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|Susana|

Estava sozinha na sala de estar com o meu pijama vestido, os pés em cima da mesa enquanto comia o meu yogurt grego e via a novela.

A Maria tinha decidido ir sair com um tal de Artur e pelo que sei não chegará a casa tão cedo ou se calhar bem vem a casa.

O meu telemóvel que estava no modo silencioso, começou a vibrar em cima da mesa de centro e logo peguei no mesmo vendo que tinha uma mensagem de Edgar e logo os meus olhos se arregalaram ao ler aquele texto.

Mensagem de Edgar:

- sozinha em casa a esta hora?
- Nao será perigoso?
-O com tantos assaltos que há por aí, uma menina como tu não devia estar sozinha em casa a uma hora destas.

Fiquei completamente em pânico e sem saber o que fazer.
Ele sabe onde eu moro, ele sabe de todos os meus passos.
Como?

Ouvi o som da campainha e o meu corpo congelou por completo.
Lentamente me levantei do sofá e fui até á porta.
As minhas pernas tremiam tal como o resto do meu corpo.

Olhei pelo "olho mágico"na porta e pude ver Edgar do outro lado.

O medo apoderou-se de mim e as lágrimas começaram a inundar os meus olhos por completo.
Não abri a porta mas segundos depois ele começou a dar socos na porta e a gritar para que eu a abrisse.

-Abre essa porcaria Susana! Eu sei que estás aí! - ele gritou do outro lado.

O meu coração já batia com toda a força e velocidade, as minhas mãos tremiam cada vez mais e as lágrimas acabaram por deslizar pelas minhas bochechas.

-Abre esta porcaria, eu quero falar contigo. - ele disse ainda exaltado.

Ouvi outra voz misturar-se com a de Edgar e rapidamente olhei pelo olho mágico novamente vendo André a sair do seu apartamento com cara de poucos amigos.

-O que é que tu queres dela? - André perguntou para Edgar.

-E o que é que tu tens a ver com isso? -Edgar respondeu com uma pergunta.

-Se não queres problemas põe-te fora daqui. - André avisou Edgar e o mesmo riu sinicamente.

- E vais ser tu que me vais obrigar? - perguntou Edgar aproximando-se cada vez mais de André e eu abri a porta.

-Edgar, vai embora por favor. - Edgar olhou para mim e semi-cerrou os olhos.

-Temos de falar princesinha. - Edgar aproximou-se de mim.

-Nos quero falar contigo. Não temos nada para falar. - Edgar agarrou no meu braço fortemente tal como no outro dia.

- Vais falar sim porque eu quero. - ele falou entre os dentes e eu fechei os olhos sentindo as lágrimas encherem os meus olhos de novo.

- Eu se fosse a ti largava-a já. - ouvi a voz grossa de André e voltei a abrir os olhos e olhei para o moreno.

André tinha o seu maxilar trancado, os seus olhos tornaram-se mais escuros e a sua feição era verdadeiramente seria.

- Vais me bater é? - Edgar largou o meu braço e aproximou-se de André novamente.

- Não tenho problemas nenhuns em fazê-lo. - André disse entre os dentes.

O moreno fechou o seu punho e num instante embateu com o mesmo na cara de Edgar que logo caiu no chão.
André ajoelhou-se no chão e agarrou-lhe nos colarinhos da camisola ficando com a sua face bem perto da de Edgar.

-Deixa-a em paz ou eu vou ter de mostrar do que realmente sou capaz. - André avisou Edgar e logo depois largou os seus colarinhos levantando-se em seguida.

Edgar levantou-se e olhou para mim com cara de poucos amigos.
O seu olho estava vermelho e tinha um pequeno rasgo na sobrancelha.

-Isto não vai ficar assim princesa. - A voz dele transmitia raiva. - Vemo-nos depois.

Edgar entrou no elevador e logo que as portas do mesmo se fecharam eu comecei a chorar.
Não aguentava mais estar a prender cá dentro.
Senti uns braços fortes rodearem o meu corpo e senti o cheiro do perfume de André.
Agarrei-me a ele e deitei a minha cabeça no seu peito sentido depois os seus lábios depositaram um beijo na minha cabeça.

Paris || André & Afonso Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora