Descobrindo segredos de família.

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 Louis acordou meio tonto, sentia seu corpo aquecido e aconchegado, se sentou e bagunçou os cabelos, percebeu a claridade que entrava pela janela e achou que devia ter dormido muito, mas não teve sonhos, nenhum sonho na verdade, se levantou e foi ao banheiro, depois de sua higiene matinal resolveu descer, estava inseguro se podia andar pela casa assim, mas achou que Harry não ficaria bravo com ele por isso, estava com fome e queria ir a cozinha, no entanto ao descer ouviu duas vozes, uma era claramente a de Harry e a outra era desconhecida, parou ali e se abaixou, queria ouvir, tinha a impressão que falavam dele.

-Então, fiz uma busca no banco de dados de desaparecidos e realmente seu garoto consta lá, um caso de desaparecimento, a família informou mas para ser sincero nem mesmo ouve busca, como é um garoto do sistema de adoção e a família não fez alarde algum, concluíram que o garoto fugiu com algum namorado e deram o caso por encerrado.

-Que horror, ninguém nunca nem mesmo quis saber o que ouve a ele?

-Bom, a família só estava com Louis a seis meses, tinham outros garotos que cuidavam e falaram que o Louis tinha um namorado, então...Na verdade podem ter inventado essa última parte para ficarem livres do caso logo.

-Certo, mas alguma coisa? E a pesquisa que eu pedi sobre meus familiares?

-Bom, tem algo aqui que é meio perturbador, lembra do caso de Ane Lauren Styles?

-Sim, minha tia que fugiu com um viajante, o que tem ela?

-Bom, ela fugiu e foi para Boston, ela teve um filho, como sabe essa sua tia é prima de sua mãe, e tem quase a mesma idade que ela, um pouco mais jovem...

-Entendo, mas sou meio enrolado com essas coisas de parentesco, o que tem minha tia?

-Ela teve um filho anos mais tarde, morreu no parto e o bebê foi para a adoção...Pelo que pude apurar do caso, a criança teria hoje a idade de Louis e isso explicaria o fato de ele ser como você.

Louis ficou perplexo, ele podia ser primo de Harry, seria possível? Então ele tinha família? Mesmo que distante, tipo uma tia? A mãe de Harry era sua tia? Deve ter fungado porque logo viu os cabelos cacheados surgindo no pé da escadaria, e um sorriso com covinhas em seu rosto muito bonito, ele subiu os poucos degraus e puxou Louis para ficar em pé.

-Ouviu a conversa baby?

-D-desculpe...Eu estava com fome e desci para comer alguma coisa e ouvi vocês conversando e não queria incomodar...

Harry sorriu e o abraçou afagando seus cabelos bagunçados pelo sono, o fez descer os degraus e ir em direção a cozinha, logo ficando cara a cara com um estranho que usava roupa de policial, isso deixou o pequeno nervoso e ele agarrou a camisa de Harry sem perceber.

-Lou, esse é meu amigo...Veio de longe, é policial em Londres, eu pedi um favor especial e ele fez o dever de casa direitinho, parece que somos priminhos meu lindo.

-Muito prazer Louis, eu sou Charles e como Harry disse sou policial, acho que descobri muita coisa sobre você, mas pode me dizer o que se lembra por favor?

Louis se sentou e aceitou uma xícara de chá quentinha, por mais que quisesse que isso fosse verdade, ele não podia negar algumas coisas.

-Minha mãe não morreu no parto, ela ficou comigo por um tempo, depois ficou doente e morreu, foi aí que eu fui parar em lares adotivos, mas o nome dela era mesmo Lauren, só que meu sobrenome é Connor, mas eu não tenho documentos acho que ficou com a família que cuidou de mim antes de eu ser sequestrado.

-Pode ser que sua mãe estivesse fugindo de alguém, por isso mudou o sobrenome e por isso aparece a morte dela no parto, algum amigo pode ter ajudado nisso, não é tão difícil assim entende? Ela pode ter forjado a própria morte, sabe se ela estava fugindo de alguém, se tinha medo de alguém?

-Bom, a gente mudava muito...Eu lembro disso, mas não sei se era porque ela fugia de alguém, mas eu sempre me senti vigiado, sempre tive medo, e sonhos estranhos onde eu era perseguido por alguém. 

-O que acha Charles? Perguntou Harry.

-Que tem mais coisa nisso aí...Mas por enquanto um exame de DNA pode provar o parentesco entre vocês, depois quando eu souber de novidades te aviso, deve demorar um pouco, mas acho que posso começar no hospital onde descobri o atestado falso de morte de Ane Lauren Styles, e depois veremos no que vai dar, até lá...Cuidem-se.

Harry acompanhou o homem a porta, onde conversaram mais um pouco e o menor tomou o chá e comeu biscoitos, depois  Harry voltou e se sentou a frente dele pensativo.

-Se você for meu priminho está explicado seus dons...

-Os meus sim, mas e os do Observador? Ele sonha como eu, as vezes acho que ele sabe melhor que eu como interpretar os sonhos, é assustador.

-Bom, um mistério de cada vez pequeno, um de cada vez...

Ele levou a mão e limpou o rosto do menor que tinha sobrinhas de biscoitos, um calor subiu a face e ela se tornou rosada, um convite para um beijo...Que Harry não resistiu e tocou a bochecha doce com seus lábios carnudos, o menor fechou os olhos em puro deleite e isso tornou o ato quase pecaminoso, fazendo Harry enlaçar os braços compridos ao redor da cintura fina do outro, o puxando para junto de si com cautela, e descendo o beijo até tocar os lábios finos e com gosto de açucar.

O beijo que iniciou lento e prazeroso acabou se intensificando, com Louis abrindo os lábios e permitindo a passagem da língua sensual do mais velho que uma vez dentro da boca alheia a explorava com calma e curiosidade, quase com paixão, o doce e o insano se misturavam ali, as lembranças dos sonhos eram vívidas em cada um deles, intensificando o aperto de seus corpos e dos lábios um no outro, a mão de Harry desceu mais, chegando a tocar levemente a bunda do outro, mesmo sobre o tecido da roupa velha causando arrepios por toda parte, e Louis subiu as duas mãos se embrenhando nos cachos macios e os puxando levemente, como se estivesse experimentando o ato, uma vez que ouviu um gemido escapar dos lábios que ainda forçavam os seus a se abrir mais e mais acabou puxando os cachos com mais força, gemendo também pelo prazer dessas sensações. Num rápido movimento Harry o levantou e o fez sentar na bancada da pia, empurrando xícaras e pratos, o contato frio o arrepiou mais e a mão que apertava suas nádegas já o deixava louco, mas enquanto tentava pensar nisso essa mesma mão adentrou sua calça, o tocando em sua virilha descoberta desta vez causando não só arrepios como despertando seu desejo latente que lhe trouxe roucos gemidos aos lábios.

Harry parou o beijo e apertou o local na carne macia sorrindo ao ver o que provocava, beijou os olhos fechados de cílios longos e com a outra mão ergueu a camiseta surrada que agora era um incômodo a sua visão da pele nua que tanto queria explorar...E a campainha tocou...Os arrancando do prazer que sentiam e fazendo Louis ficar vermelho de vergonha.

Harry sorriu também constrangido, mas beijou a testa do menor antes de ir atender a porta.

-Mãe? O que ouve? Porque veio tão cedo?

-Tive um terrível sonho meu filho...Acho que o Observador é da nossa família querido, de um ramo quase esquecido dela, um lado da família que sempre foi terrível e que todos achavam que tinha acabado.

Harry a fez entrar e avistou Louis sentadinho no sofá, olhando a ambos, ela sorriu para ele e se sentou ao seu lado, esperando o filho se acomodar também.

-Por favor conte toda essa história mãe. Pediu Harry nervoso.

-Claro que sim, só tenha a mente aberta querido, e você também pequeno Louis...

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