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Esperamos Cristofer no bar ao lado do hospital. Olívia falava sem parar sobre coisas aleatórias. Estava nervosa.
Sabendo que a culpada era eu, tentei relevar o fato na tentativa de acalmar minha amiga. Falei sobre coisas bobas e de forma pausada para tentar diminuir o ritmo dela.
- Olá, meninas – Cristofer disse ao se sentar na nossa mesa.
- Graças a Deus – Olívia sussurrou aliviada e eu ri.
- Você tá bem, Sofia?
O olhar solidário de Cristofer fazia com que eu me sentisse abraçada. Sua nova paixão estava fazendo muito bem para ele.
- Estou bem. E queria falar com vocês dois.
- Ela vai me matar, Cristofer – Olívia desabafou. – Se você demorasse mais dez minutos, eu morreria de nervoso e curiosidade.
- Sinto muito, Olívia – falei aos risos. - Não pensei que ia te causar tanto nervoso. Eu queria apenas pedir desculpas a vocês por ter sido tão indelicada. E nem digam que está tudo bem, porque não há justificativa.
- A gente entende. Pode ser assim? – Cristofer quis saber.
- Pode. Assim está bem – concordei.
Os dois pareciam sensivelmente aliviados depois da tensão toda do dia anterior.
- Acharam a criança perdida? – eu quis saber.
- Ah! Sim! – Olívia falou após dar uma golada no drink colorido que bebia. – Uma mãe que perdeu a guarda da filha, ficou sabendo que ela estava fazendo exames no hospital e levou a menina.
- Meu Deus – me espantei.
- Não conseguiram sair a tempo de dentro do hospital, mas se esconderam bem, por isso demoraram tanto tempo para encontrar – disse se levantando. – Eu vou ao banheiro, não comecem sem mim.
Se afastou depressa enquanto eu ria do comportamento dela.
- Fui ao café da sua namoradinha – pisquei para Cristofer.
- Namoradinha... – pareceu envergonhado.
- Quis dar uma abraço nela, mas ela ia pensar que sou maluca.
- Ela te conhece, Sofia.
- Conhece?
- Nos viu no dia que teus exames saíram... Enquanto a gente se abraçava.
- Ah, que bom. Ela me odeia
- Ficou com ciúmes sim.
- Porra...
- Mas eu expliquei para ela – fez uma cara desconfortável e triste por mencionar de forma indireta minha doença.
- E ela entendeu? Ninguém se zanga com alguém inocente no corredor da morte.
- Que brincadeira mórbida de mau gosto – se irritou.
Dei de ombros.
- Mas ela entendeu sim – seus olhos brilharam.
- Eu gosto dessa garota.
- Chega, Olívia está vindo.
Fiz como se tivesse selando meus lábios apertando-os até ficarem brancos.
- Ok – ela disse sem fôlego por ter andado muito rápido. – Vamos ao que interessa.
- Vou fazer o tratamento – os peguei desprevenidos.
- O quê? – Olívia largou o gole que dava em sua bebida no meio.
- Desconfiei – Cristofer falou com um sorriso meio safado. Ele tinha entendido meu recado sem eu nem mesmo ter falado nada no outro dia durante a cirurgia que ele fazia.
Olívia me olhava feliz.
- Algo me disse que eu precisava fazer. Pelo menos tentar... – olhei em volta, mas nem Carter ou Heaven estavam por perto.
Incrível, mas só o fato de mencionar o tratamento fez com que os dois sumissem. Pelo menos aparentemente.
- Mas... – continuei.
- Mas??? – os dois entoaram num uníssono e riram.
- Antes de começar, quero ir a um show do The Odds.
Os dois se entreolharam com desconforto.
- Mais um? – Cristofer comentou rapidamente.
- Sim, mais um. Eu sei que pode ser a última vez que eu vou, então quero aproveitar como se fosse a última vez.
- Mas eles não têm shows por aqui, têm?
- Não – confirmei.
O olhar de dúvida deles me fazia querer rir.
- Mas nós vamos até uma cidade que vai ter.
- Vamos? – Cristofer indagou.
- Já comprei as passagens e os ingressos.
- Sofia - Olívia falou abismada.
- Qual é?
- Sofia... – Cristofer resmungou.
- É aqui ao lado... num país ao lado - consertei.
- País? – Olívia voltou a ficar ofegante.
- Eles não têm nada marcado para cá, então...
- Meu Deus – Cristofer soltou antes de dar uma golada considerável em sua bebida.
- Vocês vão negar isso pra uma amiga que vai morrer? – ri da minha maldade.
- Se falar isso mais uma vez, eu juro por Deus que te bato – Olívia me alertou.
- Quando a gente vai? – Cristofer quis saber.
Então eu sabia que meu plano tinha dado certo.
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Alucinante
عاطفيةSofia sempre nutriu amores platônicos por astros do rock. Alucinar com um deles parecia um sonho até virar um pesadelo em potencial. Uma história que, dadas as condições, deve ser interpretada com a devida liberdade poética. TODOS OS DIREITOS RESERV...