Nunca fale com estranhos.

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Harry tinha certeza que o pequeno Louis ficaria bem por algumas horas, a não ser ele, sua família e Zany ninguém da cidade sabia que ele estaria ali, em sua casa, nem mesmo o pessoal do hospital tinha essa informação, por isso subiu e se trocou, queria estar apresentável ao chegar no gabinete do xerife para entregar seus documentos e se candidatar ao cargo, quando voltou a sala sorriu ao ver Louis lendo uma revistinha em quadrinhos antiga que ele tinha por ali.

-Hey pequeno, eu preciso ir, tenho que me candidatar a vaga de xerife, vai ficar bem por algumas horas?

-Sim...Eu acho. Ele disse meio inseguro e isso cortou o coração do grandão.

-Olhe, tem comida na geladeira, um monte de biscoitos de chocolate no armário, e eu tenho certeza que estará seguro por um tempinho, ninguém sabe que está aqui e você não sonhou com o observador ontem não é? Acha que ele pode ter desistido de te procurar?

-Não, sei que não...Mas ele não está perto, na verdade geralmente quando eu não sonho com ele é porque está bem longe, mas ele sempre acha meu rastro...É uma questão de tempo, só isso.

-Certo, mas eu sei que estará seguro nas próximas horas, só não atende a porta tá bom? E tranque a porta quando eu sair.

-Tá bom...Ele riu.

-Que foi? Harry perguntou e chegou mais perto de Louis, o enlaçando pela cintura, ficando bem pertinho de sua desejável boca rosada.

-Parece minha mãe falando...tipo assim...Não fale com estranhos, não abre a porta...Eu ainda me lembro dela...Riu e escondeu o rosto no ombro do maior, envergonhado e talvez um pouquinho triste.

-Ah, seu sorriso é lindo, faça isso mais vezes ok? Mas quando sorrir de novo quero que seja um sorriso totalmente feliz, será que consegue?

Desta vez Louis sorriu de novo e não havia nem mesmo uma pontinha de tristeza ali, ele via os olhos verdes lindos a encara-lo e isso o deixava bobo e tonto ao mesmo tempo, era quase ridículo e ao mesmo tempo gostoso.

-Ok...Pode ir, eu estarei bem.

Sem conseguir resistir Harry beijou a boca pequena com suavidade e depois saiu, deixando Louis de pernas bambas e todo aquecido por dentro, sozinho na sala.

Depois que Louis ouviu o som do carro se afastando decidiu tomar um banho relaxante, ele não tinha tido oportunidades assim nos últimos meses, sempre tomava banhos rápidos em pensões baratas, onde a água era sempre fria, ali ele tinha uma banheiro enorme e limpinho, toalhas felpudas e sabonetes perfumados, um paraíso na terra. Subiu e entrou em seu quarto, se despiu e entrou no banheiro, havia um grande espelho ali e ele se analisou no mesmo, via um rapaz pequeno e magrelo, com algumas marcas fundas nos pulsos e tornozelos, sinais ainda do que passou, mas pelo menos não tinha mais nenhum roxo, infelizmente não se achava atraente, deu uma voltinha e analisou sua bunda, pelo menos tinha bunda...Já era um começo.

Entrou embaixo do chuveiro e relaxou com a água quente caindo em cima de seu corpo frágil...Não ouviu o som da porta dos fundos sendo aberta e não ouviu barulhos na cozinha, em dado momento começou a cantar baixinho e sua voz ganhou força, era inevitável cantar no chuveiro, ele lembrou de uma canção que gostava e a cantou feliz, depois desligou a água e saiu se enrolando numa toalha branca, secou os cabelos e voltou ao quarto, ele não tinha roupas, somente as que trouxe consigo do hospital e elas estavam evidentemente sujas, achou que podia emprestar alguma coisa de Harry, mesmo que ele fosse bem maior, ficou parado por uns instantes ali, mas decidiu ir para o quarto ao lado, o de Harry, abriu o armário e tirou de lá uma cueca box branca e uma camisa de mangas longas também branca, não achou nenhuma calça que servisse em seu corpo, mas aquilo já dava, a camisa ficava quase nos seus joelhos.

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