Capítulo 13 - " sob a chuva"

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Música: Beira-Mar

Composição: Zé Ramalho

Intérprete: Zeca Baleiro



— Em dez minutos? Tudo bem. Te devo mais uma! 

Após terminar de falar com o amigo "para todas as horas", Dion desligou o telefone e passou a contemplar aquele ser belo que sorrateiramente deslizava do "quarto-de-descanso" rumo a seu encontro. Vestindo um pequeno short jeans, com uma blusa decotada, Luna caminhou ao encontro do "lobo" com uma dose de vergonha misturada com permissividade no olhar e uma boca guarnecida em vermelho. Dionísio desligou o celular tranquilamente e ergueu os olhos para observá-la. Estava bem acomodado no belo sofá da sala e esboçava um olhar penetrante, invasivo e singularmente libidinoso. Acompanhou cada passo de sua lua.

— O que estais vestindo? — indagou Dionísio com toda a astúcia do mundo.

—  Não gostou da blusa? — rebateu Luna, inocentemente..

— Adorei! Me refiro ao que você está usando "por baixo"... — insistiu Dionísio, puxando-a para seu colo, com uma audácia característica. 

— Uma calcinha preta Dion, nada demais....

— Temo que não precises...! — ele completou, com a voracidade característica. 

— Posso ver?

Luna assentiu e se esquivou um pouco. Dion a tocou com tranquilidade, fazendo correr com certa perícia sua mão sobre aquele ventre branco e quente. Ela instintivamente se arrepiou e deixou escapar um sorriso tímido. Dion  a beijou no pescoço e puxou levemente a borda do short, fazendo emergir um detalhe da peça íntima. 

— Já te falei sobre os "desígnios autônomos" das minhas mãos. Nunca me obedecem. — mais uma vez o cinismo dominou sua face.

— Dion, nós sairemos. Como assim "sem calcinha"?

— Adoro quando pronuncias essa palavra mágica. Fico salivando!

— Se comporte Doutor!

— Nem você mesma acredita no que acabou de me pedir! — advertiu, avaliando-a.

— Fato... — falou pra si mesma Luna, enquanto acariciava a fera. Sentia-se inacreditavelmente tranquila e completa numa atmosfera tão desconhecida. 

Não demorou muito e Plínio aportou na casa de Dionísio. Parou o carro defronte à casa, na Rua do Bonfim, para realizar mais uma corrida à pedido do amigo de longa data. Dionísio conduziu Luna até  automóvel, fechou o cadeado do portão e entrou no veículo.

— Plínio, tudo bem contigo? Agradeço a gentileza. Está tarde, mas é uma questão de vida ou morte. Por favor, para "meu reduto"!

— Professor é sempre bom estar contigo, meu amigo. Em quinze minutos estaremos lá. Boa noite senhorita! Ainda são onze horas. 

— Boa noite Seu Plínio. Pra onde iremos Dion? — indagou Luna.

— Para um mundo "longe de tudo"!

Os dois se acomodaram no banco traseiro e a Rua do Bonfim ficou para trás, assim como a Praça do Carmo. À medida que o carro prosseguia, o ambiente ficava mais escuro e deserto. Luna se perguntava para onde "diabos" estavam indo. Jamais confiou em pessoas, salvo os seus familiares mais próximos Sempre fora cética e essencialmente formal. Agora estava ali, perdida, na companhia de dois homens, num lugar deserto e silencioso. Ficou um pouco apreensiva.  

"DIONÍSIO" - Manipulador (Livro I)(COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora