Capítulo 21

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Narrado por Charlie  

- Não posso ficar mais aqui, preciso aproveitar esse momento e fugir. - falei pra mim mesmo. 

Me levantei da cama ainda fraco. Peguei algumas coisas no armário, um casaco e sai em direção da saída da cozinha. Precisava tomar cuidado, ninguém poderia me ver. Ao chegar na cozinha, me escondi atrás de um armário e esperei Antonela sair de lá. Ela seria um problema despistar, os outros empregados nem reparariam eu passar, já que estaria com a capa. Ao ver que ela se retiro da cozinha, coloquei o capuz e sai as pressas de lá. Passei pelo portão dos fundos onde só os empregados tinham acesso e onde eu entrava quando ia passear no bosque. 

Ao passar pelo portão, apressei os passos e quando me dei conta já estava correndo. Não sentia meus pés correndo, eu apenas queria sair logo dali. Tinha certeza que se ficasse lá meu irmão iria dar um jeito de ferrar mais ainda com minha vida. 

Logo cheguei no bosque, corri por entre as árvores sem saber ao certo pra onde ia. Desviei do caminho que dava na cidadezinha e fui por outro que não estava acostumado a caminhar. Passei rapidamente por uns galhos secos e minha capa se prendeu em um dos galhos. Eu puxei com força e ela se rasgou, deixando um pedaço dela enganchado na árvore. Sem perder tempo, voltei a caminhar depressa. Aquela altura acho que iria demorar um pouco para que meu irmão me encontrasse. Tinha certeza que Antonela já havia dado minha falta. 

Ao chegar no final do bosque, meus olhos percorreram todo o local, observei tudo a minha volta, não me lembrava daquela região. Caminhei mais um pouco e avistei uma pequena e simples fazenda, parecia-me que ela se encontrava ali a muito tempo, sua madeira rígida e airada denunciava a época antiga que havia sido detalhadamente arquitetada e construída.
Resolvo me aproximar um pouco mais do lugar, chegando mais perto pude avistar um campo de um verde vivo e intenso mais belo não havia visto ainda como aquele, sendo o mesmo tão convidativo para adentrar, não tendo encontrado qualquer sinal de fazendeiro ou camponesa habitando o local, resolvi então que passaria a noite por lá. Entrei no campo e observei o quanto ele parecia-me mais aconchegante. 

Resolvi me sentar um pouco em um balanço que havia do lado de fora para descansar um pouco, ao me encostar mais um pouco tive uma sensação estranha que dias tenebrosos viriam pela frente, e que teria que me preparar para enfrentar os mesmos de alguma forma.
Parei e comecei a me questionar sobre o que estaria acontecendo no castelo e como meu irmão estaria nesse momento. Um forte calafrio subiu pelo meu corpo. Estremeci. 

Narrado por Arthur 

O Charlie está em perigo, preciso encontrar meu irmão rápido. Ele precisa ajudá-lo. Sai a procura do meu irmão, fui até a sala, quarto, biblioteca. Mas não encontrei ele em lugar algum. Corri até a área de treinamento e avistei ele de longe. 

- Irmão. - falei alto se aproximando rapidamente. - Precisamos ajudar o Charlie, eu não sei o que pode acontecer se não formos até, o Ethan não é uma boa pessoa e ele pode fazer algo contra ele... - falava sem respirar. 

- Calma, calma. Respire e tente explicar mais claramente o que está acontecendo. - falou ele assustado com o que havia falado, mas mantendo o controle. 

- Recebi um recado dele. - peguei o papel e mostrei a ele. - Eu tenho certeza que Ethan vá fazer algo contra ele, por favor, vamos até lá. 

- Eu não acredito que nossa mãe seria capaz de fazer isso. - falou ele incrédulo. - Depois converso com ela, vamos até lá agora. 

Sai acompanhando meu irmão, ele resolveu ir montado apenas no cavalo, que seria mais rápido do que ir numa carruagem. Ele montou no cavalo e eu montei no mesmo que ele, segurando forte em sua cintura. 

Não demoramos muito para chegarmos no castelo. Meu irmão estava nitidamente nervoso e furioso. Os guardas deram passagem assim que avistaram que era a gente. Ele entrou no castelo rapidamente e eu o segui. 

- CHARLIE. - gritou ele assim que entrou. Subindo as escadas em direção ao quarto dele.
- A que devo a honra, cunhadinho. - disse Ethan se aproximando de onde estávamos com um sorriso no rosto. 

- Não me venha com essa de cunhadinho, porque se depender de mim você nunca entrará para minha família. - falou ele furioso indo de encontro ao Ethan. - Onde está o Charlie? 

- No quarto, descansando. - falou Ethan. 

- Mentira! - disse Henrique exaltando a voz. - Ele pediu ajuda alegando que você havia o trancado... 

- Eu não me importo que você seja rei, mas aqui no meu castelo você não vai falar comigo assim. - disse Ethan já aumentando a voz. - O Charlie? Eu o tranquei sim, mas ele fugiu. E espero que não volte... Ou melhor, que os lobos deixem seu corpo em pedaços. 

Ao terminar de pronunciar isso, meu irmão deu um soco na cara do Ethan. 

- Isso não vai ficar assim. - falou apontando o dedo na cara dele depois de dar o soco. 

Saímos rapidamente do castelo. Meu irmão não deu uma palavra no caminho de volta para casa. 

Ele desceu rapidamente do cavalo e foi de encontro a nossa mãe. Que estava na sala de costura com minha irmã. 

- Meu assunto agora é com você. - disse apontando para nossa mãe. - Valentina, se retire agora.

Os Dois Lados do Espelho (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora