- Sofia! – a voz invadiu meus sonhos juntamente com batidas na porta.
Sentei na cama assustada e senti o lençol deslizar pelo meu colo revelando minha pele nua. Com pressa, puxei o tecido macio novamente para cima para me cobrir e vi a maçaneta da porta mexer. Meu coração parou. Mas a porta não se abriu. Fechei os olhos agradecendo ao me lembrar que tinha trancado a porta na noite anterior.
Os cabelos despenteados caiam no meu rosto como de costume quando notei que Eduardo assistia a cena com um sorriso engraçado no rosto. Não falei nada, tinha que responder minha mãe antes.
Ele tinha ficado dessa vez?
- Oi, mãe – tentei soar sonolenta.
- Não vai levantar hoje?
Mirei Eduardo deitado com os braços atrás da cabeça e sorri balançando minha cabeça negativamente.
- Já estou indo, vou acordar primeiro e desço.
- Tudo bem, querida – ela aceitou.
Passei a mão no meu rosto para me recuperar do susto enquanto me jogava novamente para trás.
- Essa foi por pouco, hein?
- Tudo o que eu não fiz quando era adolescente estou compensando agora – falei olhando para o teto.
- Duvido – provocou.
- Eu não abusava tanto – respondi me virando de lado para olhar para ele.
Sua mão tocou meu rosto, repousando em parte no meu pescoço enquanto o dedão deslizava para cima e para baixo na minha bochecha.
- A gente precisa conversar – falou parecendo aflito.
Suspirei.
Uma noite bem dormida, ainda mais depois da noite que a gente tinha tido, parecia ter amenizado os fatos, mas a verdade é que a gente realmente tinha muito o que conversar.
Ele fechou os olhos e inalou o ar profundamente.
- Fala – pedi quase que num lamento.
Abriu os olhos verdes novamente, sua mão ainda no meu rosto, mas ele parecia perdido.
- Eu não voltei pra ficar – soltou finalmente.
- Não? – me apressei em questionar ao colocar minha mão sobre a dele num ato instintivo.
- Ainda tenho que resolver algumas coisas.
- Que coisas? – não suportava mais os mistérios dele.
- Meus pais. Preciso ajudar eles.
Eu quis perguntar em quê, mas fiquei chateada com a falta de confiança dele para se abrir comigo, então aceitei.
Fiquei em silêncio e lentamente tirei a minha mão da dele me movendo na cama para que ele também tirasse a mão do meu rosto. Engoli a vontade avassaladora de chorar que estava aglomerada na minha garganta.
Ele notou meu descontentamento.
- Não vai ser por muito tempo, talvez umas duas semanas. Eu espero que passe rápido – disse tentando se aproximar mais uma vez.
Bufei em descontentamento, mas permiti que ele voltasse a me tocar. Segurou meu queixo e tentou me dar um beijo, mas eu recuei no mesmo instante.
- Não fique brava comigo – pediu
Eu estava, mas não recuei por conta disso.
- Acabamos de acordar. Não vou te beijar – falei colocando minha mão esquerda na boca.
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Alucinante
RomanceSofia sempre nutriu amores platônicos por astros do rock. Alucinar com um deles parecia um sonho até virar um pesadelo em potencial. Uma história que, dadas as condições, deve ser interpretada com a devida liberdade poética. TODOS OS DIREITOS RESERV...