Capítulo 30

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Final

Sai com Henrique para o Jardim. Haviam algumas crianças brincando. Nos afastamos um pouco caminhando e ele pegou em minha mão. A felicidade naquele momento surgiu reacendendo vários sentimentos bons. 

- Eu quero te fazer um pedido... - disse ele parando e ficando de frente pra mim. 

- Claro. Pode falar. - sorri em afirmação. 

- Quero que saiba primeiro que eu amo você, e que tudo o que eu mais desejo é viver cada momento com você... - dizia ele me fazendo sorrir e encher os olhos de lágrimas de emoção. - Eu gostaria que viesse morar comigo, no Reino que será nosso. - terminou me deixando surpreso com a proposta. 

- Eu não sei o que falar. - respondi. 

- Apenas diga que sim... seu irmão está casado e concorda com isso. - falou ele revelando que já havia conversado com meu irmão sobre. Pensei um pouco e o olhei. 

- Eu também amo você. E agradeço muito por ter entrado em minha vida desde aquele dia que te vi no bosque... - fiz uma pausa. - Vou adorar ir contigo. - sorri. 

Seu rosto se ascendeu de felicidade. Ele me abraçou tirando meus pés do chão e girando comigo em seus braços. Sorrimos juntos. Ele parou, me colocou de volta no chão, segurou meu rosto e me beijou. Como nunca feito antes. 

Algumas semanas se passaram desde que vim morar com Henrique em seu reino. Minha cumplicidade com Arthur só crescia. Sua mãe agora me tratava como um filho. Sempre ia ver meu irmão e ele vinha nos visitar também. Nunca mais ouvimos falar da Ágatha. Não sei o que havia acontecido com ela, para onde ela tinha fugido... mas não importava, nos encontrávamos todos unidos dessa vez, em uma felicidade completa, e nada que ela fizesse poderia destruir isso. 

Naquela tarde, sai para a varanda do quarto e observei o por do sol. Olhei para trás e vi Henrique ainda deitado na cama, dormindo. Ele era tão bom, tão certo. Senti o vento bater em meu rosto. E lembrei dos dias em que quase perdia as esperanças e de tudo ter mudado quando o encontrei naquele bosque. 

Ainda deitado ele abriu os olhos e ficou me olhando em pé ali na varanda, e simplesmente meus olhos se alinharam com os seus. 

Senti meus medos indo embora e pela primeira vez me senti vivo o suficientemente, pronto para ser feliz, verdadeiramente, como era antes de meus pais morrerem. E eu, Príncipe Charlie, que jamais sonhei com algo tão precioso assim, estava vivendo esses momentos bons em minha vida, com ele. Enfrentei meus medos, e isso significava que enfrentei o mau do qual havia me perseguido por muito tempo.  E que, naquele momento, eu estava feliz, por está ao lado dele. Estava completo e meus dias não poderiam serem melhores. Não importa o quanto amargo tenham sido aqueles tempos sombrios em que a irmã má havia me colocado, porque no agora eu estava vivo e tinha ao meu lado ele, o mais lindo Rei do Bosque, e já não importava mais nada além de nós.

Alguns meses depois... 

- O que você quer? - dizia já chorando. 

Ela havia me prendido em umas correntes e levado para o subterrâneo do castelo onde ninguém tinha acesso. 

- Você realmente achou que havia vencido? Sou mais esperta que você. Aliás, que vocês todos. - disse ela rindo alto. 

- Você nunca vai escapar. - falei gritando.

Ela então veio até mim e bateu em meu rosto com toda força. Tirou de dentro de sua capa um pedaço de madeira, que logo se ascendeu. 

- Agora você está acabado, Arthur. - apontou aquela varinha pra mim, saindo um faixo de luz forte dela. 

Pulo da cama nesse momento, completamente suado... em seguida uma sensação de alívio invade meu corpo. 

- Estava apenas sonhando. - falo em voz alta.

Olho para o quarto e vejo todos os móveis afastados. Fico sem entender o motivo. Esfrego meus olhos e os observo novamente e eles continuavam onde estavam, afastados. Me levanto devagar da cama e enrolo meu pé sem querer no pano me fazendo tropeçar. Fecho os olhos rapidamente e quando os abro percebo que não havia caído. Eu estava... flutuando próximo ao chão. Assustado saio do transe e caio ao chão. 

- Co... como isso pode acontecer? Não acredito... comigo não. - dizia desesperado.
Ouço então a porta bater. Era minha mãe. 

- Arthur, aconteceu algo? Ouvi alguns barulhos e você gritar.

Úrsula continua insistindo em bater na porta sem respostas dele. Henrique estão chega com Charlie onde ela estava e empurram a porta. Ao entrarem encontram apenas bagunça na cama e no quarto e a cortina da janela, que estava aberta, balançando com o vento.

Agradecimentos do Autor
Oooooi lindos, finalmente o final eim... Eu peço desculpas por qualquer falha minha durante a série, por essas demoras, por não ter suas expectativas. Eu escrevi da forma que me sentia a vontade, logo foi uma escrita leve.
Quero agradecer a todos que acompanharam, que me motivaram a continuar e que me deixaram a vontade aqui. Estou realmente muito grato e feliz.
E sobre o final... hm, só tenho a dizer que amo um recomeço.
Um forte e fraterno abraço a todos. Beijos e até breve. ❤

Os Dois Lados do Espelho (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora