"A vida é como um sonho; é acordar que nos mata"
- Virginia Woolf
Oliver estava em sono profundo, quando ouviu as fortes e insistentes batidas na porta, assustando-o, fazendo seu corpo sonolento cair de pé no mesmo segundo e sair em disparada, desorientado e preocupado.
— Que? — bocejou a palavra, cheio de sono, lutando para manter seus olhos abertos. — Bela? — falou, despertando, observando ela olhá-lo com os lábios entreabertos, prontos para dizer algo, mas eles não se moviam. — Tudo bem? — continuou com as perguntas, diante do silêncio dela, que só olhava para ele, com cara de espanto. — Isabela... — chamou mais uma vez, segurando no ombro dela.
— Você está... — ela começou a falar apontando o dedo para o corpo dele. — Pelado e com tesão. — ela concluiu, enfim, olhando em seus olhos amendoados e perdidos.
— Oh. — Oliver balbuciou, envergonhado, também reparando em sua situação e saindo em direção a suas roupas.
Assistindo Oliver correr para o interior do quarto, meio sem jeito, tropicando nos móveis e quase caindo, ainda nu, Isabela não segurou a risada. O constrangimento dele era tanto que ela até podia sentir.
— Wow, você tem um belo traserio. — elogiou, brincalhona, ao mesmo tempo em que entrou completamente no quarto e fechou a porta atrás de si.
— Engraçadinha. — resmungou sem parar para olhá-la, vestindo a cueca e procurando a calça.
— Oliver. — Isabela chamou, mas ele não se virou. — Oliver. — chamou novamente, enquanto caminhava até ele.
— Só um minuto... você já quer pegar a estrada? — perguntou, pegando a calça do chão.
— Não. — Isabela tocou no braço dele, fazendo Oliver se virar. — Só não quero ficar sozinha. E pode ficar tranquilo que te ver nu já está virando rotina. — brincou, caminhando devagar até a cama dele e se jogando nela de costas, encarando o teto branco liso e o lustre de cristal no centro.
— Você sabe que são 03 horas da manhã, né? — conferiu, olhando em seu relógio de pulso e vestindo a calça jeans.
— E o que importa que horas são?! — resmungou, ainda encarando o teto.
— Isabela você bebeu? — Oliver estava desconfiado a voz arrastada dela.
— Talvez uma garrafinha pequena de vodca com Gatorade, no começo era doce, agora não tenho tanta certeza. — confessou, sentindo a leve tontura em sua cabeça.
— Maluquinha, não misture bebidas. — orientou, também se deitando na cama ao lado dela.
— Me sinto estranha, posso dormir aqui? — perguntou girando seu corpo na cama, ficando de frente para o lutador, que virou o rosto para olhá-la.
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A CAMINHO DA ETERNIDADE
Romance*** OBRA REGISTRADA*** O que uma pessoa que sabe que vai morrer é capaz de fazer? Isabela Gusmão de Alvarenga cresceu dentro de uma redoma de vidro, cercada de carinho e proteção, para não se quebrar, para não morrer... mas Bela tinha um plano par...