XII - Party, friends, confessions PART 3

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A festa já não era tão engraçada. O som já não era tão animador e as bebidas não eram mais tão gostosas. Fiquei andando com Kiba por todos os cantos, vestindo roupas masculina e um chinelo com dois números maiores que o meu. Alguns olhares me rodeavam, mas disfaçavam conforme eu os reparava. Seria mentira se eu dissesse que não procurei Sasuke um minuto sequer. Eu o procurei incansavelmente com meus olhos, mas por mais que eu quisesse, eu não poderia encontrá-lo.

— Está todo mundo falando o que aconteceu. — Hinata se sentou ao meu lado. Entre todas as minhas amigas, era a que estava em melhor condição. — Sinto muito. Desculpa não estar do seu lado durante a festa.

— A culpa não foi sua. Nem de ninguém. — Ponderei, encarando meus pés. — Aliás ... Você viu o Sasuke?

— Ele passou por aqui, andando um pouco torno. — Torceu os lábios. — Foi para os fundos da casa, sozinho. Não me pergunte o que foi fazer. Naruto disse para não irmos atrás dele, então deixamos isso pra lá.

— Entendi. — Ficamos em silêncio por um tempo. — Vou pegar uma bebida. Quer alguma? — Negou.

Me levantei, passando a mão na bunda para limpar qualquer sujeira. Caminhei em direção ao barzinho, mas a curiosidade para saber o que Sasuke fazia sós era grandiosamente incômodo. Olhei para os lados, me certificando de que ninguém me reparava.

Os fundos continham pequenas luzes fracas. Um banheiro se encontrava com a porta encostada. Caminhei lentamente, olhando entre o vão da porta.

— O que faz aqui? — Sasuke se sentava dentro de uma grande banheira vazia, enquanto mexia no smartphone. Empurrei a porta, entrando e encostando-a novamente.

— Como soube que sou eu?

— Eu não sabia. — Disse apático. — Apenas falei sem razão.

— Entendi. — Caminhei lentamente em sua direção. — O que faz sozinho?

— Gosto de ficar sozinho.

— Não costumo te encontrar sós por aí. — Rebati, entrando na banheira, sentando-me em sua frente.

— Tudo bem ... Você venceu. — Sorriu. — Estou pensando em ... coisas. — Travou na última palavra. — Não me pergunte. Não irei te dizer.

— Está escondendo algo de mim?

— Eu escondo tanta coisa de você. — Rebateu, me encarando com certo vazio em seus olhos.

Apenas fiquei em silêncio, tentando não pensar no que acabara de ser dito. Eu nunca esperava que Sasuke escondesse algo de mim e foi inevitável não ficar desapontada com tamanha descoberta. Ele continuava a ficar me evitando, olhando para lugares aleatórios do qual seus olhos não se chocassem com os meus.

— Gostaria que nossa amizade não colecionasse segredos. — Ponderei.

— E eu gostaria que nossa amizade ... não fosse uma amizade.

— Que?

— Nada. — Calou-se outra vez.

Eu tinha ouvido. Claro que eu ouvi. Mas não queria entender o que aquilo significava. As palavras de Kiba, todo o carinho que havia comigo. Eu sabia que havia sido ele a pessoa que trocou minhas roupas. Eu sabia que ele havia me despido, colocado o short e a camisa em mim, mas pra mim tudo aquilo poderia ser descrito como irmandade. Ele havia se preocupando comigo, como um irmão. Ele havia machucado seu abdômen, como um irmão ... ou não?

Minhas pernas começaram a balançar de nervosismo. Eu queria perguntar o que se passava em sua mente. Eu queria tirar todas as suas intenções de dentro da sua caixa para que eu pudesse ler cada uma delas, com calma, paciência e irmandade.

Metade da Lua - [ CONCLUÍDA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora