CAPÍTULO 4

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CALEB NARRANDO

Ainda não entendo exatamente o porque de ter ido àquele lugar, mas uma força maior me guiava. Comecei a andar em passos descompassados, e por mais que eu tentasse voltar, os meus pés insistiam que eu deveria continuar, talvez eu esteja ficando louco. Um grito, alguém pedia por socorro, eu já ouvi essa voz, mas não pode ser, eu devo está tendo alucinações, só pode ser.

Não eu não estou, no momento que a vi, chorando e gritando por meu nome, meu coração acelerou mais rápido, e o medo de perde-la invadiu meu corpo. Comecei a tremer, e minha única reação foi pegar a arma, que eu portava na cintura.

Eu fiquei a ponto de explodir quando vi aquele homem a segurando em seus braços. O meu sangue ferveu, e senti vontade de mata-lo ali mesmo sem dó e piedade, mas eu não queria que ela tivesse uma cena como essa em sua mente, então resolvir usar minha arma apenas para ameaçar-lo e mante-lo longe dela, e foi isso que eu fiz.

__ Que droga! __ Exclamei passando as mãos em meus cabelos. __ Por que raios tenho tanto ciúmes dela? ela é apenas uma criança, deveria ser como uma irmã, mas irmãos sente ciúmes não é mesmo? __ Indaguei nervoso, tentando convencer minha mente do que eu acabara de dizer, mas não obtive resposta alguma do meu subconsciente, ao menos não a que ej esperava.

__ Ela não é sua irmã caleb! __ O idiota respondeu o que eu já sabia, me deixando ainda mais descontrolado.

Aquela cena não saia da minha mente, meu Deus o que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado a tempo? eu o mataria se ele tivesse ousado tocar na inocência dela.

__ Pela primeira vez em anos, consegui abraça-la sempre medo! __ Suspirei me encostando na janela do quarto. __ Na verdade nem eu consigo enteder porque eu tenho medo de estar perto dela, talvez o rei esteja certo, é impossível não se apaixonar por ela, e esse sempre foi o meu maior medo. __ Afirmei pensativo olhando o horizonte a minha frente.

Meus pensamentos estavam alheios a tudo, eu só conseguia pensar nela. Sua voz gritando meu nome, ainda pertubava meus ouvidos. Porque ela chamou meu nome?

__ titi caleb ni espela! __ Gritou copiosamente, correndo até mim.

__ Olá pequena! __ Falei me abaixando para ficar do seu tamanho.

__ Eu vim te dá um ablaco de despedida! __ Lunna falou se jogando em cima de mim.

__ Mas o titio não vai viajar meu amor! __ Respondi confuso.

__ Eu sei titi, mas eu sonhei que você ia viajar! __ Ela falou triste.

__ Mas eu não vou, está bem! __ Falei tentando deixá-la feliz, e ela me mostrou um sorriso maior que seu rosto, me deu um abraço e saiu correndo novamente.

Me peguei pensando em uma cena que aconteceu conosco quando lunna completou seus 4 anos, na época achei estranho, mas agora entendo perfeitamente o sonho que ela teve. Eu não iria viajar, e sim me afastar dela.

Afastei esses pensamentos para longe de mim, quando meu estômago me alertou que precisava me alimentar. Desci até a conzinha, e todos já haviam se recolhido, o que me deixou feliz, estou sem paciência para conversas hoje. Fui até a geladeira e peguei um pote de nutella, e uma colher, sentei atrás do balcão e comecei a saborear aquela maravilha.

__ Lis eu...! __ Lunna entrou correndo na conzinha e se assustou quando me viu. __ Desculpa eu pensei que fosse a Elisabeth. __ Se desculpou envergonhada e virou as costas para sair.

__ Acho que ela já foi dormir! __ Respondi naturalmente. __ Precisa de alguma coisa? Indaguei curioso, observando a sua expressão.

__ Não! __ Ela respondeu rápido.

__ Não parece! __ Atirei deixando-a descontrariada e tímida.

__ É...coisa de mulher! __ Ela respondeu gaguejando mais rápido que o normal, virando as costas novamente para sair, e eu sorrir disfarçadamente entendendo do que ela estava falando.

__ Lunna. __ Chamei-a e ela ficou imóvel. __ Na segunda gaveta do seu armário, tem o que você precisa. __ Afirmei sarcástico, levando uma colher de nutella até a boca. 

__ À... tá, obrigada! __ Lunna agradeceu nervosa, e saiu correndo.

Terminei com minha refeição, e subir para meu quarto, mas antes que pudesse entrar, ouvir um choro vindo do quarto de Lunna, me encostei na porta para confirmar, e ela estava mesmo chorando. Que raios, tudo está de cabeça para baixo hoje.

__ Lunna! __ Chamei-a, mas ela não respondeu. __ Lunna abre essa porta, o que você tem? __ Perguntei nervoso batendo copiosamente na porta.

__ Eu estou bem! __ Ela respondeu.

__ Eu sei que não está, ou você abre essa porta, ou eu vou arrombar-la! __ Ordenei sem paciência, e ela ficou em silêncio por alguns minutos até que a porta se abriu instantaneamente. Ela já havia parado de chorar, mas seus olhos estavam inchados denunciando-a.

__ Eu estou bem, só estava lembrando dos meus pais! __ Explicou fazendo aspas com os dedos! __ Nada que você possa resolver dessa vez. __ Ela fez menção de fechar a porta e eu a impedi.

__ Não deveria se lamentar por eles! __ Enunciei e sai para o meu quarto. __ Que burro que eu sou, porque eu me importo, eu não deveria ter ido perguntar! __ Falei comigo mesmo, puxando meus cabelos.

É melhor eu dormir ou vou ficar completamente louco. Em poucos dias ela fará 15 anos, e eu ainda preciso pensar em como vou entregar aquela caixa que a rainha deixou em minha posse.

__ Meu Deus falta apenas dois anos! __ Suspirei pensativo. __ Eu não vou casar com ela, não mesmo, ela não merece isso, ela tem o direito de conhecer alguém e se apaixonar, eu nunca reivindicaria meu lugar em sua vida!__ Falei me ajeitando na cama.

Eles tem que resolver esse problema logo. Porque raios ela não nasceu na mesma década que eu, resolveria pelo o menos metade dos meus problemas, porque não passa nem perto da minha cabeça, casar com uma criança de 16 anos. Como eu explicaria isso para ela? Eu não posso simplesmente falar, "olá lunna, o seu querido papai está vivo, porém não pôde criar a filha porque está se escondendo de seu irmão bastardo que quer te matar, e me prometeu sua mão em casamento caso eu aceitasse ser sua babá temporariamente.

Eu não vou destruir todos os seus sonhos de encontrar um príncipe encantado, casar ter filhos e ser feliz para sempre.

__ Mas você é o príncipe encantado! __ Meu subconsciente me advertiu.

__ Eu sei seu idiota, mas no que depender de mim, ela nunca saberá disso. __ Respondi usando todo o meu sarcasmo.

Que droga, como eu vou fazer isso, se não gosto nem de cogitar a idéia de ter um outro homem tocando em sua pele. Esse meu ciúme possessivo ainda vai acabar me matando. Afastei esses pensamentos insanos da minha cabeça, e resolvir dormir, quem dera se eu caísse em um sono profundo, e só acordasse quando tudo isso acabasse.

Boa leitura!!

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