Capítulo 29

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Com a visão totalmente escura eu sinto tudo, menos positividade. Dor, tristeza, desespero, tormenta, tortura, ódio, rancor, fraqueza, maldade e tudo que é negativa toma meu corpo. Não sinto, mas nenhuma paz. Sinto que a nuvem não tomou conta das minhas mãos, pois estão esticadas distante do meu rosto, mas chegará em breve. Com os dedos, faço o símbolo da cruz com os dedos e a nuvem corre rapidamente abandonando todo o meu corpo. Minha visão fica limpa e eu volto com meus movimentos. Levanto rapidamente, pego um terço que fica em meu criado mudo e jogo na nuvem. Ela treme e revela choques intensos. Segundos depois ela explode e some. Levanto e corro até o quarto dos meus pais na esperança de ficar em um lugar mais inalcançável para a atmosfera maligna. Tranco a porta e corro para o canto do quarto. Escuto passos leves no corredor.

— Camila? — Diz uma voz feminina. — Droga eles já chegaram aqui!

Deve ser o anjo feminino que Lorenzo pediu que viesse. Corro para a porta e abro lentamente.

— Senhorita Jéssica? — Digo incrédula.

— Camila? Graças a Deus! Pensei que tivesse ocorrido algo com você.

  A senhorita Jéssica está usando uma vestido branco curto e uma gladiadora dourada.

— Aconteceu! — Minha voz falha querendo dar espaço para o choro.

— O quê?

O sofá começa a levitar na altura do andar de cima e vem correndo até a senhorita Jéssica, mas seguro o braço dela e puxo para dentro do quarto. O sofá bate com tanta força que posso jurar que quebrou a parede.

— Eles estão aqui! — Ela fica tensa.

— Como sabe? É você o anjo que Lorenzo pediu para cuidar de mim?

— Sim! — Ela fica olhando para a porta.

— Seu nome angelical é Jéssica ou é nome de caída?

— Não sou caída! Meu nome original é... — Ela fica mais tensa ainda. — Purah!

— Mãe?

Meu corpo fica fraco na mesma hora e luto para não deixar ele cair.

— Sim! — Os olhos delas ficam cheios de lágrimas e ela abre um sorriso sincero.

— Você... você é minha mãe!

Abraço ela com muita força. Depois dessa luta entre anjos e demônios eu até sinto que essa família é realmente a minha. O abraço da senhorita Jéssica é tão forte. Ela beija minha cabeça, mas o som do sofá descendo a escada faz com que voltemos ao presente.

— Emoções para depois! Tenho que salvar você primeiro, filha! — Ela segura minha mão e eu fico muito feliz ao ouvir a palavra filha. 

— Precisamos de um plano, mas é arriscado passar pelo andar de baixo!

— Não para uma mãe!

Ela segura minhas mãos e caminha até a porta.

— Vou abrir e temos que correr rapidamente!

— Certo!

— Um, dois, três e já.

Ela abre a porta e nós corremos rapidamente. A atmosfera é tão densa que poderíamos rasgar ao meio com uma faca. Corremos pela sala e vejo que tudo está revirado. Ela abre a porta rapidamente e nós saímos correndo. Os pássaros começam a voar pelo ar com cantos intensos.

— Pássaros pressentem desastres!

Nessa hora vemos surgir na porta a mesma serpente negra que vi nessa tarde. Ele está com muito ódio saindo de seus olhos.

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