Pule

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- Filha levanta você vai se atrasar!. - senti a luz invadir o quarto.

- Ahh só mais cinco minutos pai!. - disse cobrindo a cabeça com a coberta.

- Ya! Mina se levante!. - disse puxando a coberta.

- Aish! Porque eu tenho que ir morar com um bando de estranho?. - olhei pro mais velho cruzando os braços.

- Não vamos discutir isso de novo! Agora se levante o café estará pronto em cinco minutos!.

- Arasso. - disse vendo o mais velho de cabelos grisalhos sair.

Me levantei indo até o banheiro, escovei os dentes e joguei uma água no rosto, sai do banheiro procurando uma roupa no armário.

Nada.

Olhei pra mala no canto do quarto me lembrando que tudo já estava dentro dela, fui em direção a mesma abrindo-a, retirei uma calça jeans e um moletom qualquer.

Eu ainda não entendia o motivo de ir morar no meio do nada com um monte de estranhos, mais eu não tive escolha alguma.

Vesti a roupa e prendi meu cabelo em um coque, sai do quarto seguindo para o corredor logo descendo as escadas que me lavavam até a cozinha.

Ao descer o último degrau eu acabei escorregando, bati forte com a cabeça no chão, fechei os olhos sentindo a dor se alastrar pelo resto do corpo.

- Desastrada. - disse a mim mesma.

Apoiei minhas mãos sobre o chão para levantar, senti algo viscoso meio pegajoso, me sentei olhando para minhas mãos vendo a coloração meio preta, aquilo estava por todo o chão e nas minhas roupas.

Havia um rastro que vinha da cozinha, me levantei com cuidado e comecei a seguir o rastro, a cada passo que eu dava meu coração acelerava mais.

Passei pelo batente da porta vendo aquele líquido do chão ao teto, sentado sobre a mesa a criatura sorria insanamente segurando o corpo sem vida de um dos padres.

Sua boca suja de sangue saboreava a ultima gota de vida existente no corpo do que um dia já foi um padre, aquilo embrulhou o meu estômago, eu só pensava em uma única pessoa, meu pai.

- Você... - tomei coragem pra dizer vendo aquele rosto familiar.

A criatura jogou o corpo no chão e desceu da mesa, retirou do bolso do casaco aveludado um lenço e limpou a boca que antes estava suja.

Aquelas esferas negras no lugar dos olhos me fitavam intensamente, com um sorriso largo que mostrava muito bem os dentes caninos pontudos, junto com as veias do pescoço que estavam mais destacadas que o normal.

- Olá vadiazinha!. - o alaranjado disse fazendo uma leve reverência.

Aquilo era perturbador demais, o alaranjando se aproximava eu podia sentir o cheiro de sangue exalar de seu corpo, a cada passo que ele dava eu tentava me afastar, mais era como se algo me prendesse no chão.

Meu coração disparava em meu peito, um medo enorme se fez crescente em mim, se aquilo fosse um pesadelo eu já estava pronta pra acordar, o garoto chegou mais perto cercando meu corpo como se fosse um lobo faminto olhando sua presa.

Runnin // BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora