Capítulo 18 - " Sublimação "

57 2 0
                                    


por entre os foliões o casal serpenteava. Dionísio conduzia alegremente sua "lua", por entre cores e serpentinas. Vívido, bailava por entre os "convidados de sua festa". Luna deixara-se levar, apegada às mãos de sua "perdição". Nem o sufoco do amontoado de pessoas nem o som ensurdecedor dos hinos tradicionais traziam desconforto. Pelo contrário, estavam envolvidos e vibrantes com o cenário repleto de magia. em pouco tempo alcançaram os portões da casa dele.

—Quer entrar "Lotus"?

—Tenho medo!—brincou, em tom provocativo.

—Mal terminara de pronunciar aquele "desaforo" e Dionísio a puxou delicadamente, encerrando os portões da casa. Luna caminhou com um sorriso largo enquanto Dionísio a conduzia. Mal adentraram na sala e ela fora colocada contra a parede.

—Concordo plenamente com sua advertência. Estou realizando um grande esforço para me conter. Você me tira do eixo.

—E o nosso turismo? Como fica? Luna argumentou com uma certa dose de maldade, enquanto pegava a fera pelos cabelos. 

— Por hora, de pé!

—Percebo! — ela ponderou, em tom cínico e sensual.

Os dois sorriram maliciosamente. Dionísio a apertou mais, pegando-a pelo pescoço. Passou a beijar cada milímetro daquela face enquanto, vez ou outra, a enquadrava com seus olhos enegrecidos. Com a outra mão a manipulou coxa acima, apertando-a cada vez mais forte. Sentiu o sangue dilatar suas artérias pedindo passagem e sua temperatura ultrapassou os cem graus. Luna, suspensa e extasiada, mordiscava a boca do "Lobo" como quem degustava um doce.

— Por sorte, sou racional. Não garanto esse controle nos próximos minutos. Adoraria agora despi-la com a boca e beijar cada centímetro de sua carne. Mas precisamos partir...

—Como me deixar "molhada" em dez segundos. Parabéns "professor".— confabulou consigo mesma, enquanto observava incrédula seu corpo tremer, suado. 

—Adoro a sua boca. Ainda bem que alguém aqui faz bom uso do juízo.

Dionísio deixou escapar um leve sorriso atrelado aos olhos maldosos. Soltando por fim o pescoço dela, colocou a boca em seus ouvidos.

—Tudo a seu tempo, "Lotus". Preciso de um minuto. Me espere.— falou enquanto se afastava de Luna, em direção à cozinha. Sentada no sofá, ela não esperou muito. Dionísio reapareceu com os braços pra trás, como quem investiga algo. 

— Vamos? 

— Agora mesmo. —Dionísio respondeu altivamente, enquanto a entregava uma bela rosa branca recém-colhida.

— O sorriso estampado naquele rosto de nuvem denunciava a psique de sua "lua", completa e em estado de puro prazer.

Saíram rapidamente daquele antro e desceram a Rua do Bonfim. Dionísio estava refazendo o caminho que ela havia feito, junto com Iasmim, pela manhã. Dessa vez eles subiriam a Rua de São Francisco até o fim, visando alcançar o Alto da Sé. 

—Uma ladeira sinuosa, Dion. Mesmo com todo o vinho, minhas pernas ainda sentem o esforço. 

—Logo mais, as deixarei completamente sem força.— rebateu, artificiosamente, num claro jogo.

—Já o fez, quase nesse instante, "Doutor".

—Ainda não "Lotus"; ainda não! 

— Qual será a primeira parada? 

—Logo ali. Percebes aquela estrutura arquitetônica? 

—A igreja? 

—Exato. O complexo de estruturas que contêm a igreja.

"DIONÍSIO" - Manipulador (Livro I)(COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora