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|Susana|

A loja estava um caus hoje, tal como tem estado estes últimos dias desde que souberam que a loja iria ser fechada em breve.
Quem levava com as reclamações era eu e já não conto pelos dedos os medicamentos para as dores de cabeça que já tomei está manhã.
Não me estava a sentir bem, ainda não tinha tido tempo para comer e no meu estômago estavam apenas medicamentos e água.

Fui ao stock buscar algumas peças de roupa para recompor a loja e logo voltei já com o que precisava.
Ia arrumando as coisas por tamanhos, tudo no seu devido lugar.

- Olá Susana! - virei-me para trás dando de caras com Catarina. - Então como estás?

O seu sorriso sinico estava presente nos seus lábios, o seu decote era fundo como sempre é os seus calções extremamente curtos.
Não me admita que todos a queiram comer ela tem a carne toda à mostra.

-O que fazes aqui? - perguntei cruzando os braços junto ao peito.

-Vim comprar umas coisas. - ela respondeu mexendo nas camisolas masculinas. - Qual é que achas que o André vais gostar mais? Espera... tu não o conheces tão bem quanto eu pois é.

Ela é tão sonsa que me irrita.

- Olha lá, tu vieste aqui para me provocar? - perguntei.

-  Não querida eu só vim aqui comprar um pequeno presente para o André. Eu estive a pensar bem e acho que está na hora de me redimir e quem sabe não possamos vir a ser aquilo que nunca devíamos ter deixado de ser. - ela disse com um sorriso bem falso.

- O que é que tu tens contra mim? Diz-me! Eu nunca te fiz mal nenhum para me infernizares a vida. Primeiro foi o Edgar e agora o André? Porfavor pára ! - a morena trabalhou escandalosamente fazendo toda a gente olhar para nós.

- O André sempre foi meu, nunca deixou de ser e eu só estou a querer aquilo que é meu de volta. - ela disse bem perto de mim.

- Ele não é teu! É de mim que ele gosta tal como eu gosto dele. - eu disse entre os dentes.

Estava com uma raiva enorme desta gaja.
Eu não sei qual foi o mal que eu lhe fiz para que ela me infernizasse a vida desta forma.
Primeiro tirou-me o Edgar, a culpa não foi apenas dela mas ela também foi culpada e agora quer tirar-me o André.
Eu não posso deixar que isso aconteça, eu não vou deixar que isso aconteça.

- Ele disse que te ama foi? - perguntou com um ar sinico. - Ele também me diz isso.

- Cala-te! Para de mentir! Ele não gosta de ti, és passado! - eu elegeu o tom de voz e ela riu.

- Tu não vai ficar com ele olha bem para o que eu te digo miúda. - ela apontou-me o dedo.

Fiquei em silêncio.
Ela mexeu numas t-shirts masculinas e levou uma branca com algumas estampagens na frente.
Fiquei a pensar no que ela disse.
Talvez ela tenha razão.
Eu não sei mas talvez ele ainda goste dela e está comigo para a esquecer.
Sinceramente eu não sei o que pensar.
Só queria desaparecer ou voltar atrás no tempo e nunca o ter conhecido.
Mas por outro lado eu não me arrependo de maneira nenhuma de o ter conhecido, foi das melhores pessoas que alguma vez conheci.
Foi a pessoa que não feliz me fez até hoje.
Foi a pessoa a quem eu me entreguei com mais facilidade e mais confiança.

Não deixaria que ela estragasse tudo, não agora que está tudo bem entre mim e ele, não agora que descobri que é ao lado dele que me sinto bem e segura, não agora que eu me apaixonei.

Paris || André & Afonso Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora