causa da Louise e do Will. Foi nesse momento que eu me amarrei a ti, e você ainda deu um nó, Carol. Nós dois tivemos tantas vírgulas, meu amor, mas nunca um ponto final, mas dessa vez eu não queria vírgulas, eu também não quero um ponto final, quero que seja eterno. Então por favor, namora comigo mais uma vez? Vem morar comigo? Você sabe o quanto eu te amo? Porque eu não sei o quanto, eu só sei que é muito. Talvez esse amor seja do tamanho do universo, ou um milhão de vezes do tamanho no universo...
Eu do jeito que sou chorona, a essa altura não tinha nem mais lágrimas!
–Você acha que eu tenho como negar? Acontece Pedro, que eu também estou totalmente presa a você, você também me amarrou e deu um nó. Eu te amo tanto... eu te amo tanto que muitas vezes eu cheguei a te odiar por te amar tanto desse jeito. Você chegou no momento em que eu mais precisava de você. Acho que foi Deus quem te mandou. Você é o meu anjo, Deus viu o quanto eu precisava de você e te jogou no meu caminho com um copo de cerveja. Eu era tão escura, e você me coloriu! Eu te agradeço tanto por ser quem é. Se eu tivesse que escolher alguém novamente, eu escolheria você, eu escolheria passar por tudo o que passamos novamente. Olha quem nos tornamos. Sou uma mulher agora, você é um homem. Nossas experiências nos tornaram o que somos hoje, e é claro que eu aceito morar e namorar com você, aceito também ser sua casa e te peço pra te fazer casa.
–Me faça casa, me faça seu, faça o que quiser de mim, sou seu até quando não quero ser. –Ele me abraçou fortemente. –Por que você sempre volta? Eu sei que eu disse que agora te mereço, mas eu ensaiei e realmente não sei porque sempre volta para mim. –Ele disse fazendo afago nos meus cabelos.
–Eu sempre volto porque é aqui o meu lugar. O meu lugar é onde você está, é ao seu lado. Eu volto porque você tem os melhores beijos, abraços e cheiros. Eu volto porque eu sei que eu nunca vou me fazer de casa para outro alguém a não ser você. Mas agora eu não vou mais voltar, porque o motivo de eu sempre ter voltado era porque no fundo eu sempre soube que chegaríamos aqui, que daríamos certo.
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Ta acabando pessoinhas! Só falta mais um capítulo para a história desses dois chegar ao "fim". Mas o livro da nossa queridinha Bruna já está disponível, o prólogo de One More Thing Again está disponível no meu perfil e prontinho para ir direto para a biblioteca de vocês, vão lá no meu perfil conferir!
Amanhã às 12h (Horário de Brasília) vai sair o epílogo desse livro e outro capitulo do livro da Bruna.
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ONE MORE THING
Roman pour AdolescentsA vida de Carol sempre foi uma farsa, ela sempre sorria quando por dentro queria chorar, e sempre se calava quando na verdade queria gritar. Carol não conseguia se abrir nem para suas próprias amigas mais, ela se sentia só mesmo estando rodeada de g...