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|Susana|

André tinha trazido esparguete á bolonhesa para os dois não sei se ele sabia mas é a minha comida favorita.
Estávamos agora os dois na sala de jantar a disfrutar do nosso jantar que estava ótimo.

- Estou mesmo feliz por estarmos bem de novo. - André disse e eu sorri ao ouvir as suas palavras e ver o seu sorriso.

Também estava feliz. Fui uma otaria em dizer-lhe aquelas coisas horríveis ele não merecia e mesmo assim ele foi capaz de vir cá a casa trazer a minha comida favorita e perdoar-me pelo mal que eu lhe fiz.
Sem dúvida ele é a melhor pessoa que já conheci e sinceramente eu não mereço ter alguém como ele na minha vida.

- Eu também estou muito feliz por estares aqui mas não deixo de me sentir horrível pelo que te fiz passar. - eu disse agora sem o sorriso que há segundos estava presente nos meus lábios.

- Não penses mais nisso. - ele passou a sua mão pela minha face acariciando a minha bochecha com o seu polegar.

Acabamos de jantar e ambos levamos os nossos pratos, copos e talheres para a cozinha onde eu meti tudo na máquina de lavar loiça.

Ouvi o som da campainha e estremeceu mais uma vez.
Quando é que este medo vai desaparecer.

- Eu vou lá. - André beijou a minha cabeça e saiu da cozinha.

Depois de já ter tudo arrumado na cozinha fui até à sala onde já se encontrava André sentado no sofá acompanhado por Afonso que não estava com boa cara.
Os seus olhos estavam inchados e vermelhos.

-O que é que aconteceu? - eu perguntei sentando-me ao lado do Afonso.

- Eu preciso da vossa ajuda. - Afonso disse com uma voz baixa e triste.

- Fala puto. É por causa da Maria? - perguntou André é Afonso apenas assentiu.

- Eu não sei o que fazer. Eu nunca me senti assim. - Afonso suspirou. - Eu estraguei tudo. Queria que ela soubesse que eu gosto dela de verdade, queria recuar o tempo para poder fazer as coisas de maneira diferente e fazê-la feliz como ela merece. Fui um otário e fiz a miúda de quem eu gosto sofrer.

- Afonso, a gente aprende com os erros. Falo por experiência própria. - olhei para André e o mesmo sorriu para mim. - Eu disse coisas horríveis ao teu irmão, julguei-o sem qualquer necessidade, comparei-o com uma pessoa horrível que me fez muito mal no passado e ele soube perdoar-me. A minha irmã é casmurra e tudo mas ela também sente o mesmo por ti eu tenho a certeza um dia ela também vai ser capaz de te perdoar. Só não faças o mesmo que eu, não fiques sentado à espera que ela venha ter contigo porque ela não é como o teu irmão. Ela tem um orgulho muito grande que não lhe permite dar o braço a torcer e conhecendo- a como conheço terás de ser tu a dar o braço a torcer e eu sei que és capaz disso.

- Puto, luta por ela. Eu sei que é complicado e que é a primeira vez que te sentes assim é tudo muito difícil na tua cabeça e também bastante confuso mas a vida não é fácil se fosse não tinha piada nenhuma. Vai, faz-te à vida e luta pela miúda que gostas. - André aconselhou o irmão dando-lhe uma palmada de leve nas costas.

- E vocês já namoram? - perguntou Afonso deixando-me sem saber o que dizer.

- Não ainda não. - André respondeu olhando para mim. - vamos com calma.

Sorri ao ouvir as suas palavras.
O barulho da porta de entrada fez-se ouvir e segundos depois Maria apareceu na sala acompanhada por Artur.
Afonso olhou para ela com um olhar triste e logo depois olhou para o chão da minha sala.

- Bem... Eu acho melhor eu ir para casa. - Afonso levantou-se do sofá. - Obrigado Su.

Ele beijou a minha testa e eu levantei-me igualmente do sofá.
Acompanhei o Afonso à porta e paramos os dois na saída do meu apartamento.

- Não desistas Afonso. Porfavor. - eu pedi ao rapaz e ele sorriu fraco assentindo.

Ele virou costas e entrou no apartamento de André.
Sei que não deve ser fácil para ele ver a minha irmã com outro rapaz tal como não foi fácil para ela vê-lo com outra rapariga.
Ambos estão a magoar-se um ao outro e o Afonso já percebeu isso.
Só espero que estes dois não demorem e ficar bem um com o outro.

Paris || André & Afonso Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora