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|Maria|

Ouvi um choro vindo da sala e rapidamente me levantei caminhando até a outra área da casa, vi Susana a chorar encolhida no sofá e rapidamente me aproximei, a mesma chorava e soluçava compulsivamente o que me estava a preocupar, mas antes que eu pudesse dizer alguma a campainha tocou, caminhei até à porta e abri a mesma vendo o André, dei-lhe passagem e caminhou de novo até à minha irmã que olhava na direção da entrada da sala assustada.

-Quem é?-inquiriu olhando-me assustada e só por isso eu descobri quem tinha cá estado, Edgar.

-É o André.-disse suspirando.-Foi o Edgar não foi Susana? Ele esteve aqui?-inquiri e a mesma assentiu desatando novamente a chorar.

-Ei ei o que se passa?-André caminhou até à minha irmã e puxou-a para ele, a mesma nada disse e continuou a chorar, mas desta vez no seu peito.

-Susana tu tens de fazer queixa.-afirmei olhando o estado da minha irmã.-Isto tem que parar, e infelizmente isto não vai parar enquanto que aquele canalha não estiver atrás das grades.-disse e ela olhou-me negando.

-Eu não quero.-disse entre soluços.-Apesar de tudo ele é boa pessoa e nós tivemos uma relação boa e douradora, eu sou incapaz de o denunciar.-disse e eu suspirei pesadamente, quando o assunto é a prisão do Edgar é sempre assim.

-Qual relação boa Susana? Chegares a casa a chorar e com marcas por o corpo todo é bom desde quando? É bom chorares por alguém dias e noites? É bom seres o saco de pancada de alguém? Eu amo-te tanto Susana, eu não te quero ver mal, não novamente, eu não iria aguentar ver-te a correr risco de vida novamente.-disse já com lágrimas nos olhos, caramba estou deveras sensível.

-O que ela disse é verdade?-perguntou André olhando para mim e logo de seguida para a minha irmã, a mesma assentiu suspirando e contou-lhe toda a sua história com Edgar, história que eu vivi e presenciei com ela, no fim a mesma chorava mas desta vez de alivio, ela tinha conseguido partilhar isso com alguém e isso deixava-me realmente feliz, afinal o André é um rapaz excelente.-Ele é um sacana! Eu juro que se o apanho que o mato! Tu não mereceste nem mereces nada disso pequena, tu és tão bonita e tão delicada, como é que alguém pôde fazer isso contigo?-inquiriu André olhando a jovem morena e um pequeno sorriso cresceu na face da minha irmã, sei que o André lhe anda a fazer bem e se ela tinha dúvidas do que ele sentia, bem, aqui está a prova.

-Obrigada por essas palavras, obrigada por tudo André.-disse Susana e beijou os lábios do André, sorri perante a sua atitude, eles são tão queridos.

-Bem, eu ainda estou aqui.-forcei uma tosse e ambos me olharam com as bochechas ligeiramente coradas.-Eu vou-me arranjar e vou dar uma volta, vocês sabem, para deixar o casalinho à vontade.-pisquei o olho e levantei-me.

-Maria, eu não quero que saias sozinha, não depois do que aconteceu à pouco.-disse e eu suspirei, eu sabia que ela tinha receio que me desse uma crise de ansiedade devido à minha enorme crise de choro à pouco, mas simplesmente não iria ficar presa em casa.

-Se quiseres podes ir sair com o Afonso. Ele está em casa sozinho e está.-disse André olhando-me e eu suspirei.

-A única coisa que eu quero do teu irmão é distância, um dos motivos de eu estar assim é ele.-disse bruta.-Desculpa se fui bruta, apenas não quero mesmo estar com alguém como o teu irmão.-suspirei e saí da sala caminhando até ao meu quarto.

Entrei do meu quarto e fechei a porta, abri o roupeiro e tirei de lá uma roupa básica, vesti uns calções de ganga e um crop-top preto, peguei nas minhas sandálias e calcei as mesmas, peguei na minha carteira e coloquei lá o que era importante. Caminhei até à sala e vi a minha irmã e o André aos beijos, mas beijos completamente amorosos o que me estavam a deixar derretida, eles são tão queridos.

-Desculpem estar a interromper o marmelanço mas eu vou indo.-disse e dei um beijo na testa à minha irmã e dois beijos na bochecha.-Se a magoares ficas sem isso que chamas de bolas.-disse e atirei um beijo para ambos saindo de casa.

Mal abri a porta de casa a porta do lado foi aberta, revirei os olhos ao ver o Afonso e passei por ele caminhando até ao elevador, chamei o mesmo e enquanto que esperava sentia o olhar do jovem moreno em mim.

-Precisas de alguma coisa?-perguntei bruta e o mesmo olhou-me com um ar um pouco magoado (?) não sei explicar.

-Preciso que a minha namorada chegue.-disse com um sorriso no rosto, aquelas palavras atingiram-me de tal forma que só me apetecia desatar a chorar mesmo à sua frente, mas não lhe dei esse prazer.

-Felicidades.-disse com um sorriso no rosto e virei costas caminhando até à porta das escadas.

-Onde é que vais Maria?-perguntou Afonso agarrando no meu braço, suspirei e olhei-o.

-Para longe de ti, para bem longe.-disse bruta e a sua mão largou o meu braço e de seguida acariciou a minha face, fechei os olhos com o seu toque e de imediato os seus lábios roçaram nos meus, correspondi ao beijo que desta vez era calmo e suave, depois de algum tempo o beijo terminou e olhei nos seus olhos vendo um brilho nos mesmos.

-Eu preciso de ti Maria, por mais que eu diga que não eu preciso de ti.-disse Afonso olhando-me nos olhos.

-Não Afonso tu não precisas, tu não precisas de mim, tu precisas do prazer e satisfação que te dou.-disse olhando-o.

-Maria..-disse acariciando a minha face mas de imediato retirei a sua mão da mesma.

-Para que é que tu haverias de precisar de uma puta? Afinal só me queres para te dar prazer não é mesmo?-perguntei e afastei-me dele virando costas.

Paris || André & Afonso Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora