Capítulo 30

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Lia Marques

Acordei com a mensagem de Edu chegando naquela manhã de domingo e esquentando meu coração, se bem que, preciso confessar, que quase não consegui descansar. Estava agitada revivendo nossos momentos dentro daquele carro. Foi tão mágico e intenso que só de pensar, ficava sem fôlego, e era tão louco imaginar que nosso amor tenha sobrevivido a tanto tempo e esteja ainda maior, pois é essa a sensação que tenho: que meu amor por ele se tornou ainda maior que antes.

Tudo aquilo que estava vivendo com Edu, não parecia real. Quando poderia imaginar encontra-lo tão distante de casa e nas circunstâncias que aconteceram? Era tudo muito irreal, mas foi tão incrível! Estar nos braços dele era a melhor sensação do mundo, ele mexia comigo de uma forma que homem nenhum jamais foi capaz.

Mas as preocupações não deixavam minha cabeça em paz. Eu precisava ter os pés no chão, não por mim, mas por minha filha. Me encaminhei para o quarto da minha menininha, eu precisava olha-la, ver se estava bem. Dona Antônia dormiu no meu apartamento e saiu um pouco depois que cheguei. Ela era um anjo na minha vida, sem dívida. Me aproximei da cama de Júlia que ainda dormia. Me deitei ao seu lado e fiquei admirando minha garotinha linda adormecida. Eu sentia um amor profundo por ela. Foi por amor a ela que aguentei tanta coisa e por ela, eu morreria. Não podia imaginar minha vida sem ela, sem sua alegria, sua leveza e graciosidade. Julinha era sem dúvida, uma mocinha muito especial. Ela tinha o dom de me fazer feliz. Eu acariciei seus cabelos e seu rostinho tão perfeito até que despertasse.

- Olá, amorzinho! Vamos acordar? Você está muito preguiçosa hoje! Está parecendo a Bela Adormecida. – Falei carinhosamente, beijando sua bochecha com a pele tão macia.

- Mamãe, estou com soninho. – Júlia disse se espreguiçando toda manhosa.

- Mas já está na hora de acordar. Que tal se hoje formos ao parquinho e depois almoçarmos fora, em algum lugar que tenha uma batatinha frita bem crocante e saborosa?

- Oba! E eu "pode" tomar um sorvetão? Pode, mamãe? - Ela disse muito animada, saindo rápido debaixo das cobertas.

- Hum... me deixe pensar... PODE!!!

- Ehhhhh. – Ela pulou comemorando e me abraçou, pulando em meu pescoço. – Obrigada, mamãe!

Depois que tomamos nosso café da manhã, saímos em direção ao parquinho do bairro, que Julinha adorava. Ela brincava com outras crianças e se divertia bastante, enquanto eu a admirava. Meu telefone celular começou a tocar dentro da minha bolsa, quando o peguei cheia de expectativa. Achei que pudesse ser Eduardo, ele já tinha me ligado naquela manhã. Me disse que tinha um encontro com um advogado que recomendaram ao seu empresário e que tinha aceitado atendê-lo de emergência. Ele parecia bastante empenhado em me ajudar e eu, ansiosa, por reencontrá-lo. Eu não sabia no que aquilo tudo iria dar, mas precisava mais dele, muito mais. O aparelho continuou tocando, me fazendo despertar dos meus pensamentos: era Andrea.

- Olá, amiga, como estão você e a princesinha? - Perguntou carinhosa.

- Estamos bem, Andrea, e você?

- Estou ótima, querida. Aproveitando um pouco a vida.

- Ia ligar para você hoje mesmo, parece que você adivinhou!

- Novidades? Adoro novidades! É sobre seu amor ou seu marido?

- Nem me fale no meu marido! - Respirei fundo para afastar aquele pensamento da mente. – É sobre Edu... nós nos encontramos novamente.

- Uau! Sério? Quero saber tudo!

- Está em casa? Estou na pracinha com Júlia, depois vamos almoçar fora, não quer nos acompanhar? Assim, vou poder te contar tudo.

Não era para ser assimOnde histórias criam vida. Descubra agora