Sussuro

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A água da banheira começou a borbulhar, mais a temperatura permanecia a mesma, quando abri os olhos estava em um corredor extenso.

Os candelabros estavam apagados, eu não enxergava um palmo a minha frente, um vento frio veio de uma janela que estava aberta, fazendo a cortina voar e assim um pouquinho de luz entrar, foi quando eu vi uma mulher com um vestido preto e cabelos roxos entre a cortina.

A mulher abriu um sorriso enorme, pude ler seus lábios dizendo meu nome, a voz ecoou pela minha cabeça fazendo a mesma doer.

MINA...

Coloquei minhas mãos sobre os ouvidos tentando abafar aquela voz, olhei novamente para a mulher não a vendo mais, a dor aumentava mais, ajoelhei no chão apertando cada vez mais os ouvidos.

Tirei as mãos dos ouvidos sentindo algo escorrer, o líquido vermelho não parava de escorrer, olhei para minhas mãos trêmulas e sujas de sangue.

A dor ficou mais aguda o que me fez cair sobre o chão com carpete, eu não conseguia me mover mais, só sentia o líquido escorrendo dos meus ouvidos e as lágrimas que desciam dos meus olhos.

Minha visão ficou turva e um escuro total tomou conta de tudo, eu só conseguia ouvir um zumbido alto.

ACORDE...

Ouvi o sussurro perto do meu ouvido, meus olhos abriram automaticamente, eu ainda estava imersa na banheira, meu coração batia muito rápido, num impulso me levantei da banheira sentindo meus pulmões quase explodirem.

Comecei a tossir forte por causa do tempo que fiquei sem respirar, respirei fundo várias e várias vezes, até sentir que minha respiração estava voltando ao normal, sai da banheira me envolvendo na toalha, uma fumaça muito forte saía do meu corpo.

- Isso de novo. - disse ainda fraca me sentando na beirada da banheira.

Segurei firme a toalha pegando minha roupa sobre o chão, abri a porta olhando para os lados vendo o corredor livre, corri até meu quarto fechando a porta rapidamente e a trancando em seguida.

Eu tentava assimilar o que acabara de acontecer, sou filha de um padre, ver coisas sobrenaturais não são apavorantes pra mim, fui criada em uma igreja é óbvio que eu via vários vultos e coisas consideradas estranhas para muitas pessoas.

Mais meu pai sempre me ensinou a não temer o que não conhecemos, e por "sorte" eu sempre me deparava com algum espírito pelos arredores da igreja.

Mais aquele tipo de acontecimento foi diferente, balancei a cabeça me livrando daquele pensamento, apressei em me arrumar, os meninos estavam me esperando.

Vesti minhas roupas íntimas rapidamente, me sentei na penteadeira olhando as opções de batons e outras coisas que haviam lá, passei um pouco de corretivo nas olheiras, um pouco de rímel pra disfarçar a cara de morta e um batom rosado.

Com a maquiagem pronta penteei os cabelos os deixando úmido mesmo, eu levaria uma eternidade para secar e tempo era o que não me restava.

Levantei da penteadeira olhando o vestido sobre a cama, eu não tinha sapatos adequados para ele, peguei meu all star branco e o calcei, minha sorte era que o vestido cobriria os pés.

Com muito cuidado peguei o vestido e passei meus pés pelo buraco, subi devagar para não amassar e nem estragar, vesti as mangas ajeitando a parte da frente, o vestido tinha um zíper enorme na parte das costas.

Runnin // BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora