XXII - Reapplying

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Havíamos parado em um pequena pousada para que Sasuke pudesse descansar. Ainda me encontrava sonolenta quando acordamos para retomar a viagem. Sasuke havia me chamado às cinco da manhã. Nem preciso dizer o quão grogue eu estava, né?

A estrada até Saitama não era tão extensa, mas a companhia não me empolgava tanto quanto eu esperava. A alguns dias Sasuke era um deus-nórdico. O próprio Loki. Hoje a única semelhança viável entre os dois era na facilidade incrível de enganar e mentir.

Sim, eu havia guardado rancor do assunto relacionado ao basquete. Ele ainda iria me pagar.

Observava-o de soslaio algumas vezes, com minha cabeça encostada na vidraçaria da BMW do maravilhoso Sasuke Uchiha (só que não). Tudo o que eu queria era chegar em casa e dar um beijo bem estalado no meu pai e rever meus amigos do qual eu não via a quase um ano. O tempo em que me mantive acordada era incrivelmente tedioso. O rosto liso e incrivelmente desenhado de Sasuke não foi o suficiente para prender a minha atenção. Apaguei e apaguei feio. A prova disso foi ter acordado com Sasuke me dando tapinhas em meu rosto.

— Você está babando no meu carro.

— Quê? — Perguntei ainda na onda do sétimo sonho. Nessa altura do campeonato eu dançava com Odin no monte Olimpo.

Não me perguntem como ele foi parar na grécia. Eu também não sei.

— Acorda. Chegamos. — Dizia, enquanto pegava as malas.

Era incrível como o humor do Sasuke era Bipolar. Até ontem ele pedia pelo o amor de Deus para que eu entendesse seus sentimentos e o aceitasse, e então, em um dia ensolarado, reclama por ter babado no seu carro.
Levantei um pouco enfurecida e então ouvi um riso nos lábios de Sasuke.

— Ta rindo do quê? — Perguntei ríspida.

— Se eu soubesse que você era tão feia quando acorda, não teria brigado com meu irmão por você.

— Ah, vai tomar no seu cu Sasuke. Me deixa.

— Agora é tarde demais. Estou apaixonado. — Levantou um dos ombros. — Será que teu pai está dormindo? — Dizia, enquanto observava o local. — Esse lugar parece uma roça.

— Se continuar falando, eu vou roçar essa tua cara, garoto estúpido. — Caminhei, puxando minha mala com rodinhas junto comigo.

Meu humor estava péssimo após os últimos acontecimentos. Meu orgulho estava ferido e tudo o que eu queria fazer era afastar Sasuke de mim. Talvez isso explique os foras repentinos, mas Sasuke parecia não se preocupar. Ao contrário disso, participava do pequeno show.

— Olha só. Ela está corajosa.

Fiz uma careta com a lingua e parei sobre a porta de casa. Estava tudo do mesmo jeito que havíamos deixado. Uma redezinha na varandinha da frente e um balanço no gramado do quintal. O meu balanço.

Ponderei por um tempo antes de tocar a campainha. Talvez ele estivesse mesmo dormindo.
Após umas três tentativas, ouvi alguns passos arrastando o chão da casa e então uma figura feminina abriu a porta para nós.

— Pai? — Perguntei confusa.

— Olá Sakura. Que bom que chegou. Entre! — Dizia, incrivelmente educada. — Traga seu namorado também.

— Ele não é meu ... — Sasuke passou por mim, largando as malas sobre o corredor e sentando-se sobre a cadeira da mesa. — Namorado. — Resmunguei para mim mesmo. — Onde está meu pai? — Perguntei ainda incrédula.

— Oh, ele ainda está na cama. Tinha me dito que você viria, mas ele estava tão cansadinho. — Respondeu enquanto preparava alguns bolinhos que eu deduzia ser para o café.

Metade da Lua - [ CONCLUÍDA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora