Lia Marques
Abri meus olhos sem entender direito onde estava. Era um quarto masculino, aconchegante. Senti braços fortes ao redor do meu corpo, me protegendo, me amparando. Pisquei algumas vezes, na tentativa de verificar se não estava sonhando. No dia anterior, estava na fazenda vivendo coagida por Heitor e agora, estava nos braços do amor da minha vida. Só podia ser um sonho! Mas não era! Aquilo era real! Assim como o amor que fizemos algumas horas antes. Ele tinha ido me buscar, e ia lutar por mim. Meu coração se encheu de esperança de um futuro feliz ao lado dele.
Fiquei quieta, sem me mover, para não atrapalhar o descanso de Edu e para aproveitar aquela sensação de estar protegida. Eu sentia que ali era o meu lugar no mundo, o meu lar. Sorri, me sentindo feliz. Agradeci a Deus por poder viver aquela sensação. O amor era uma dádiva dos céus e o que sentíamos um pelo outro, era um sentimento profundo e verdadeiro que nem o tempo e a distância conseguiram destruir. Eu me sentia muito abençoada. Mas haviam muitas preocupações ainda pela frente. Nada estava resolvido. Eu precisava ter o pensamento positivo de que tudo daria certo, de que Heitor abriria mão do nosso casamento e de Júlia.
- Hummmmm... Que coisa boa, acordar com você em meus braços. – Ele despertou apertando meu corpo mais ainda contra o seu. – Melhor que fazer um gol.
- Você não está me comparando a uma bola, não é mesmo? - Disse brincando querendo provoca-lo. – Se bem que você ama a bola... então deve me amar também.
Ele deu uma risada gostosa que aqueceu meu coração.
- Amo mais que tudo, Lia. Não duvide nunca disso. – Ele rolou por cima do meu corpo, beijando meus lábios e colando sua testa na minha.
- Obrigada por ter ido ao Brasil me livrar daquele inferno. Achei que estava tudo perdido, que nunca mais estaria em seus braços. Tive tanto medo! - Confessei derramando meu coração para ele.
- Fiquei desesperado quando soube que ele tinha vindo te buscar e eu não estava aqui para te proteger. Acho que envelheci uns mil anos. – Ele respirou fundo e me olhou nos olhos. – Ele te maltratou? Como foi ao chegarem na fazenda?
- É melhor não falarmos disso, o importante é que estamos aqui. – Desviei o assunto, pois não queria aborrecê-lo.
- Não, amor, eu quero saber. Ele te agrediu?
- Com palavras... fiquei dias trancada no quarto sem poder estar com Júlia, sem saber de você. Isso estava me matando, achei que fosse enlouquecer, mas depois ele me deixou circular pela casa e cuidar de minha filha, mas eram ameaças o tempo todo.
- Ele tocou em você? - Ele perguntou sério. Seus olhos me sondavam preocupados. Eu não queria magoá-lo. – Não minta para mim, Lia. – Ele parecia ler meus pensamentos.
- Eu jamais menti para você, Edu. Nunca! Algumas vezes, pensei que ele me forçaria, mas não o fez. Me olhava com desejo, com cobiça, mas com raiva ao mesmo tempo. Uma vez, me beijou a força e pensei que me obrigaria... mas me olhou com desprezo, me xingou e desistiu. Acho que viu meu medo, meu desespero. Mas, ... – Respirei fundo trazendo as lembranças a memória.
- E o que mais?
- Teve um dia... ele quase não ficava mais em casa, chegava bem tarde e eu dava graças aos céus por isso, mas teve um dia que chegou um pouco alcoolizado, não estava totalmente bêbado, eu acho, mas senti cheiro de bebida nele. Ele me beijou, me ameaçou mais uma vez me tirar Júlia se nosso casamento não voltasse ao normal, entende?
- Ele te forçou? Te violentou? - Edu estava com os olhos apreensivos com medo de minha resposta. – Se pudesse, eu o matava.
- Nós transamos, mas ele não me violentou porque não me neguei a ele.
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Não era para ser assim
Любовные романыHistória registrada na Biblioteca Nacional. Plágio é crime! Denuncie. Eduardo Crusciani é um jovem lutador que sonha em se tornar um craque no futebol e poder se casar com sua bela namorada da juventude, Lia Marques. Eles se conhecem desde adolescên...