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|Maria|

Acordei com alguém a fazer-me festas no fundo das costas, abri os olhos e vi o Afonso a olhar-me com um sorriso no rosto, sorri e beijei a sua bochecha e o mesmo olhou-me com um enorme sorriso no rosto.

-Mereço mais que um beijo na bochecha.-resmungou fazendo-me rir e de seguida juntei os nossos lábios no beijo calmo e apaixonado, um beijo que me deixava extremamente feliz.

-Bom dia ursinho.-disse e apertei as suas bochechas, deitei a minha cabeça no seu peito nu e beijei o mesmo fazendo-o rir, eu estava realmente feliz com a noite que ambos tivemos.

-É tão bom ver-te ao acordar, é tão bom ver o teu sorriso Maria.-disse o jovem moreno e puxou a minha face para cima fazendo-me encara-lo.-Eu gosto muito de ti, muito mesmo.-disse com um sorriso no rosto e eu sorri de volta, deitei-me em cima do jovem rapaz e beijei novamente os seus lábios, era impressionante a quantidade de vezes que eu beijo e mesmo assim continuo sempre a querer mais.

Depois de algum tempo na marmelada decidi levantar-me ainda com a camisola do Afonso vestida e fui até à cozinha, abri os armários e tirei de lá o necessário para fazer umas panquecas de aveia, hoje iria correr até à praia e iria obrigar o Afonso a ir comigo, quer ele quisesse, quer não.
Liguei a placa e coloquei a frigideira a aquecer, coloquei na mesma um pouco de óleo de coco, enquanto que a mesma aquecia peguei no liquificador e coloquei quatro ovos e alguma aveia em farinha, cliquei no botão que misturou tudo e ao fim de um minuto já se encontrava tudo misturado, coloquei então um pouco do liquido na frigideira começando assim a fazer panquecas.
Uns braços rodearam a minha cintura abraçando-me por trás e sorri ao sentir o toque do jovem que faz o meu coração palpitar de uma forma excessiva.

-Estás a fazer panquecas de aveia amor? Porquê?-inquiriu e beijou-me a bochecha.

-Por que hoje nós vamos correr os dois até à praia e vamos ser aquele tipo de casal de namorados super goals a fazer exercício físico juntos.-disse rindo no final e o jovem moreno olhou-me de forma séria.

-Tu acabaste de dizer casal de namorados? É isso que nós somos?-inquiriu com um enorme sorriso na face e eu de imediato neguei arregalando os olhos.

-Claro que não Afonso! Somos bons amigos e futuros cunhados, não passa disso. Sim é verdade que a noite que passamos foi boa mas não passou disso, não vou arriscar e voltar a estragar tudo entre nós por uma mera paixoneta.-disse e virei costas continuando a fazer as panquecas, ouvi o seu suspiro magoado e os meus olhos encheram-se de lágrimas mas eu não queria arruinar tudo entre nós novamente.

As panquecas acabaram de ser feitas e coloquei as mesmas nuns pratos sobre a mesa, comemos as mesmas debaixo de um silêncio constrangedor que me estava a incomodar bastante.

-Diz alguma coisa Afonso, por favor.-pedi olhando o jovem moreno que tinha uma expressão séria no rosto.

-Que queres que te diga Maria? Estou magoado com a situação toda, eu achava realmente que nos íamos entender desta vez mas por os vistos enganei-me, por os vistos tu preferes a tua vida de solteira e de come todos a mim.-mal ele proferiu as últimas palavras eu arregalei os olhos.-Não faças esse olhar, sabes perfeitamente que é verdade, tu preferes a vida de solteira a mim, preferes comer um gajo diferente a todas as noites do que atinares comigo, preferes foder o Artur do que a mim, porra Maria eu gosto tanto de ti! Mas tu com essas atitudes de puta não vais chegar lá, não vais chegar a lado nenhum. Eu realmente achava que tu eras diferente da maioria das gajas com quem eu me tinha envolvido no passado, eu realmente achava que eras uma miuda atinada mas és igual ou pior a todas as outras com quem estive, basta veres uma pila à tua frente que já queres devorar, estou bastante magoado com isto tudo, mas de que é que eu estava à espera? Afinal o que é que eu posso pedir de alguém como tu? De uma puta? De uma gaja que não sabe o que quer? Não posso pedir nada. Apenas quando saires porta fora nunca mais me fales, nunca mais me dirijas a palavra e quando me vires na rua atravessa para o lado oposto, nunca mais quero olhar para a tua cara, tu metes-me nojo Maria.-cuspiu todas aquelas palavras e eu já chorava a meio, é mesmo isso que ele pensa de mim? Ele acha mesmo que eu sou uma puta?

-Para tua informação desde aquela noite que tivemos, que no dia seguinte disseste que já podia ir embora e que já tinhas o que querias, depois daquela noite, eu nunca mais estive com ninguém Afonso, nunca mais beijei um gajo e a única coisa que fazia era chorar por ti.-disse olhando-o nos olhos enquanto que soluçava.-Agora pensa, se eu sair daquela porta nunca mais volto a entrar, tal como tu disseste, é realmente isso que queres?-perguntei e ele assentiu.-Diz-me! Fala!-exigi já irritada.

-Sai por o sitio de onde nunca devias ter entrado! Sai da minha vida! Morre! Vai para longe de mim!-berrou e eu olhei-o extremamente magoada, mas quando ele se apercebeu do que disse já era tarde de mais, eu já tinha saído por aquela porta, por a porta onde nunca deveria ter entrado.

E atrás daquela porta eu deixei-o, deixei o rapaz que faz o meu coração palpitar, deixei o rapaz que me faz feliz, deixei o rapaz que amo.

Paris || André & Afonso Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora