Harry sempre entendeu seu dom, vinha de uma família de sonhadores, reconhecidos por seus dons de premonição, mas quando começa a sonhar com um garoto coberto de sangue e segurando uma faca ele se preocupou, isso porque em seus sonhos ele tem certeza...
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Louis sentia as folhas secas e mortas se quebrando aos seus pés, sentia toda a terra e suas minúsculas partículas, ele sentia o chão tremendo levemente em cada passo que dava, tentava tirar da recém descoberta força algo maior que ele mesmo, ele queria que sua vida fosse o suficiente para salvar Harry, porque ele a daria sem pensar duas vezes, mas conhecia a maldade do homem que iria encontrar em breve, conhecia a sua imensa força, sua força física muito superior a de Louis, mas a força de sua maldade ainda maior, essa capaz de superar qualquer outra, era dessa imensa força destrutiva que Louis tinha medo, ele chamou o vento suavemente, varrendo as folhas do seu caminho, clamou a um Deus desconhecido de sua alma por alguma ajuda nesse momento, ele estava desesperado.
Mas em seu desespero se lembrou das palavras da pequena Lottie, que ele e Harry estariam juntos e havia um bebezinho...Como? Ele só via a escuridão a sua frente, uma vida de sofrimentos sem fim ao lado do seu torturador sádico, mas precisava respirar e acreditar em algo, em alguma luz, por mais improvável que fosse naquele maldito momento.
Caiu de joelhos no caminho, chorando, odiando ser fraco, ele sabia que tinha dons incríveis, mas não sabia usa-los, isso era terrível, ele tinha que salvar o amor de sua vida, tinha que ser forte uma vez na sua miserável vida!
-Harry! Gritou desesperado, o medo o tomando tanto quanto o ar que o envolvia, mas ele ficou em pé e caminhou, avistou a clareira e continuou, a velha casa amarela, a mesma casa, a janela quebrada, o medo, a dor e a solidão que ela lhe passava estava além de suas forças, mas ele seguiu mesmo assim, caminharia pelos portões do inferno se isso significasse poder estar novamente ao lado de Harry, e era exatamente isso que aquela porta aberta significava naquele momento. Louis parou um instante e fechou os olhos, lançando um último e desesperado pedido de socorro aos sonhadores da família de seu namorado, mesmo que agora todos estivessem acordados, talvez por sorte alguém pudesse senti-lo.
Entrou na casa, a poeira acumulada sendo varrida pelo vento que o acompanhava, espalhando as folhas secas pelo ambiente sombrio, deu mais alguns passos e avistou o homem, ele sorria de braços abertos a alguns passos dele, tinha feito a barba, estava de roupas novas, limpas, o cabelo aparado, os olhos cintilantes e malévolos, ele era belo em sua aparência, como todo demônio deve ser, mas sua malignidade estava ali, aparente e perfeita em seu sorriso mentiroso.
-Meu pequeno e belo menino, como eu senti saudades de seu abraço, venha para mim agora. Ele disse e abriu os braços sorrindo.
Louis queria chorar alto e gemer de medo, mas caminhou para seu destino, e se deixou ser enlaçado pelos braços fortes que o envolveram totalmente, apertando seus braços e seu corpo com um calor conhecido e temido, logo após o homem o empurrou e puxou seu rosto para cima, fixando seu olhar em seu rosto frágil e bonito, com olhos marejados de lágrimas quentes que já desciam sem controle.
-Louis...Me presentando com suas lágrimas tão cedo!
O corpo de Louis não tinha mais forças, toda sua energia drenada no momento que aqueles braços o envolveram, seu peso cedeu e ele caiu, o homem o pegou nos braços e o carregou delicadamente, sentindo o arrepio do tremor que se seguiu, móveis, paredes, louças antigas, tudo tremeu ao seu redor, o assustando e ele sorriu em meio ao espanto, o vento caiu sobre a casa agora, as janelas tremiam, as folhas rodopiavam loucas, coisas caiam por todos os lados.