O Amor...
"Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra."
- A culpa é das estrelas
— Não! — Isabela resmungou, quando o celular começou a tocar, acordando-a poucos instantes após ter conseguido dormir.
Sem levantar, esticou o braço e alcançou o aparelho sobre o criado-mudo, lendo com dificuldade as mensagens de sua mãe, e no mesmo instante seu sono despertou, trazendo de volta as inúmeras duvidas que martelaram em sua mente durante a madrugada toda. Isabela desejava mais do que qualquer outra coisa no mundo, livrar-se da possessão de seu pai e seu irmão. A situação que ocorreu no bar, além de muito magoá-la, foi o ponto final. Estava convicta de que precisava morar sozinha e a quilômetros de distância de Felipe, assim como também de Oliver, o outro motivo pelo qual ela não havia dormido. O lutador insistia em permanecer em sua mente, seu sorriso simpático, seu abraço acolhedor, seu perfume atraente, seus olhos penetrantes e convidativos... o carinho.
Ainda pensando no que deveria responder a Valeria, sua mãe, Isabela finalmente saiu da cama, caminhando sonolenta pelo quarto, rumo ao banheiro para fazer sua higiene matinal. Sem entusiamo e tendo certeza de que estava de ressaca, entrou no chuveiro e deixou a água morna cuidar de seu corpo mole. As gostas parecia acariciar sua pele, dando a ela o ânimo que precisava para encarar um sábado inteiro naquele apartamento sufocante, que a todo momento a deixava desinquieta, com raiva ou triste, seja pela grosseria de Felipe ou pelos olhares perturbadores de Oliver.
Tentando não pensar, Bela se arrumou sem muito cuidado, vestindo um short de algodão com uma regatinha, deixando seu cabelo longo e castanho avermelhado, pesado pela água, molhar sua roupa. Ela não queria sair do quarto, para não se encontrar com Oliver ou Felipe, mas estava faminta e precisava se acostumar com as presenças incomodantes deles.
Quando chegou na sala, deparou-se com Lipe jogado no sofá, tão concentrado na televisão que nem a viu passar por ele, o que para Isabela foi um imenso presente de Deus. Sua cabeça latejava, ela nunca tinha bebido antes da noite passada, e as duas cervejas não caíram nada bem em seu estômago.
— Bom dia, Bela adormecida. Já estava na hora de acordar.
A voz inconfundível a fez virar-se para encarar Oliver atrás de si, sorrindo cordial e educado, encostado na soleira da porta da cozinha. Olhando-o de cima a baixo, Isabela revirou os olhos e torceu os lábios, desgostosa por vê-lo e por ele ser tão assim... leve.
— Tudo Bem? — ele continuo, desfazendo o sorriso.
Bela ainda relutava em conversar. Fechou os olhos por alguns instantes e respirou fundo, odiando morar naquele apartamento, querendo se mudar naquele segundo, só para não ter que ver Oliver seminu, vestido apenas de bermuda.
— Parece que você vai vomitar a qualquer momento. — observou, se movendo, aproximando-se dela. — Isabela, você está bem? — voltou a perguntar, segurando em seu braço.
— Bom dia, Oliver. — falou, se soltando dele, virando-se de costas e voltando a caminhar rumo a cafeteira.
Oliver enrugou o rosto, estranhando as atitudes de Isabela, o mal humor generalizado.
— Que bicho te mordeu garota? — não segurou, voltando a se aproximar, colocando-se ao seu lado.
— Bicho nenhum. — Bela resmungou tão baixo que Oliver teve dificuldade de ouvir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A CAMINHO DA ETERNIDADE
Roman d'amour*** OBRA REGISTRADA*** O que uma pessoa que sabe que vai morrer é capaz de fazer? Isabela Gusmão de Alvarenga cresceu dentro de uma redoma de vidro, cercada de carinho e proteção, para não se quebrar, para não morrer... mas Bela tinha um plano par...