O cheiro da rua, fresco, ainda impregnava o ambiente. Os sons desconexos do carnaval em pleno fervor se misturavam com a respiração ofegante de ambos. Apenas a parede dividia a intimidade deles do resto do mundo. Estavam parados encostados à porta. Luna não conseguia enxergar muito bem o rosto de Dion. Entretanto conseguia senti-lo, em todas as suas dimensões. A ideia de estar a menos de um metro da rua, separada do público por apenas uma singela porta trouxe para o centro de sua psique a luta austera entre seu instinto sexual e a moralidade do superego. Na primeira pegada do "lobo", esse embate acabou e a sexualidade aflorou incondicionalmente. Dionísio, conhecendo o ambiente, já havia se livrado das roupas em meio às sombras. Em pouco tempo, as retinas de ambos estavam adaptadas àquela falta de luminosidade.
— Eu quero a sua boca. — a fera declarou, vibrando.
—Apenas?
— Silêncio, "Lotus"!
Antes que ela pudesse falar algo, ele a apalpou, segurando-a firme, enquanto a imprensava contra a porta. Passou a falar baixo, numa entonação de quem ministra uma palestra com tom seguro e calmo. Luna, agora quieta, sentiu seu coração quase sair pela boca. O cheiro da rua estava ali, misturado com o perfume dele. Mordiscada no pescoço, quase não se aguenta de pé. Dionísio passou a falar artificiosamente aos ouvidos dela, enquanto segurava seu rosto.
— Eu não sei o que fazer contigo, confesso. Por hora, quero senti-la.
Luna arriscou falar algo e ele rapidamente colocou o dedo sobre seus lábios, soprando um sorriso tranquilo em seus ouvidos. A pulsação dela aumentou drasticamente. Instintivamente ela envolveu os dedos dele em sua boca. Sem perder tempo o lobo fez deslizar maldosamente sua mão, passando por entre os seios, até alcançar o short dela. Um movimento mais incisivo e já estava com os dedos em seu sexo.
—Vejo que não estou só nesse impulso de lascívia. Adoro isso, "Lotus". E mais uma vez sorriu, enquanto a manipulava, lentamente. Com a outra mão segurava a presa pelos cabelos.
As vibrações de Luna se tornaram uma constante. Ela se debatia de forma incessante, enquanto a respiração ofegante servia de bússola para navegar com precisão. Luna em dado momento, por osmose, segurou o braço dele, ora encravando as unhas, ora relaxando a tensão.
—Quero senti-la extravasar assim, "Lotus"! "Ela" é obediente, ou bem ousada igual à dona? —falou, enquanto sentia Luna estremecer. — Pode responder, Doutora!
—"Ela" é sua! Dion....
Em poucos segundos Luna explodiu num gozo infindável. Aquela energia oprimida foi liberta numa intensidade que deixou Dionísio ainda mais vibrante. Enquanto se estremecia, ele a segurava firme e beijava seu pescoço, quente e agora suado. Ela emitia sons desconexos, que logo se misturaram com a conversa dos foliões que passavam a menos de meio metro deles.
— Linda! Eu estou viciado em você... — Dion falou, esperando que ela se recuperasse daquele avalanche de prazer.
—Você me acaba, Dion. Ai..
— Elefante!—Dionísio falou sorrindo.
—Como?
— Hino do elefante. La vem mais uma troça descendo a ladeira. Sentes a vibração? Aí fora está uma loucura!
— Aqui não está diferente.— ela completou ofegante.
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"DIONÍSIO" - Manipulador (Livro I)(COMPLETO)
Чиклит- Eu sou a sua loucura, a sua insanidade. Faça parte do meu mundo e te darei o que você sempre procurou durante a vida. Porém, uma vez diante da verdade, jamais serás a mesma. - essas foram as primeiras palavras dele, Dionísio, quando pela primeira...