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|Susana|

André abriu a porta do carro e esticou a sua mão para que me pudesse ajudar a sair do seu Mercedes.
Agarrei a sua mão e dei-lhe um pequeno sorriso saindo do carro.

-Obrigada Gentleman. - ele fechou a porta do seu carro e continuou a agarrar a minha.

Caminhamos em direção à porta do restaurante e André abriu a porta para que eu entrasse sem nunca me largar a mão.

O restaurante era de uma classe tremenda chego a sentir-me mal por ter vindo para cá com uma roupa tão básica e urbana.

- André, podias ter dito que era um restaurante chique. Já viste como eu vim vestida? - perguntei baixo para o moreno e o mesmo riu fraco.

- Não sejas parva, estás bem assim como estás. - ele depositou um beijo na minha bochecha e largou a minha mão pondo depois o seu braço em volta da minha cintura guiando-me até uma mesa que estava livre e logo nos sentamos.

Segundos depois o empregado chegou-se perto da nossa mesa e ambos fizemos os nossos pedidos.
O empregado voltou a sair de perto de nós e ambos ficamos sozinhos de novo e em silêncio.
Sinceramente não sabia o que haveria de dizer nem que tema iria escolher para começar uma conversa com ele.

-Entao.. ham... - ele pausou e olhou para mim. - Com está a correr o teu trabalho?

-Bem, está a correr como o normal. - respondi. - E tu como vai isso na tua carreira?

- Vai bem, uns dias melhores do que outros mas tudo na maior. - ele respondeu com um sorriso e eu sorri de volta.

-Ainda bem! - eu respondi e olhei discretamente a minha volta reparando numa figura feminina que infelizmente era bem conhecida por mim.

Era a Catarina, bem a Catarina é a gaja com quem o Edgar me traiu, ela foi uma das razões pela qual acabamos o nosso namoro, já para não falar das agressões físicas e verbais de quê eu era vítima pela parte dele.
Ela estava acompanhada por um homem moreno, acho que tinha olhos azuis e parecia bem mais velho do que ela.
Nunca irá mudar, sempre será aquele tipo de gaja que testa todos e não fica com nenhum.

Ela virou a sua cara e o seu olhar chocou com o meu, a jovem morena olhou-me com um sorriso ciníco no rosto e acenou-me fazendo-me revirar os olhos.
De seguida a jovem rapariga viu o rapaz que se encontrava ao meu lado na mesa e caminhou até nós. Não, não não!

- Olá André! - ela cumprimentou o rapaz com dois beijos na cara.

- Olá Catarina! - ele sorriu para a morena. - O que estás aqui a fazer?

-Vim jantar com um amigo. - respondeu com um sorriso um tanto quanto malicioso.

O seu vestido branco era extremamente curto e o seu decote era bem fundo. Típico dela mesmo.

-Bem, uma continuação de uma boa noite. - ela disse e beijou a bochecha de André bem perto dos seus lábios.

Olhei para aquela cena com um olhar magoado e de seguida ela retornou para a beira do seu acompanhante.

-Estas tão calada. - André chamou a minha atenção e eu olhei para ele.

-De onde conheces a Catarina? - perguntei.

- Tu conheces a Catarina? - ele perguntou levantando uma das suas sobrancelhas.

-Conheço-a bem demais até. -disse ligeiramente bruta e o jovem ponta de lança suspirou.

- Mas respondendo à tua pergunta é minha ex namorada. - ele respondeu.

- A sério? - perguntei um pouco surpresa.

- Sim mas porquê? De onde a conheces? - perguntou o moreno.

-Bem, há um ano e meio quando eu ainda namorava com o Edgar eu vim a descobrir uma coisa que foi uma das razões pela qual eu acabei tudo com o Edgar. - eu disse e pausei um pouco olhando para ele que esperava que eu continuasse.  - Eu descobri que tinha sido traída e a pessoa com quem o Edgar me traiu foi com ela.

-Isso é impossível! Há um ano e meio eu ainda namorava com ela e ela sempre me foi fiel. - ele disse um pouco indignado pelo que eu havia contado.

-André eu estou a dizer a verdade! Eu vi com os meus próprios olhos. - passei a mão pelos meus cabelos e bufei.

-Isso é impossível, eu conheço a Catarina, ela não faria isso. - ele disse sério.

- Olha André eu sei aquilo que vi com estes dois olhos. - apontei para os meus olhos.- Não queres acreditar em mim não acredites. Eu vou embora. Aproveita e convida-a para jantar contigo.-disse já enervada e levantei-me.

Ainda ouvi o André pronunciar o meu nome mas não liguei e sai do restaurante começando a andar sem rumo por aquelas ruas.

Paris || André & Afonso Silva ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora