Diga

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Quando eu era pequena havia uma música que meu pai sempre cantava para mim, era a única coisa que fazia eu me sentir segura dos monstros do armário ou de debaixo da cama.

Depois de terminar a canção ele olhava em meus olhos e dizia:

- Calma meu anjo, monstros não existem.

Por um longo tempo eu acreditei naquilo, mais conforme você vai crescendo, você percebe que monstros existem sim, e que eles são piores do que você imaginava.

Olhei pela janela vendo a istencao de verde, aquele lugar era no meio do nada, sem nenhum tipo de vizinhança seria o maior tédio.

Apertei o botão de volume do celular, aumentando a canção que soava em meus ouvidos, eu queria saber o motivo pelo qual eu teria que morar em uma mansão no meio do nada, e frequentar uma escola nova.

As únicas instruções foram:

"Não seja rude e não dê trabalho para os meninos"

Eu ainda achava um absurdo uma menina morar com sete meninos no meio do completo nada, mais meu pai foi firme com sua decisão, declarando que meu nível de ensino seria maior e que era uma oportunidade única.

Respirei fundo vendo o carro parar em frente a um portão gigantescos, nós havíamos chegado, o portão se abriu e o motorista seguiu seu caminho adentrando naquele casarão.

Havia um grande chafariz no meio do jardim, o carro desviou do monumento e parou a frente dos degraus das escadas, desliguei a música do celular, colando meu rosto no vidro admirando o tamanho daquela mansão.

- Chegamos Senhorita.

Desgrudei meu rosto do vidro colocando minha mochila sobre as costas, abri a porta do carro colocando os pés no chão de cascalho, o motorista tinha em suas mãos a minha mala, caminhei até o motorista pegando a alça da mala, e colocando sobre o ombro.

- Adeus Senhorita. - o motorista disse fazendo uma leve reverência.

- Adeus Yoon. - repeti o gesto me curvando.

O motorista deu a volta abrindo a porta e entrando no carro, logo o mesmo deu a partida e saiu, vi o carro descer pelo caminho pelo qual chegamos, virei meu corpo olhando a grande porta com detalhes dourados.

Subi os degraus com certa dificuldade, a mala pesava muito, a culpa era minha por querer trazer meu quarto todo em apenas uma mala, cheguei ao último degrau agradecendo a Deus.

Joguei a mala no chão procurando uma campainha pela porta, cruzei os braços não vendo nenhum tipo de campainha.

- Como eu vou entrar?. - disse para mim mesma.

Com um rangido a grande porta foi se abrindo aos poucos, olhei assustada, a porta se abriu por completo, olhei para dentro da mansão desconfiada, fiquei nas pontas dos pés tentando ver mais.

o salão de entrada estava vazio, peguei minha mala do chão a colocando novamente sobre o braço entrando no salão, o lugar estava escuro mal dava pra enxergar os móveis do lugar.

- Olá! Tem alguem aí?. - disse caminhando no escuro.

Um facho de luz surgiu, eu fui seguindo até aquela luz, chegando mais pertinho vi que era uma sala, a luz fraca vinha da fresta debaixo da porta.

Coloquei minha mão sobre a maçaneta a girando, abri a porta lentamente vendo um grande piano sobre o centro, uma grande estante com muitos livros, e janelas enormes com cortinas grossas, entrei no cômodo com a boca aberta de tão lindo que era o lugar.

A bolsa escorregou de meu braço e caiu sobre o chão, caminhei pelo cômodo dando giros para admirar a beleza, no teto do cômodo haviam pinturas que desciam até as paredes, bati minhas costas no grande piano do centro, passei meus dedos pelas teclas me sentando sobre o banco.

Runnin // BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora