Capítulo 58

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Eduardo Crusciani

Jogamos a final do Campeonato Internacional e o Atlético de Milão conseguiu o tão sonhado título. Fui eleito o artilheiro da competição e isso muito me honrava. Pietro tinha me confessado que haviam feito um investimento tão alto comprando o meu passe, visando principalmente aquele título e eu estava muito feliz em corresponder às expectativas de todos, apesar de todos os obstáculos que enfrentei pelo caminho.

Mas tudo tinha valido à pena! Estava com minha carreira consolidada e tinha a mulher da minha vida ao meu lado. No fim das contas, tinha conquistado tudo que sempre sonhei. Faltavam poucos dias para Lia Marques se tornar a Sra. Crusciani. Pode parecer uma bobagem para a maioria das pessoas, mas para mim, era um sonho de menino e uma questão de honra. No dia que saí do Brasil, disse ao pai dela, que a faria minha esposa e finalmente, agora podia cumprir com minha palavra.

- Onde você está me levando, amor? Tenho tantas coisas para fazer hoje! Estamos na véspera do nosso casamento. Tenho coisas para verificar, preciso ver se as passagens do meu pai, Marcos e Deise estão confirmadas e ainda tem a última prova do vestido de Júlia. Vamos demorar muito? - Minha mulher estava ansiosa com o nosso casamento e eu achava aquilo tudo muito divertido, pois sei que estava realizando um sonho. Eu percebi que estava fazendo tudo como um dia planejamos. Ela sempre sonhou com um casamento romântico ao ar livre. Mas eu queria realizar mais um de seus sonhos.

- Vamos demorar só um pouquinho, amor, mas prometo que vai valer à pena. – Respondi querendo manter a surpresa. – E tenho certeza que minha filhota também vai adorar!

- Oba! O que é? - Júlia praticamente pulou no banco de trás.

- Já disse que é surpresa, sua espertinha. Não vou falar! Quando chegarmos, você verá.

Quarenta minutos depois, chegamos ao local da minha surpresa. Acionei o portão da garagem e estacionei nosso carro. Saímos do carro e caminhamos para um jardim florido, muito bonito e bem cuidado. Haviam ali, flores de todas as cores, deixando aquele espaço alegre, num clima de paz. Mais à frente havia uma casa linda no estilo colonial, que combinava muito com aquele lugar. A casa estava toda modernizada, com muitas partes em vidro, que deixavam a luz do dia entrar. Tinha um estilo romântico, com Lia dizia que queria.

- De quem é essa casa, meu amor? Ela é linda! Viu que jardim mais encantador? - Lia perguntava admirando tudo.

- Achou essa casa bonita, Julinha? - Perguntei curioso. Queria muito que ela gostasse.

- É linda papai Edu. Adorei! - Eu amava a forma que Júlia havia resolvido o problema de ter dois pais. Ela especificava acrescentando o nome: Papai Heitor e papai Edu.

Ela pouco perguntava por ele. Acho que não se sentia ligada a ele. Nós contamos a ela que ele continuava no hospital porque tinha se machucado muito no acidente, mas que agora estava no Brasil. Jeremias, que era a única pessoa mais próxima, cuidou de pedir a transferência dele, pois estava sobrecarregado, tocando os seus negócios. Heitor não estava nada bem. Soubemos que permanecia em coma e que tinha tido algumas complicações, como uma parada cardiorrespiratória. Ele estava lutando pela vida.

Enrico tinha enviado a meu pedido, as provas contra Heitor, para o delegado, que já tinha acionado a polícia brasileira. Meu sogro havia contado por telefone que o escândalo já tinha vazado e muitos estavam sendo investigados, a começar pelo prefeito, que ao que tudo indicava, estava envolvido até a alma.

- Mas de quem é essa casa, Edu? Pare com esse suspense! - Lia riu e pegou Júlia pela mão, caminhando a minha frente como se fosse encontrar os donos daquela casa. Fiquei parado um pouco mais atrás a observando.

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⏰ Última atualização: Oct 03, 2017 ⏰

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