"Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido."
- Vinícius de Moraes
Sentindo a cabeça pesar um milhão de toneladas pulsantes de dor, Oliver fechou os olhos, apertando-os com força e os abriu em seguida, fritando, mais uma vez, o teto branco do quarto. Ele tinha feito o que Isabela pediu, tomou um longo banho, mas em nenhum instante ele conseguiu relaxar ou esquecer a quantidade de sangue que viu.
Cansado de ficar deitado na cama sem fazer nada, com a mente cheia de dúvidas, Oliver se levantou e olhou novamente em seu relógio de pulso, conferindo que faziam exatos 15 minutos que estava esperando Isabela voltar. Ele não podia mais ficar quieto sem saber o que estava acontecendo.
Rápido e em passos largos, atravessou o largo quarto de hotel e puxou firme a maçaneta da porta.
— Oh. — Bela balbuciou quando a porta se abriu, encontrando Oliver do outro lado. — Temos que parar de nós encontrar assim. — riu, puxando suas malas e entrando completamente dentro do quarto.
— Você demorou. — disse endurecido, ainda imóvel, apenas observando Bela agir como se nada tivesse acontecido.
— Estava arrumando minhas malas, para me mudar para o seu quarto. — respondeu, virando-se de frente para ele. — Acredite ou não, mas eu consegui bagunçar as duas malas em menos de uma hora. — explicou, caminhando de encontro com seu lutador tenso. — Eu estou ótima, está vendo. — afirmou virando o corpo no ar, e Oliver a analisou com atenção, praticamente, revistando de longe as pernas dela. — Já estou pronta para o segundo Round. — instigou maliciosa, passando os braços no pescoço dele.
— Hum. — resmungou, desconfiado, procurando nos olhos dela qualquer sinal de que era mentira.
— O que eu preciso fazer para que você volte ao normal e acredite que estou ótima? — perguntou se afastando e sentando na beirada da cama. — Só falta eu abrir as pernas para você olhar de perto. — tripudiou, indiferente.
A única conversa que Isabela não queria ter era essa, sobre seu problema, não queria falar ou pensar nele. Estar com Oliver a fazia se sentir normal. Ela queria ser normal, ao menos por alguns dias.
— Ótima ideia. Deite-se e abra as pernas. — Oliver falou caminhando até ela.
— Você tá brincando né? — ofegou descrente, fazendo uma imensa careta em pensar na cena.
— Não.
— Tá louco. — se negou, instintivamente, fechando as pernas, mesmo que Oliver ainda tivesse há alguns centímetros de distância.
— Por quê? A menos de uma hora eu estava no meio delas e você estava adorando. — relembrou, com o rosto sério e tenso.
— Situações muito diferente meu caro, não sou uma mercadoria para você inspecionar. Acredite em mim e ponto final. — vociferou ficando nervosa.
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A CAMINHO DA ETERNIDADE
Romance*** OBRA REGISTRADA*** O que uma pessoa que sabe que vai morrer é capaz de fazer? Isabela Gusmão de Alvarenga cresceu dentro de uma redoma de vidro, cercada de carinho e proteção, para não se quebrar, para não morrer... mas Bela tinha um plano par...