Capítulo 23 - "Érotisme"

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Mal acabo de fechar o portão de casa e a vontade de devorá-la me toma todos os sentidos. Soltei a fera e não pretendo recolher esse meu lado tão cedo. Muito menos com ela por perto. Definitivamente estou fora do eixo. Para além do bem e do mal, eu diria. Enquanto a observo, uma sensação de completude e prazer me traz de volta ao mundo. Me permite um instante de luz, em meio ao caos que experimentei na minha vida até agora. Luna é, definitivamente, a minha paz e a minha guerra. Simplesmente não posso descrevê-la. Ela me tem nas mãos. Esse jeito simples e louco de menina-mulher, acompanhados desse cabelo aceso, dessas unhas vermelho-vivo e desse perfume impar me  desmontam.

— Estou com fome, Dion!  — ela falou, enquanto se enroscava na porta da sala. 

— Risoto e alguma carne? Que tal? Preparo em alguns minutos.

—Por mim ótimo! Estou um trapo...culpa sua.

— Nada que um bom banho, uma comida saborosa e minha boca em você não resolva! — falo sem pestanejar, analisando-a.

—Vem cá! — ela diz, com o rosto desenhando prazer.

Esses olhos! parece que os conheço há tempos. Ela deixa escapar através deles quase tudo que pensa. A maioria das pessoas, na realidade, tem essa qualidade. Essa malícia misturada com manha me fazem salivar. preciso respirar e me concentrar, para não descarregar minha libido aqui mesmo. Ela me segura pela camisa e me puxa. Adoro isso! A presa dando o último suspiro de rebeldia. Seguro-a imediatamente pelos cabelos e a recosto na parede da sala mal iluminada. Meu instinto louco e sórdido apela para que a manipule. Desço a outra mão maliciosamente e aproximo meus dedos da barra do seu short, em busca do zíper e vou adiante, colado a seu ouvido.

— "Ela" ainda está assim? Molhada?— falo calmamente, na medida em que Luna estremece.

—Você me deixa assim.

—Quero-a na minha boca! — advirto em tom baixo, quase imperceptível.

— Vamos para o banheiro! Isso é golpe baixo...

— A fome passou, Doutora?

— Aumentou exponencialmente, Dion!

— Bom saber! — respondo, com meu cinismo característico, beijando-a com cadência. Ela está quente e trêmula, me apertando, segurando meu braço. 

A suspendo e ela entrelaça as pernas em mim. Absolutamente deliciosa. Luna, a dona da chave que dá acesso a  uma sala secreta dentro de mim, que eu mesmo desconhecia. Estou simplesmente impressionado com a minha condição. Jamais deixei alguém se aproximar tanto. Ela passou "a muralha" com uma facilidade descomunal. Não me reconheço. Onde estará a razão que sempre me guiou e me deixou anulado e morto durante quase toda a minha vida?

— Preciso cozinhar algo para comermos. Fique a vontade, Lua! Podes usar o banheiro do meu quarto. Acaso deseje, tem camisa na porta direita do guarda roupas. Em vinte minutos tudo estará pronto. Também estou com fome. —falo, soltando-a com cuidado.  

— Você e seu controle. Ainda bem que alguém aqui é racional! — falou, sorrindo maliciosamente. Vou tomar um banho. Já venho...senhor razão! 

—Tudo no seu tempo! 

deixo-a na sala e caminho para a cozinha. Preparo rapidamente a comida. O silêncio da casa é quebrado com sons esparsos vindos do meu quarto. Lembro da gaveta com calcinhas. Não tem mais jeito. Esse sou eu e não preciso esconder de ninguém, muito menos dela. Basta lembrar que ela participou do ritual, sem exitar. Comida à mesa, penso em chamá-la para comermos. Ao me virar, lá está meu astro, linda, com um sorriso malvado e a manha tradicional nos olhos. Vestindo uma camisa preta, com desenho místico, que mais parecia uma camisola. Os cabelos presos detalham um pescoço suculento. Estou sinceramente em dúvidas quanto ao que adoraria saborear primeiro.

"DIONÍSIO" - Manipulador (Livro I)(COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora