Capítulo 28

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Há um grande neblina negra na sala. Essa neblina começa a ficar mais densa até assumir a forma de uma grande serpente. Fico paralisada na porta, o susto faz com que eu coração acelere tanto que posso sentir minha carótida pulsar. Sugo o máximo de ar possível para não desmaiar. Aquela serpente negra fica cada vez maior e os seus olhos exalam um grande fogo. Sua língua negra e bifurcada aparece de três em três segundos. Ela rasteja até mim e fica encarando-me profundamente. Seu olhar faz com que eu trema de medo. Ela deita sua cabeça em meus pés e começa a lamber minha perna.

Levanto um pé bem devagar para que ela não perceba e depois piso com força em sua cabeça. Todo o seu corpo balança de um lado para outro, atravessando todos os objetos da minha casa. A serpente torna-se novamente uma neblina e some. Caio sentada e respiro, mas não perco tempo e vou logo pegar a adaga.

Já em meu quarto, coloco a adaga no bolso do meu casaco e decido organizar coisas da minha vida, mas paro um minuto para ligar para David que por sinal ainda segue como "Este número de telefone não existe!". Lá em baixo, a porta abre novamente e escuto mamãe e papai conversando super alto. Desço apressadamente para matar a saudade de vê-los. Mamãe está usando uma blusa azul de manga longa, uma calça jeans azul escuro e uma sapatilha preta. Papai por outro lado, está usando uma camiseta verde, calça social bege e um sapato social marrom. Estão conversando sobre algum assunto sério.

— Vocês chegaram! — Abraços eles fortemente.

— Querida! Que saudades que eu estava! —Diz papai.

— Por que não atendeu minhas ligações? Por que não atendeu quando chamei na porta do seu quarto aquela noite? Onde estava o David? — Mamãe pergunta chateada e arrasada.

Droga! Não posso contar nada do original! Mas... posso aproveitar uma porcentagem.

— Nós... terminamos! — Fico trista, mas não como os meus pais.

— Vocês o quê? — Papai pergunta furioso.

— Por quê? — Mamãe enruga a testa.

— Uma pequena briga, mas não quero falar sobre isso!

— Se não quer... tudo bem, querida! — Papai sobe e percebo que ele ficou super chateado.

Papai sobe as escadas meio desanimado.

— Ele gostava muito do David e eu também! Nos dê um tempo de pensamento! Foi seu primeiro namorado sério, Camila e você simplesmente termina em pouquíssimo tempo. — Ela fica abatida. — Mas estou com você! — Ela abraça-me fortemente. — Vou tomar um banho! — Ela sobe.

Fico ali embaixo sentido-me super culpada e péssima. David realmente não mereceu passar por isso. Mas, dane-se qualquer culpa que queira vencer minha pessoa nesse momento. Sabe do mais? Vou curtir e experimentar algo nada muito comum. Saio de casa, entro em carro e dirijo até a praia. Ao chegar, na praia estaciono meu carro na pista e caminho pela areia. A praia está super deserta, o vento faz que o meu cabelo permaneça constantemente no ar e a areia toma canta do meu pé. Caminho até a água, tiro minha roupa e entro na água usando calcinha e sutiã. As poucas ondas fazem que meu corpo vá e volte, a água fria faz com que eu trema um pouco, mas ignoro tudo isso. Começa a nadar de um lado para outro, jogo o cabelo, brinco sozinha na água como se eu tivesse um namorado imaginário. Grito "Uhuuuu" várias vezes. Finjo que sou sereia e faço outras coisas do tipo. Ao olhar para a areia, vejo um garoto agachado de frente para meu vestido e de costas para mim. Passo as mãos no cabelo e caminho até ele. O som da água revela que estou aproximando, mas ele não me dá atenção. É um garoto branco, forte, cabelos louros e curto. Está usando uma camiseta branca, calça jeans preta e seus pés estão descalços. Ele está riscando algo no chão. Aproximo-me ainda mais.

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