CAPÍTULO 22

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LUNNA NARRANDO

                  "A VERDADE"

Eu não conhecia esse lado sentimental dele, afinal ele nunca me permitiu fazer parte de sua vida, eu era apenas uma garota abandonada e que morava de favor em sua casa, bom essa era minha concepção de vida, já que eu não sabia exatamente nada sobre minha origem, e como eu vim parar aqui, por mais que eu tenha tentado inúmeras vezes arrancar isso dele, nunca resultou em nada, ele sempre se esquivava do assunto usando de suas grosseirias. Mas agora tendo-o aqui em minha frente pronto para me contar tudo, já não tenho mais a mesma certeza de antes, algo me diz que nada será igual.

__ Eu não sei como te contar. __ Falou cabisbaixo. __ São tantas coisas! __ Suspirou.

__ Quital pelo o começo? __ Questionei avaliando-o atentamente. E depois de alguns segundos de relutância de sua parte, ele começou a falar.

__ Eu tinha apenas 10 anos quando... __ Ele suspirou! __ Quando mataram minha mãe, na nossa própria casa, em seu próprio quarto. __ Cobriu o rosto com as mãos, e como se pudesse sentir sua dor, as lágrimas começaram a banhar meu rosto instantaneamente. __ Eu nem cheguei a ver seu corpo.

Ele  passou a mão pelos os cabelos, é como se estivesse revivendo toda a dor do passado, e aquilo me machucava por dentro, no momento até esquecir o foco da conversa.

__ Meu pai só me falou que foram uns inimigos da família, e que haviam sumido, não foi uma desculpa convincente, mas eu tive que me contentar, afinal eu era apenas uma criança e não poderia travar uma guerra com meu pai para que ele me falasse a verdade. __ Explicou. __ Precisei me mudar para casa dos meus tios, e por mais que eles me demonstrassem amor, nunca era o suficiente, porque eu não tinha minha mãe comigo, meus irmãos eram mais novos e acho que por pura inocência de criança, não chegaram a sofrer tanto, não tanto quanto eu! __ Explicou enquanto apoiva seu rosto sob suas mãos.

Ele estava com suas mãos trêmulas, e eu não ousei dizer uma palavra, fiquei em silêncio esperando que ele continuasse.

__ Depois disso eu me fechei para qualquer tipo de sentimento.__ Ele me fitou com os olhos marejados, e depois voltou a abaixar a cabeça. __ Passado alguns anos, você nasceu, e ele voltou, o mesmo imbecil que tirou toda minha alegria e capacidade de amar e ser feliz! __ Arregalei meus olhos. __ E dessa vez ele queria você e talvez eu também. __ Eu nunca soube ao certo a sua intenção.

__ Por que? __ Perguntei perdida no meio de tudo.

__ Talvez só para prejudicar a nossa família, ou para reivindicar um lugar que nunca foi seu. __ Caleb exclamou magoado. __ Carl era o filho bastardo do meu avô, fruto de um adultério, bom, meu avô não teve culhão para administrar seus erros, e a responsabilidade recaiu sobre nós quando o filhinho amargurado resolveu se vingar. __ Agora tudo parecia fazer sentido para mim.

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