Descoberta

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  - Você foi violentada? - Minha voz sai em um sussurro.

  - Sim. - Confirma.

  - Por meu pai? - Uma lágrima quente escorre por minha bochecha.

  - Infelizmente.

  - Você teve coragem de denúcia-lo? Não teve medo de não acreditarem em você?

  - Era o melhor a fazer, mesmo recebendo ameaças e tal. Você esconde algo Samantha?

  Tomo um leve susto.

  - Na... Não. - Gaguejo.

  - Você esconde algo, disso eu sei! - Ela continua. - Eu posso ajudar você.

  - Eu não escondo nada! - Grito e saio correndo.

  Corro sem rumo entre as árvores nuas sem suas folhas, lágrimas caem, soluços cortantes. Tropeço em algo e acabo caindo nas folhas secas.

  Mim encosto em um tronco e enfio minha cabeça no meio das minhas pernas.

  "Samantha, Samantha"

   De longe podia escutar, era como se tivesse um mar e a maré estivesse trazendo aquela voz melancólica.

  - Samantha que mim matar de susto. - Vanessa cai de joelhos onde eu estava. - Por que está chorando?

  Ela tira o cabelo do meu rosto.

  - Eu tenho medo... medo dele mim matar, tirar meus amigos, minha mãe... - Falo sem pensar.

  - Quem? Quem irá matar você?

  - Por favor não conta para ninguém! Wagner mim estuprou... - Confesso.

  - Wagner nosso tio?

  Apenas balanço a cabeça.

  - Vamos. Vamos conversar melhor, se acalma.

***

  Depois de mim recompor, voltamos ao mesmo lugar que minutos antes estávamos.

  - Mim conte desde o começo. Não se sinta constrangida, já passei por isso.

  - Quando ele chegou em casa, ele estava agindo estranhamente, eu não liguei muito pois faltava apenas uma semana para minha formatura. - Dou um sorriso ao lembrar que antes de ir para o reformatório, eu tinha vários sonhos, profissões. -- Fui comemorar com meus amigos, e foi quando recebi a notícia que minha mãe iria viajar... Bom e ai você sabe.

  - Que canalha! - Vanessa xingava. - Mexeu com uma mexeu com todas.

  Sorri.

  - O negócio de você ir para o reformatório tem haver com isso?

   Concordei.

  - Ele iria mim matar com a faca,  mas fui rápida e consigui tirar da sua mão e foi nessa hora que minha mãe chegou e olhou tudo... pensei que ela confiasse em mim.

  - O melhor que tem que fazer é denúcia-lo. - Encoraja.

  - Ele ameaça meus amigos, minha mãe...

  - Eles sempre ameaçam, mas nunca fazem. Eles têm medo.

  - Eu não tenho coragem...

  - Quando você tiver, conte. - Ela sorri. - Vamos? Já está quase na hora do almoço?

  - Vamos.

                 Vanessa

  - Quando precisar de mim sempre estarei aqui. - Pego sua mão.

  - Obrigado Nessa.

  Assim que Samantha sai do carro e vejo ela sumir na porta dou partida.

   - Desgraçado! - Xingo.

  Estaciono o carro depois de chegar na velha oficina.

  - Onde está o Wagner? - Pergunto à um homem gordo e careca que estava encostado em um dos carros.

  - O que uma princesa faz aqui? - Ele mim observa de cima a baixo e para em meus seios.

  - Que falar onde está o desgraçado do Wagner? - Mim altero cobrindo meus seios com a jaqueta.

  - Tá ali. - Ele aponta a um carro distante onde uma silhueta parece estar consertando.

  Saio pisando duro até ele. Ao mim aproximar ele percebe e se vira, e lança um largo sorriso.

  - Está mas linda. - Ele comenta.

  - Não disfarça. Você prometeu que quando jogasse toda a culpa em Victor você deixaria tudo e todos em paz.

  - Do que está falando?

  - Não se faça de desentendido, você sabe muito bem do que estou falando.

  - Samantha?

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Estamos na reta final do livro...

 

O Meu Tio (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora