Capítulo 20 - "Infra-ego"

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O cheiro da rua, fresco, ainda impregnava o ambiente. Os sons desconexos do carnaval em pleno fervor se misturavam com a respiração ofegante de ambos. Apenas a parede dividia a intimidade deles do resto do mundo. Estavam parados encostados à porta. Luna não conseguia enxergar muito bem o rosto de Dion. Entretanto conseguia senti-lo, em todas as suas dimensões. A ideia de estar a menos de um metro da rua, separada do público por apenas uma singela porta trouxe para o centro de sua psique a luta austera entre seu instinto sexual e a moralidade do superego. Na primeira pegada do "lobo", esse embate acabou e a sexualidade aflorou incondicionalmente. Dionísio, conhecendo o ambiente, já havia se livrado das roupas em meio às sombras. Em pouco tempo, as retinas de ambos estavam adaptadas àquela falta de luminosidade. 

— Eu quero a sua boca. — a fera declarou, vibrando.

—Apenas?

— Silêncio, "Lotus"!

Antes que ela pudesse falar algo, ele a apalpou, segurando-a firme, enquanto a imprensava contra a porta. Passou a falar baixo, numa entonação de quem ministra uma palestra com tom seguro e calmo. Luna, agora quieta, sentiu seu coração quase sair pela boca. O cheiro da rua estava ali, misturado com o perfume dele. Mordiscada no pescoço, quase não se aguenta de pé. Dionísio passou a falar artificiosamente aos ouvidos dela, enquanto segurava seu rosto. 

— Eu não sei o que fazer contigo, confesso. Por hora, quero senti-la. 

Luna arriscou falar algo e ele rapidamente colocou o dedo sobre seus lábios, soprando um sorriso tranquilo em seus ouvidos. A pulsação dela aumentou drasticamente. Instintivamente ela envolveu os dedos dele em sua boca. Sem perder tempo o lobo fez deslizar maldosamente sua mão, passando por entre os seios, até alcançar o short dela. Um movimento mais incisivo e já estava com os dedos em seu sexo. 

—Vejo que não estou só nesse impulso de lascívia. Adoro isso, "Lotus". E mais uma vez sorriu, enquanto a manipulava, lentamente. Com a outra mão segurava a presa pelos cabelos. 

As vibrações de Luna se tornaram uma constante. Ela se debatia de forma incessante, enquanto a respiração ofegante servia de bússola para navegar com precisão. Luna em dado momento, por osmose, segurou o braço dele, ora encravando as unhas, ora relaxando a tensão. 

—Quero senti-la extravasar assim, "Lotus"! "Ela" é obediente, ou bem ousada igual à dona? —falou, enquanto sentia Luna estremecer. — Pode responder, Doutora!

—"Ela" é sua! Dion....

Em poucos segundos Luna explodiu num gozo infindável. Aquela energia oprimida foi liberta numa intensidade que deixou Dionísio ainda mais vibrante. Enquanto se estremecia, ele a segurava firme e beijava seu pescoço, quente e agora suado. Ela emitia sons desconexos, que logo se misturaram com a conversa dos foliões que passavam a menos de meio metro deles.

— Linda! Eu estou viciado em você... — Dion falou, esperando que ela se recuperasse daquele avalanche de prazer.

—Você me acaba, Dion. Ai..

— Elefante!—Dionísio falou sorrindo.

—Como?

— Hino do elefante. La vem mais uma troça descendo a ladeira. Sentes a vibração? Aí fora está uma loucura!

— Aqui não está diferente.— ela completou ofegante.

"DIONÍSIO" - Manipulador (Livro I)(COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora