Capítulo 33

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"O único lado bom da queda livre é dar, a quem nos ama, a chance de nos pegar no colo."

- Grey's Anatomy



Ouvindo vozes agitadas ao longe, Oliver rolou na cama, abraçando Isabela que se mexeu, aconchegando-se ainda mais no corpo quente que lhe acolhia com tanto carinho. Mas as vozes pareciam aumentar mais e mais a cada segundo, como se estivessem se aproximando, obrigando o lutador a abrir os olhos, despertando do sono pesado que lhe consumia instantes atrás para prestar atenção na conversa, percebendo que algumas pessoas discutiam nervosas e que uma dessas pessoas era sua mãe.

— Oliver. — o grito de uma voz familiar o fez levantar de uma vez da cama.

Onde você vai? — Bela ronronou sonolenta, sentindo falta do calor emanado do corpo dele, desejando-o de volta.

— Minha mãe está me chamando, parece que está tendo uma confusão com hospedes. — mentiu, vestindo a primeiro calça jeans que encontrou.

— Eu não preciso ir, né? — sussurrou cobrindo a cabeça com o edredom, relutando ao barulho que ouvia, tentando voltar a dormir. Bela ainda estava cheia de sono e cansaço. Não queria sair da cama tão cedo, seu corpo estava dolorido e sua cabeça meio zonza.

— Não, claro que não. Volte a dormir. — sugeriu, se debruçando sobre ela, dando um beijo na testa de Isabela, a única parte de seu rosto que não estava coberta pelo edredom. — Já volto. — se despediu, saindo apressado do quarto e fechando a porta atrás de si, tentando diminuir o barulho para que Bela não acordasse.

Oliver já sabia de quem era a voz alterada, sabia quem gritava seu nome com tanto vigor e enquanto caminhava para a sala, estava se preparando para enfrentar uma longa discussão na primeira hora da manhã. E ele estava disposto a fazer o possível para Isabela ficar fora da confusão que se iniciaria assim que ele abrisse a porta.

Quando chegou na sala da casa, Oliver olhou de relance pela janela e viu sua mãe lá fora conversando com uma senhora muito elegante, que era desconhecida para ele, ao lado delas estavam sua avó, Bruna e Fabrine, aparentemente nervosas.

— Bom dia. — disse ao mesmo tempo em abriu a porta e deu de cara com o rosto tenso de Felipe e de um senhor de meia idade que lhe olhava como se fosse matá-lo, o qual ele teve certeza que era o pai de Isabela.

— Desgraçado. — Felipe rosnou, partindo para cima do amigo, dando um soco no rosto do lutador, fazendo um rasgo no supercilio.

— Porra, Felipe para antes que eu te machuque. — Oliver avisou entre os dentes, ao mesmo tempo em que firmou seus pés no chão e se colocou em posição de defesa para não levar outro golpe, se protegendo das investidas e se segurando para não revidar e machucar o cunhado, enquanto escutava vozes femininas gritando para pararem.

— Para com isso Felipe. — Jorge gritou, puxando o filho pelo braço.

— Pelo amor de Deus, vamos conversar. — Kárita pediu apavorada, se colocando na frente do filho, acompanhada de Alba, Bruna e Fabrine, como se formasse um escudo protetor.

— Me solta pai, porque vou matar o Oliver. — a visão de Felipe estava turva de raiva. Ele sentia-se traído pelo melhor amigo. Nunca o perdoaria por ter colocado a vida de Isabela em perigo. — Seu desgraçado, filho da puta. — ofendeu, se soltando do pai.

— Ficou louco Felipe. — Oliver respondeu perdendo a paciência, se movendo e ficando de frente a frente ao amigo, pronto para jogá-lo no chão. — Respeita a minha mãe. — exigiu, olhando dentro dos olhos verdes e vermelhos de Felipe.

A CAMINHO DA ETERNIDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora