Capítulo 2

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Bloqueei o celular e fui analisar minhas roupas. Havia um sutiã parecido com o da Shakira e uma blusa de academia que também parecia. Entrei no banheiro e experimentei, ainda cabiam em mim, mas precisava de uma saia. Fui até o quarto de minha mãe e peguei uma saia preta parecida como a do vídeo. Voltei para o quarto e experimentei a saia. Lembrei que tinha que amarrar a camisa entre os seios, até ela parecer com o sutiã. Fiquei um cover da Shakira! Troquei a roupa pela que estava usando antes.

   Saí do banheiro e logo escutei batidas na minha porta, sem esperar que eu respondesse a porta abriu e mamãe colocou a cabeça para dentro.

   — Estou indo! — Disse ela.

   — Vai com Deus, mãe! Bom trabalho, te amo!

   Levantei-me e fui até ela, trocamos abraços e ela sumiu no corredor. Voltei para a cama, peguei o celular e liguei para Diana.

   — Diana?

   — Oi baby!

   — O que está fazendo?

   — Treinando para o vídeo, estou tão ansiosa! Preciso comprar roupas como a do clipe e você? Como está a tortura? Queria trocar de lugar com você!

   — Está uma verdadeira tortura. — Realmente era uma tortura, mas a ideia de ficar com Copri fazendo aquelas cenas me deixava feliz.

   — Agora vou desligar! Preciso treinar. Beijos Baby.

   — Beijos.

   A ligação foi encerrada. Levantei-me e troquei a blusa e o short jeans por um moletom tamanho G que cobria até a metade do fêmur. Desci e fui até a cozinha. Preparei um chá e fui para a sala assistir enquanto não pegava no sono. Liguei a TV, entrei na Netflix e coloquei Black Mirror para rodar.

   Depois de 2 episódios, fui para o quarto. Apaguei a luz e corri para a cama. Refleti sobre o dia — Na verdade refleti sobre Copri — Ele me tirava do sério, levava-me de um polo para outro. Esqueça! disse para mim mesma. A imagem do quarto foi se apagando lentamente até ficar completamente escuro.

   Escutei sons de árvores e quando abri os olhos, estava em uma floresta. Os pinheiros cercavam-me e a luz da lua atravessava seus galhos. Escutei um choro e decidi segui-lo, estava me aproximando quando o som parou. Escutei passos atrás de mim e pelo canto do olho notei um corpo, não conseguia ver direito, mas ele estava agachado e era muito pálido. Corri, corri muito, saí da floresta e segui pela estrada, um carro veio em minha direção e a última coisa que vi foi a luz do farol inundar meus olhos.

   Abri os olhos e vi que estava em meu quarto, tudo não passava de um sonho, um sonho muito realista. Olhei o relógio e consegui ver um 03 e depois um 15. Ajustei-me na cama e voltei a dormir.

   O despertador tocou outra vez. Levantei da cama, fui até o banheiro, tirei minha roupa e notei um arranhão, mas não dei importância. Depois de banhada, vesti calças jeans escuras, uma blusa amarela de manga longa e calcei sapatilhas. Desci as escadas e fui até a cozinha. Mamãe não estava lá, então abri o armário e joguei o prato sobre a mesa. Passos soaram na escada, vi meu pai fazendo um gesto que ordenava silêncio.

   — Sua mãe finalmente conseguiu dormir! — Papai falou quase sussurrando.

   — Agora? Que horas ela chegou?

   — Às 04:00!

   — Mas não era até às 05:30?

   — Ocorreu um acidente!

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