Louis ouviu o som de algo caindo e se quebrando, um som arrastado e altamente repugnante, sentiu cheiro de gasolina, de óleo ou algo assim, mexeu os olhos tentando abri-los, mas eles pesavam uma tonelada e ele resmungou...Não conseguiu se mexer, seu corpo não se movia, mas alguém movia seu corpo, o pânico o tomou, seu coração no mesmo instante acelerou, a pulsação subiu tanto que era impossível que quem quer que fosse não pudesse ouvir, foi então que ele ouviu as palavras, naquela voz de carregado sotaque.
-Achou mesmo que estaria seguro pequeno Louis? Achou mesmo que buscando outros sonhadores eu iria te deixar em paz? Pobre e pequeno ser...Você é minha linda aquisição, eu fiz você, eu fiz você pra mim e nunca, jamais deixarei outro ter você.
O medo se arrastou por sua pele como uma cobra úmida e fria, arrepiando cada pedacinho de pele exposta e ele conseguiu abrir os olhos, estava nos braços do Observador, sendo levado por uma antiga estação de trens, o cheiro que sentia era dali, mas ele se focou no homem, alto, loiro e com uma barba por fazer de dias, cabelos desgrenhados, mas limpos, com aquele aroma indefinível de hospital e sabonete barato, sentiu os olhos úmidos, as lágrimas descendo sem controle, e foi seu primeiro soluço que fez o odioso ser o olhar sorrindo.
-Como senti falta de seus soluços meu pequeno, mas não se preocupe, logo estaremos juntos de novo, tenho um local maravilhoso te esperando, com todos os nossos mais adorados brinquedos, e algumas surpresas, mas antes precisa fazer um trabalhinho para mim meu lindo.
Louis não conseguia falar, seja lá que droga ele usou dessa vez deixou seu corpo e sua mente meio confusas e isso incluía sua fala, mas ele sempre soube que o Observador era um amante de monólogos, ele perguntava e ele mesmo respondia, era um louco, um sádico, mas o pior de tudo é que era inteligente e tinha dons assustadores, subitamente ele saltou com Louis nos braços para dentro de um vagão abandonado, depositou sua carga preciosa no chão frio e foi pegar algo ali perto, o trazendo para Louis em seguida e mostrando, era uma pequena moeda americana muito antiga, ele a rodou nos dedos e sorriu.
-Você vai achar onde estão as outras moedas, sei que despertou seu dom de ver além do tempo, e era esse o dom que eu buscava, sua mãe o desenvolveu, mas fugiu antes de me ajudar, mas levou você com ela, e eu soube que ainda tinha esperanças, você me ajudaria a ter tudo que eu sempre quis.
Louis estava machucado, as mãos doendo presas por cordas grossas, os pés também estavam presos, uma dor latejante em sua lateral indicava que tinha sofrido alguns chutes ali, e um pequeno ferimento na cabeça escorria sangue ainda, cobrindo sua visão direita com uma nuvem vermelha, mas isso não era nada, ele sabia que seria bem pior.
-E-eu não vou ajuda-lo em nada seu monstro.
-Ah, vejo que o efeito da droga está passando, mas isso não importa...A droga não é real, nada ainda é, mas farei com que seja, eu posso te achar agora meu pequeno, nunca estará seguro, eu posso te ferir em seus sonhos, eu posso te matar, mas não quero isso, quero você vivo e me ajudando a ficar muito rico e poderoso, tenho planos grandes e eles envolvem alguém com seu dom único, isso não quer dizer que não posso me divertir não é?
As mãos grandes e frias se aproximaram dele e ele fechou os olhos, sentiu suas roupas sendo rasgadas com uma brutalidade cruel, não podia se defender dele, como nunca pode antes quando ele o feria sem pena alguma, machucando seu corpo a ponto de deixa-lo dias sem conseguir sequer se levantar, mas então ele percebeu algo, como chegou ali? Estava dormindo nos braços de Harry, estava seguro e então adormeceu.
-Isso não é real! Você não está aqui! Gritou Louis bem alto se debatendo nas mãos fortes e sádicas que já passeavam por sua pele pálida e trêmula.
E então viu a raiva nos olhos dele, tão real quanto o ar que respirava, ele o estapeou e se levantou já ficando distante.
-O pequeno descobriu então? Que pena...Mas um pouquinho e eu o teria, mas isso não importa, seus sonhos são meus e neles eu posso te ter, a cada sonho perderá essa informação, não vai saber como acordar e eu me aproveitarei da situação, e a cada dia estou mais perto, eu vou pega-lo no mundo real, eu vou machucar seu corpo até que implore por misericórdia e então será meu, completa e totalmente meu, como sua mãe foi um dia.
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Sonhadores.
FanficHarry sempre entendeu seu dom, vinha de uma família de sonhadores, reconhecidos por seus dons de premonição, mas quando começa a sonhar com um garoto coberto de sangue e segurando uma faca ele se preocupou, isso porque em seus sonhos ele tem certeza...