Sonhadores.

Fragmentos de sonhos.

"Boa leitura!"

Harry sentia o corpo de Louis sobre o seu, pesando em seu peito, um calor bem vindo e gostoso, ele o amava tanto que chegava a doer, ter visto ele gritando de dor e desespero em um sonho que o feria no mundo real foi a coisa mais assustadora que aconteceu em toda a sua vida, nunca mais queria sentir isso, protegeria Louis de qualquer coisa, havia prometido isso em pensamento, era uma promessa de alma, sabia disso...E por isso estava acordado, velando o sono de Louis, temeroso por ele, mas confiante nas palavras da mãe, a respiração de Louis era calma sobre seu peito, descia e subia, subia e descia...Lenta, constante, tranquila...

Harry abriu os olhos, era dia, um dia radiante, havia a sua frente uma enorme arvore, era uma amoreira florida, pequenas pétalas se desprendiam das frágeis flores e caiam sobre a grama verde como uma chuva, Louis estava sentado ali, encostado ao tronco da arvore, sorrindo com as pétalas que caiam, ele estava de branco, todo de branco e estava lindo.

-Louis? Baby, o que estamos fazendo aqui? Aliás, onde é aqui?

-Hum, não tenho certeza, eu acho que é algum lugar do Japão, vi uma imagem igualzinha num folheto de viagens e me imaginei naquele cenário perfeito com você ao meu lado, estaríamos usando branco para combinar, seria verão, o sol estaria radiante e o vento suave, exatamente como agora, acho que isso é um sonho meu amor.

Harry analisou o local, estavam aos pés do monte Fuji no Japão, uma floresta se apresentava logo a frente, e uma estrada do lado direito, uma casa grande bem no estilo japonês a esquerda, parecia o ponto de partida de turistas, mas ele não viu ninguém e a floresta parecia muito quieta, como se não tivesse vida dentro dela, era estranho.

Louis se levantou e caminhou em sua direção, a ninfa do lago não seria tão magnífica em sua beleza simples, o cabelo caído de lado numa franja leve, os olhos naquele tom absoluto de um azul lindo e a pele clara, tão maravilhosamente macia, os passos leves, as mãos pequenas, todo o conjunto era encantador, e então ele estava a sua frente, olhando para cima e sorrindo.

-Hazz...Eu te amo.

-Oh...Pequeno, você acaba comigo tão facilmente que chega a ser injusto.

Louis riu e se aconchegou a Harry, fechando os olhos ao sentir os braços a envolve-lo completamente, o calor das palmas abertas em suas costas, o coração que batia cadenciado...

-Harry, ele está aqui, eu sei...

-Onde baby? Perguntou Harry o apertando mais nos braços, como queria estar armado ali, sua arma fazia falta, por isso tinha que se tornar delegado, era sua paixão, proteger os inocentes, manter a lei, criar segurança.

-Na floresta dos suicidas, é claro, bem ali, olhando para nós, ele me deseja, sinto na minha pele, ele não sabe que temos uma ligação tão forte, ele está esperando que você me deixe aqui sozinho e então ele pode me machucar.

-Eu o mato antes, sabe disso não é?

Louis se aconchegou mais e afundou o nariz na roupa perfumada, depois suspirou triste.

-Eu o odeio, eu o odeio muito...Me proteja Harry, por favor, me proteja deste monstro.

Harry beijou seus cabelos e se virou para a floresta, e lá estava o homem, roupas pesadas de frio, botas, cabelos loiros, barba por fazer, aparentava não ter mais que trinta anos, mas Harry sabia que ele tinha mais, porém ele demostrava uma vitalidade chocante, uma força tremenda, era como olhar uma parede de tijolos.

O homem riu e caminhou até eles, parando a dez passos de ambos, analisou Louis com olhos indecentes, como se o despisse ali mesmo, lambeu os lábios finos e sorriu, sem dúvidas sua mente transformava o corpo frágil de Louis em seu banquete particular, como um Marquês de Sade moderno em sua masmorra de sadismo extremo pronto a romper os pulsos do seu escravo com correntes, arrancar gritos com chicotes, e proporcionar dor para seu prazer.