Extranatural

Capítulo 26

— Cometi um equívoco!

Olho para a porta e encontro um homem que parece ligeiramente com David. Respiro fundo. Aliviada e tensa, deixo meu corpo relaxar. Começo a caminhar até a mesa 2.

— Se você ainda gosta do David... pode investir nesse cara aí!

— Diana, sem a menor chance! — Vou até a mesa 2 e pego os dois guardanapos sujos de maionese, a cestinha com duas batatinhas fritas deixadas para trás e a lata de coca vazia com dois canudos. Retorno ao balcão e jogo tudo no lixo.

— Aqui vem muito gatinho?

— Amiga! Você só fala de homem!

— Gosto muito! — Ela pega um canudo e começa a morder.

— Camila, manda uma mensagem para a cozinha com um pedido de hambúrguer e uma coca em lata. — Diz Alec que apoia o cotovelo no balcão.

— Ok! — Começo a anotar.

— Você conhece a Camila desde quando? — Pergunta Alec.

— Desde que nasci! Nossas mães estudavam juntas. — Diana joga o cabelo para trás. — Você é gay mesmo?

— Diana! — Encaro ela.

— Sem problemas, Camila! — Alec começa a rir. — Sou sim! Está afim de que eu abra uma exceção para você? — Ele aproxima tanto o rosto do dela que Diana fica zonza. — Quem sabe, né? — Ele abre um sorriso, se afasta e sai.

— Amiga! — Ela pressiona o balcão com força. — Eu preciso casar com esse homem! Se encontrar uma calcinha no chão é minha! Ela pesou com a umidade! — Ela fica olhando fixo para ele e eu começo a rir muito. — Você tem carta branca para esse meu coração, eu amo você! — Ela canta olhando para ele.

— Amiga! — Dobro a risada.

O sino avisa novamente que alguém entrou e então eu sinto uma energia super forte. Olho para a porta e lá está ele. O Lavoh que me sequestrou outro dia.

— Olha o balcão! Não menciona meu nome por nada e se o Alec perguntar por mim apenas diga que eu precisei resolver uma coisa. — Diana toma meu lugar e eu começo a caminhar pelo corredor, passo do banheiro, da cozinha e chego no pequeno quintal que há no fim do corredor. Começo a olhar disfarçadamente para o balcão e vejo ele entrar no corredor, mas ninguém para ele. Talvez deva estar usando truque.

— Eu sei que você está aqui! — Ele diz em minha mente.

Afasto-me da porta e analiso minhas chances de escape. Há três vassouras empilhadas do outro lado, dois rodos, dois baldes, uma mangueira, um enorme deposito de lixo cor de azul. e... minha capacidade de desejar estar em um lugar e ir. Fecho os olhos e desejo estar em minha casa, mas... não funciona. Tento uma, duas, três vezes até que desisto. Subo no deposito de lixo, passo uma perna pelo muro, depois a outra e então caio no estreito beco. Começo a caminhar apressadamente e então dois cachorros ferozes entram no beco. Um de cada lado. Começo a suar e rezo para eles não começarem a latir, mas pelo contrário. O latido é tão alto que até eu tapo o ouvido. Sinto a energia aumentar e ao olhar para trás encontro o Lahov usando sua calça jeans azul escuro, bota de pescador preta, camisa preta e um tipo de capa de pescador cor marrom escuro. Suas orelhas são como as de um duende e seu enorme cabelo tem uma parte raspada acima da orelha direita. Ele fitou-me profundamente, o que resultou em uma eve fraqueza e tontura da minha parte.

— Não tem para onde correr! — Ele abre um sorriso perverso, mas doce. — Os cães... bem, estão loucos para morder você! Não escapará hoje. — Ele coloca suas mãos dentro do bolso da calça e caminha de uma maneira sexy até mim.