Cap-41

385 22 2
                                    

Duas semanas já se passaram desde o dia que descobri que estava grávida, meu Pai já está sabendo de tudo e meus amigos também..

Alex e Keyla ficaram todas bobas conversando com a minha barriga e eu morria de rir...

Na verdade eu ainda não sei o que fazer..

Na escola todo mundo já sabe que estou grávida e o Rafael diz para todo mundo que esse filho é dele e isso me deixa calma..

Minha Mãe insistiu em me levar ao Hospital para ter uma consulta com a genecologista..

Eu sinceramente não queria ir, mas ela insistiu tanto que foi impossível dizer não..

Estava nervosa com a tal consulta. Eu sei que ela quer me ajudar, mas custava me perguntar se podia marcar a consulta antes de já sair marcando?

Terminei de me arrumar e desci para encontrar mamãe e ir para clinica. Ok, talvez eu não tenha motivos para estar nervosa, mas está se tornando impossível fazer meu coração bater mais devagar.

A viagem até a clínica foi rápida e silenciosa. Minha mãe percebeu o meu nervosismo e não puxou o assunto durante o caminho todo..

Carla: Está preparada? - ela perguntou assim que descemos do carro.

Kaylane: Acho que sim. - dei um sorriso nervoso..

Entramos no consultório e ficamos aguardando na sala de espera até que eu fosse chamada.

Não demorou muito e uma morena, de, aproximadamente uns 25 anos, carregando uma ficha qualquer chamou o meu nome.

Respirei fundo umas 1000× e segui a mulher até o consultório com a minha mãe do meu lado.

Fomos recebidas por uma mulher ruiva, ela estava sentada atrás da mesa que fica bem no meio da sala e tinha uma placa escrita Dra. Clara.

Clara: Eu sou a Dra. Clara, entrem e sentem-se por favor. Como vai Carla?- ela falou se dirigindo para minha mãe.

Carla: Eu estou bem doutora e a senhora?

Clara: Comigo tudo ótimo e você deve ser a Kaylane, certo? - Ela olhou para mim e estendeu a mão, que peguei logo em seguida.- Muito prazer Kaylane, primeiro vamos conversar e depois vou fazer uma ultrassonografia.

Ela perguntou sobre coisas básicas, como anda minha alimentação, se pratico algum tipo de esporte, se bebo ou fumo, sobre minha última menstruação.

Quando terminou, ela me guiou até a maca e foi preparar o aparelho ultra.

Clara: Pelo que você me disse, você está com aproximadamente 3 meses.- Ela pediu para que eu levantasse a blusa e colocou um gel qualquer em cima da minha barriga.- Vamos ver como está esse bebê

A doutora estava sendo um amor de pessoa comigo, mas aquela situação era estranha para mim. Eu não queria saber como o bebê do meu agressor estava, não queria ter essa criança dentro de mim..

Clara: Esses são os batimentos cardíacos dos seus bebês.- ela falou apontando na máquina e de seguida apertou em alguns botões e o som apareceu..

Levei um tempo para processar a informação.. "SEUS bebês e não SEU bebê"

Comecei a respirar com dificuldade á medida que eu compreendia o significado de cada palavra. Não era só um, eram dois. Dois bebês. Dois frutos do pior momento da minha vida.

Kaylane: Você disse "SEUS bebês"? tem certeza disso?- perguntei enquanto tentava controlar a minha respiração.

Clara: Sim querida. Você está grávida de gêmeos.

Kaylane: Isso é mentira.- Aquela notícia me pegou totalmente desprevenida, se eu não estava preparada para uma criança imagina para duas.- Olha isso direito doutora, é um engano eu tenho certeza não posso estar esperando gêmeos.

Clara: Não tem engano nenhum Kaylane.- Ela aumentou o som do aparelho.- Está ouvindo? são dois corações.

Kaylane: Claro, dois corações. O meu e o do bebê.

Clara: Não Kaylane, só o dos bebês.

Minha vida estava se resumindo em hospital, notícia ruim, chorar e mais notícias ruins.- Isso não é possível..

Kaylane: Não, não, não, não, não. Não pode ser.

Estava começando a ficar histérica. Quem não ficaria se estivesse na minha situação. Quando finalmente começo a me conformar com a ideia, vem outra coisa e me derruba novamente.

Mamãe veio para o meu lado e tentava me consolar, mas o que estava ruim acabara de piorar.

Kaylane: Eu não posso aguentar isso, eu não consigo.- Eu chorava abraçada a minha mãe.

Carla: Calma meu amor vai ficar tudo bem.- Ela falou.

Kaylane: Não, não vai.

Depois de ver que eu não estava me acalmando, a doutora me deu um calmante. Minha mãe não queria me deixar tomar por conta da grávidez, mas a doutora garantiu que não faria mal pois não havia contraindicações para gestantes.

Quando chegamos em casa, eu estava sonolenta, só lembro que alguém me pegou no colo e me levou para o quarto.

..

Não sei quantas horas eu dormi. Abri os olhos e uma luz fraca entrava pela janela, eu perguntava para mim mesma se estava anoitecendo ou amanhecendo. Estava um pouco lerda ainda.

Me levantei e fui até a cozinha para beber um pouco de água. A casa estava silenciosa, talvez estivesse mesmo amanhecendo. Peguei uma garrafa de água, depois um copo e me servi.

Carla: Finalmente você acordou.

Meu coração estava acelerado devido ao susto por não estar esperando ninguém..

Kaylane: Nossa mamãe, você me assustou.

Carla: Desculpa filha, não foi intencional. Dormiu bem?

Kaylane: Sim. Que horas são?

Carla: Quase 6h da manhã.

Kaylane: Uau! o que a senhora faz acordada tão cedo num dia de sábado?

Carla: Eu não consegui dormir meu amor. Eu sinto tanto por você ter que passar por isso..

Quando ela terminou de falar comecei a lembrar dos acontecimentos passados "Sim. Você está grávida de gêmeos".
Essas palavras agora passavam em minha cabeça como um alerta vermelho. Gêmeos.

Fiquei um pouco tonta e me apoiei na bancada da cozinha. Minha mãe veio me ajudar.

Carla: Você está bem?- perguntou preocupada e me levou para sentar.

Kaylane: Eu pensei que tivesse sido um sonho.

Meus olhos começaram a ficar marejados e um nó se formou na minha garganta, sabia que em breve eu começaria a chorar.

Eu não quero chorar, não quero que as pessoas sintam pena de mim, não quero ter que viver para sempre com esse peso enorme em minhas costas, não quero estar grávida e tão pouco de gêmeos.

Minha mãe me entregou o meu copo, que havia deixado em cima da bancada.
Bebi alguns goles e respirei fundo para tentar diminuir a vontade que tinha de chorar. Por um tempo, isso funcionou.

Kaylane: O que eu vou fazer mamãe?- Perguntei mesmo sabendo que ela não teria resposta para os meus problemas.

Já estava sendo muito difícil me conformar com a ideia de ser mãe, se é que esse nome encaixa perfeitamente em mim, de uma criança e agora descubro da pior forma que são duas.

Carla: Você tem apenas que pensar bem no que fazer minha filha, de agora em diante nenhuma decisão vai ser fácil.

Kaylane: Eu sei disso e é o que me assusta. Talvez eu devesse fazer um aborto.

Não deixei ela se quer me responder e subi para o meu quarto correndo.

..

Um Romance Adolescente✔ ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora