Paris || André & Afonso Silva ✔

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|Maria|

Sabia que provavelmente a única razão da Susana estar naquele estado era por causa do André, então simplesmente levantei-me e dirigi-me à porta do meu vizinho tocando à sua campainha. Passado alguns momentos a porta de casa foi aberta não por André, não por Afonso mas sim por a jovem loira que tinha andado a comer o Afonso nas últimas semanas, a mesma encontrava-se apenas com uma t-shirt do Afonso vestido, estava despenteada e com o batom borratado, suspirei com lágrimas nos olhos.

-O André está?-perguntei e a jovem loira assentiu dando-me passagem.

-Está na sala.-disse e eu assenti.-Com o Afonso.-completou e eu suspirei, decidi caminhar até à sala mesmo sabendo que aquilo não seria o melhor para mim.

Entrei na sala e os dois irmãos viraram as suas atenções e olhares para mim, Afonso encontrava-se de boxers e se eu antes tinha dúvidas agora deixei de as ter, o jovem moreno olhou-me engolindo em seco e eu nada disso, como é que ele tinha sido capaz?

-Podemos falar?-perguntei olhando André e o mesmo assentiu, reparei que tinha estado a chorar e suspirei, por que é que a minha irmã e ele não se resolvem? É óbvio que gostam um do outro.-Eu estou lá em baixo à tua espera.-disse e virei costas saindo de casa dos irmãos silva.

Caminhei até ao elevador e por sorte o mesmo encontrava-se no meu andar, entrei no mesmo e cliquei no botão zero, que me levaria à entrada do prédio. Olhei o meu reflexo no espelho e suspirei, os meus olhos estavam bastante brilhantes e estava a fazer uma enorme força para não me desmanchar em lágrimas, se ele gostasse de mim como tinha dito não se teria envolvido com a jovem loira, mas por os vistos envolveu-se e isso só comprovou as minhas suspeitas.
Saí do elevador e senti o meu braço a ser agarrado, olhei para trás e vi o Afonso, rapidamente me deslarguei dele.

-Seja a primeira e última vez que me toques.-disse bruta.

-Maria, não é nada do que estás a pensar.-ele disse acariciando a minha face mas de imediato em afastei.-Maria...

-Maria o quê Afonso? Maria o quê? Não é nada do que estou a pensar? Tu pensas que estás a enganar quem? É óbvio que vocês foram para a cama, é óbvio que tu não gostas de mim e é óbvio que não passas de um aldrabão.-disse já irritada.-Como é que eu pude sequer pensar em dar-te uma oportunidade? Como é que eu sequer pude pensar em dizer-te o que realmente sinto por ti?

-Como assim Maria?-olhou-me confuso.-Como assim? O que é que tu sentes por mim?

-Eu gosto de ti! Feliz Afonso? Feliz? Mas como sempre tu arruinaste tudo, eu fiquei deveras mal por te ter feito chorar mas não deveria, afinal tu passas a vida a magoar-me e por os vistos não te importas. Não sei como é que pude sequer pensar em ter algo contigo, não passas de um rapaz indeciso que não sabe o que quer.-disse e virei costas deixando-o para trás enquanto que ouvia os seus soluços de choro.