Não vai voltar

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Camila POV

Acordei dias mais tarde me sentido apreensiva. Era como se estivesse sentindo que uma bomba poderia me atingir a qualquer hora, então minha vontade de sair da cama foi exatamente nenhuma.

Dinah ainda estava na minha casa. Sabe quando dizem que você sempre vai ter alguém que signifique tanto pra você, que você seria capaz de deixar a sua vida em segundo plano para se certificar que a outra vai ficar bem e cuidar dela quando tudo o que ela faz é destruir sua vida de pouco a pouco? Eu entendi que Dinah seria essa pessoa que cuidaria de mim, mas ao mesmo tempo, me sentia horrível por não devolver o enorme suporte que ela vinha me dando q vida toda.

Ela me arrastou para fora da cama e fora do quarto. Eu querendo choramingar para não ter de sair. A casa estava silenciosa. Sofia na escola, meus pais trabalhando. Não era perfeito para faltar aula e passar o dia na cama?

Para Dinah a resposta óbvia foi não. Nós saímos de casa e caminhamos até minha lanchonete favorita. Pareceu cedo para pedir fritas, hambúrgueres e soda, mas Dinah não se importou. Ela só queria me ver melhor do que eu estava hoje.

- Talvez você vá virar uma baleia se eu for te trazer aqui todo dia, mas se isso significa que você vai sorrir assim uma vez por dia enquanto come essas porcarias, então é quase aceitável. Fora o ponto que se você ficar mesmo uma baleia e não conseguir andar, não vou conseguir te arrastar até aqui. – Falou como se estivesse comentando sobre um assunto sério e eu gargalhei fraco. Dinah sorriu pra mim. – Você sabe que eu te amo muito e me dói ter que te ver assim, então faz algo por mim pelo menos agora. Melhora essa cara, deixa um sorriso no rosto e tenta pelo menos fingir que você está melhorando. Talvez acabe acontecendo, mas é doloroso demais ter que te ver assim o tempo todo.

- Desculpa por isso. Eu sei que você deveria ter voltado pra casa tem meses e que está com saudades de todo mundo. Eu disse que talvez você não precisasse mais estar aqui. Vou ficar bem, certo? – Perguntei antes de dar um gole na minha vitamina favorita. Continuei com os meus olhos fixos nela.

- Você vai ficar bem sim, mas até lá, a Dinah aqui continua com você pra te impedir de continuar sendo uma ogra com todo mundo. – Riu. – Você pode dar um tempo e tentar encontrar meu bebê louco, atrapalhado, que é cheia de sonhos exagerados, mas sabe exatamente o que quer da vida? Ele deve estar perdido ou escondido aí dentro. Pode dar uma vasculhada aí e vê se a encontra?

Eu ri triste porque eu realmente percebi o quanto eu deixei de ser quem eu era por ter sido deixada por alguém, mas continuei sendo uma bosta porque estava com medo de ela voltar e com mais medo ainda de ela não aparecer, o que nesse ponto já era quase um impossibilidade. Ela teria de estar de volta ao trabalho cedo ou tarde.

- Vou tentar fazer isso por você. – Sorri para Dinah e ela segurou minha mão forte. Trocou um olhar preocupado entre olhar pra mim e alguém um pouco mais atrás logo após o pequeno sino da porta fazer barulho.

O meu sangue gelou e aqueceu ao mesmo tempo com a possibilidade de ser ela. Eu tentei respirar forte para tentar sentir seu cheiro. Dinah ainda com a mão na minha. Todos os meus músculos agora estavam tensos. Barulho de passos de aproximaram. Eu fechei os olhos. E se fosse ela?

- Hey, vocês! – Ela falou suave, mas com uma voz fraca e amigável. – Está tudo bem?

- Sim, Tay. Quer sentar com a gente? Você não tem falado muito ultimamente. – Dinah falou. A mão ainda na minha. Não era ela, mas o sangue era o mesmo.

- Desculpa, é que toda vez que vocês me encontram, tudo o que perguntam é sobre a Lauren e não é como se eu realmente soubesse muito dela. Ela só fala com a mamãe e dá um oi pro resto de nós. – Taylor pareceu triste. – Ela disse que estava morrendo de saudades, mas então desistiu de voltar.

Her - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora